Município da Moita distribui materiais pelas associações náuticas do concelho
Em terra de marítimos e fragateiros, a autarquia da Moita continua a apostar num trabalho de estreita colaboração com as associações náuticas existentes no território, com vista à requalificação dos seus equipamentos e na procura de “soluções para a melhoria das condições da navegação” no estuário do Tejo, tendo recentemente efectuado um contacto com a Administração do Porto de Lisboa (APL), que resultou na doação de “um vasto conjunto de material usado, mas em bom estado”, revelou.
De acordo com um comunicado emitido recentemente pelo município, o material “foi distribuído equitativamente, na expectativa de [que], a curto prazo, as actividades de ligação ao rio possam ser facilitadas”. Aquela câmara, que continua a desenvolver um trabalho de articulação com as referidas associações, pretende desta forma reforçar a “preservação das embarcações típicas”, assim como a promoção das actividades ribeirinhas em geral, no âmbito do projecto municipal “Moita Património do Tejo”.
“Afirmar a identidade do concelho, promover as suas tradições e dar sustentabilidade ao turismo local são [o] mote para um conjunto de iniciativas que a Câmara […] da Moita desenvolve na sua actividade regular”, realça a edilidade.
Recorde-que que o referido projecto municipal surgiu na continuidade do trabalho executado pela autarquia, durante mais de três décadas, para divulgação das embarcações típicas e das técnicas de carpintaria naval tradicionais aplicadas na sua construção, nomeadamente, no Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos. Naquele local, foi criado um percurso interpretativo e na vila da Moita instalado o ancoradouro junto ao cais ali existente.
“Guardiões” da actividade náutica no município
No concelho, em actividade continua a ADNA – Associação de Desportos Náuticos Alhosvedrense – “Amigos do Mar”, actuais “guardiões” do Cais do Descarregador e um dos emblemas desta freguesia. Criada em 1988, aquela associação náutica conta neste momento com centenas de sócios e continua a ser um ponto de encontro para as gentes da terra, para “apreciar a beleza do cais e o silêncio do rio, ao sabor de um café”, sublinha a autarquia.
Na Moita, este tipo de trabalho continua a ser assegurado pelo Centro Náutico Moitense, fundado em 1980. No clube, foram “três as embarcações típicas construídas de raiz” pelos associados, nos últimos anos, onde é ainda assegurada a “manutenção dos barcos, trabalhos de pintura ou calafate e encalhes ou desencalhes” das embarcações ali estacionadas.
Além destas, também a Associação Naval Sarilhense, que possui um espólio considerado único na região – desde miniaturas de barcos a artefactos, vestuário e fotografias, a par de objectos dos fragateiros, entre outros –, continua a dar vida ao rio, num objectivo iniciado em 1987. Proprietária de canoas, catraios e de barcos destinados à iniciação à vela, a associação defende que “tudo o que seja feito para preservar ou manter o património, é sempre bem-vindo”, referiu anteriormente o município.