Tiago Correia abandona cargo de treinador do Seixal Clube 1925 mas fica como coordenador da formação

Tiago Correia abandona cargo de treinador do Seixal Clube 1925 mas fica como coordenador da formação

Tiago Correia abandona cargo de treinador do Seixal Clube 1925 mas fica como coordenador da formação

Treinava a equipa sénior desde a sua fundação, levando-a da segunda à primeira divisão, mas abdicou das suas funções no final desta época por opção própria

 

Tiago Correia representou o Seixal Futebol Clube enquanto jogador na formação, mais tarde jogou pela equipa sénior e passou também por outros clubes. Aos 33 anos, seguindo as pisadas do pai [Manuel Correia, que treinou o Desp. Chaves, Penafiel, Vizela, entre outros], abraçou a carreira de treinador no Seixal Clube 1925 onde permaneceu, desde a sua fundação, até ao dia 27 de Junho.

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Para trás ficaram quatro anos de trabalho que culminaram com a subida à 1.ª Divisão Distrital. A notícia sobre a intenção de sair causou alguma surpresa por isso impunha-se ouvir Tiago Correia, que conta actualmente com 36 anos.

Estás na origem da criação da equipa de futebol sénior do Seixal mas agora abdicas das funções de treinador. Porquê?

É verdade. Foi um convite que surgiu há alguns anos atrás, ainda eu jogava futebol. Deixei de jogar para abraçar este projecto e construímos uma equipa a partir do zero, feita com atletas praticamente que vieram dos juniores e outros que regressaram a casa e que já não jogavam há algum tempo, construímos uma equipa e foi assim que começou a história do Seixal Clube 1925, novamente em seniores. No final destes quatro anos decidi parar porque tudo tem o seu tempo. Entendi que chegou a altura de parar no Seixal a nível de equipa sénior e não por nenhuma razão específica, foi o fim de um ciclo.

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Portanto, a saída nada teve a ver com resultados?

Não, de forma nenhuma. O Seixal subiu o ano passado à 1.ª divisão distrital, este ano fizemos o campeonato possível, se é que se pode chamar a isto campeonato. Nós tivemos um jogo em Outubro e outro em Novembro, quando veio o confinamento tínhamos apenas dois jogos feitos e depois fizemos quatro jogos em 10 dias, é uma coisa absurda. Estivemos um ano a treinar para fazer 10 jogos e no caso do Seixal foram quase todos realizados no mesmo mês. Foi um campeonato atípico mas o Seixal acaba por ficar no meio da classificação misturado com outras equipas que já estão na 1.ª divisão há bastante tempo. Portanto, a nível de resultados não foi um campeonato excelente mas foi o campeonato possível dentro das circunstâncias.

A classificação é positiva mas se calhar ainda poderia ter sido melhor…

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Os atletas que faziam parte do plantel estavam ali só por amor à camisola, mesmo assim conseguimos formar uma excelente equipa. Os jogadores estavam sempre presentes nos treinos e deram tudo o que tinham. Se fosse um campeonato normal poderíamos ficar um pouco mais acima, mas no futebol o se não existe. Para a época de estreia na primeira divisão creio que não foi mau. Não havia descidas de divisão mas se houvesse o Seixal estava livre disso. Ou seja, o objectivo estaria cumprido.

Apesar de teres deixado o cargo de treinador da equipa sénior vais continuar ligado ao clube?

Sim, é verdade. Vou continuar como coordenador da formação. O assunto foi conversado com a direcção e foi uma decisão tomada por mim. Continuo ligado ao clube pelo menos na próxima época, depois logo se verá. Sou professor e treinador e o que mais gosto de fazer é treinar mas, neste momento não. Foi apenas um ciclo que se fechou, ninguém se zangou com ninguém.

E a prova disso é que foste homenageado pelo clube no último jogo realizado em casa…

A minha decisão já estava tomada há algum tempo mas eu quis deixar passar aquela sequência de quatro jogos em 10 dias, optei por deixar correr o tempo para sair na altura certa. Na semana anterior ao jogo com o Barreirense informei a direcção da minha intenção e eles fizeram-me uma bonita homenagem, que agradeço. A nossa ligação continua porque para além da relação que tenho com o clube, que é de muitos anos porque fui atleta na formação, em sénior e agora treinador, também tenho uma relação de amizade com as pessoas que estão à frente do clube.

Por aquilo que disseste há pouco fica a ideia de que estás receptivo a convites que possam surgir…

Não vivo obcecado com isso, até porque tenho familiares que estão no futebol profissional, como é o caso do meu irmão [Rui Correia, defesa-central do Nacional] e sei muito bem como as coisas no futebol funcionam. Como disse, não estou obcecado em treinar, muito sinceramente neste momento só iria treinar se fosse com um projecto diferente e de maior ambição. Não me faz qualquer confusão estar parado, senão, não tinha tomado a decisão de sair.

Crescer passo a passo Gente da terra tem grande paixão pelo clube

Tiago Correia é um homem da casa que vive o Seixal Clube 1925 como poucos. Neste sentido, quisemos registar a sua opinião sobre a forma como está a sentir a sua evolução e até onde pode chegar com este projecto.

“Nos últimos tempos tem mostrado que é capaz de crescer todos os anos. O clube tem crescido na formação e também nos seniores, acredito que pode continuar a crescer mas passo a passo, com calma e sem grandes pressas para que o crescimento seja sustentável. É importante que não se coloque em grandes aventuras. O clube está a ser gerido por gente da terra que jogou muitos anos no Seixal, gente que tem uma grande paixão e vive o clube de forma intensa. Por isso, é natural que todos queiram que o clube venha a ter o maior sucesso”.

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