Pelezinhos vão ter equipa sénior para dar continuidade aos escalões de formação

Pelezinhos vão ter equipa sénior para dar continuidade aos escalões de formação

Pelezinhos vão ter equipa sénior para dar continuidade aos escalões de formação

O projecto é inovador porque a equipa será formada na sua totalidade por atletas do clube. Quem não vestiu a camisola dos “peles” não pode fazer parte dela

 

O Clube Desportivo “Os Pelezinhos” é uma referência do futebol de formação no distrito de Setúbal e recentemente viu reconhecido o seu trabalho com a atribuição de três estrelas no processo de certificação de entidades formadoras.

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É também detentor da Bandeira da Ética e prepara-se agora para dar início a um projecto inovador, a criação de uma equipa de futebol sénior que será formada na sua totalidade por atletas que representaram o clube, numa clara aposta na prata da casa.

Em entrevista ao SETUBALENSE, o presidente da direcção, José Pereira, abordou estes e outros assuntos, nomeadamente o acto eleitoral da AF Setúbal, os efeitos da pandemia e o apoio da Câmara Municipal de Setúbal no apoio que deu recentemente para aquisição dos testes.

Que significado teve para o clube a atribuição de três estrelas no processo de certificação de entidades formadoras? 

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Para o clube é uma mais-valia. Foi um processo que envolveu muitas pessoas, desenvolvido em muitos meses de trabalho intenso e em muitas horas. Mas, isto é fundamental para o crescimento do clube por causa dos subsídios que vêm aí para a formação.

E a bandeira da ética?

A ética é uma das coisas que primamos no clube para eu não haja discriminação e que todos possam ser tratados por igual. No fundo, vai também de encontro àquilo que é o nosso lema: formar, competir e crescer, formando homens com fair-play.

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O clube tem vindo a promover um ciclo de conferências com nomes conhecidos do futebol. Como tem decorrido a iniciativa?

Tem corrido bem, foi uma aposta ganha. A ideia partiu de um antigo treinador dos Pelezinhos, Olívio Cordeiro. Ele colocou-nos o desafio, eu falei com o Paulo Gorjão, e avançámos com a iniciativa, à qual queremos dar continuidade porque é de interesse para todos. O Olívio Cordeiro tem sido muito importante no desenvolvimento do projecto que conta com a participação de gente bem conhecida do futebol e dos setubalenses.

Na próxima época o clube quer ter uma equipa de futebol sénior na 2.ª Divisão Distrital. É já uma certeza?

Ainda não há nada de concreto. Já falámos com a Câmara Municipal, nomeadamente com vereador Pedro Pina e com professor José Pereira que se mostraram receptivos à ideia e está tudo bem encaminhado nesse sentido. O único problema é a falta de espaço para a equipa treinar porque só temos um campo que está todo ocupado com os escalões de formação. Portanto, por parte da Câmara Municipal não há qualquer obstáculo, é só uma questão espaço para a equipa treinar. No fundo, trata-se apenas de uma questão burocrática.

Com que objectivo vai ser criada esta equipa?

A equipa será formada apenas por atletas que já representaram “Os Pelezinhos”. O nosso objectivo passa por dar continuidade aos atletas da formação. As nossas equipas de juniores normalmente são constituídas por jogadores de primeiro ano, porque quando chegam ao segundo vão-se embora para outros clubes porque não têm continuidade no nosso. Com a criação da equipa sénior esta situação vai mudar certamente. Queremos ficar com a prata da casa.

Pelo clube têm passado alguns nomes conhecidos do futebol português?

Sim, é verdade. Ao longo dos 38 anos passaram pelo clube muitos jogadores, como por exemplo, o José Pedro, Bruno Ribeiro, Nascimento, João de Deus, Frechaut, Ruben Vezo, Leonardo Chão, e o André Gomes, que está no Amora, e muito recentemente fez uma referência à passagem pelo nosso clube no Canal 11. Quando falamos sobre este novo projecto muita gente fica admirada porque até hoje não houve nenhum clube a fazer o mesmo que nós, ter uma equipa sénior só com atletas que passaram pelo clube. Se não tiver sido atleta dos “peles” não entra na equipa.

No acto eleitoral para a AF Setúbal apoiou a lista que saiu derrotada. Não está arrependido de ter tomado publicamente essa posição?

A direcção decidiu, não estamos nada arrependidos disso. As eleições não são pessoais mas sim institucionais e como tal da lista vencedora não conhecíamos nenhum projecto para este mandato enquanto da outra lista havia um programa bastante detalhado e interessante. O Francisco Cardoso limitou-se praticamente a pedir um voto em branco e isso, do nosso ponto de vista, não foi positivo. Mas, como foi eleito, enquanto exercer funções, é também o nosso presidente. Os clubes do distrito estão divididos, vai haver uma grande expectativa para ver como decorre este primeiro ano de mandato.

Como viveram “Os Pelezinhos” a onda pandémica que causou em todos nós grandes preocupações?

Da primeira vez foi muito complicado e nós estávamos com bastante receio porque perdemos muitos atletas. Agora, desta vez, a partir de Janeiro, começámos com 160 atletas e já estamos perto dos 200. Temos tido muita procura de miúdos mais novos e muitos pais a perguntar o que têm que fazer para virem treinar. Estamos muito satisfeitos, é sinal de que estamos a trabalhar bem. Temos conhecimento que há clubes em situação muito difícil e nós felizmente com o regresso de muitos atletas. Isto é gratificante.

Há algo mais que queira referir?

Lamentar que o futebol de formação tenha sido dos mais castigados pela pandemia pelo facto de não ter havido qualquer tipo de apoio aos clubes. O futebol de formação foi o patinho feio da DGS. Honra seja feita à Câmara Municipal de Setúbal que recentemente apoiou financeiramente os clubes para fazer face às despesas dos testes à covid, medidas de segurança e higienização. Os primeiros testes foram cedidos pela AF Setúbal mas agora se os tivéssemos que comprar seria muito complicado.

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