Associação “Dá-me a tua mão” sonha ter um refeitório social para ajudar mais pessoas carenciadas do Seixal

Associação “Dá-me a tua mão” sonha ter um refeitório social para ajudar mais pessoas carenciadas do Seixal

Associação “Dá-me a tua mão” sonha ter um refeitório social para ajudar mais pessoas carenciadas do Seixal

Conhecida por todos na Feira de Velharias como dona Vitória

A comunidade ajuda e a Paróquia cede as instalações. É assim que a “Dá-me a tua mão” chega a quase 600 pessoas

A associação de solidariedade social sem fins lucrativos, “Dá-me a tua mão”, dedicada à ajuda humanitária e apoio alimentar, é a base de conforto para muitas famílias carenciadas da área da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, e também da freguesia de Amora. Um dos sonhos da instituição é conseguir um refeitório social, com balneários e máquina de lavar roupa.

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Com uma banca montada na Feira de Velharias do Seixal e Amora, a associação anuncia-se através de uma tarja de pano onde inscreve o seu nome. É aí que expõe e vende alguns objectos para ajudar a instituição a levar em frente a sua missão solidária.

A presidente da “Dá-me a tua mão”, Maria Dulce Castanheira, conta a O SETUBALENSE sobre o trabalho filantropo da associação, como se articula entre voluntários e instituições e como chega às pessoas mais carenciadas do território que abrange.

A “Dá-me a tua mão” começou a dar os primeiros passos “em 2004, de forma informal, distribuindo comida aos sem-abrigo. Só em 2005, com as irmãs [por convicção cristã católica] Doroteia e Arminda – que foi a primeira presidente da associação -, que esta se alargou à sociedade laica e conseguiu instalações, fornecidas pela Paróquia de Arrentela”, explica Maria Dulce Castanheira.

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Todos são voluntários

O apoio solidário é prestado por voluntários que se encarregam da distribuição da comida. Quanto às outras contribuições, “chegam-nos de particulares e das autarquias, com as quais temos contratos-programa. Outra valiosa ajuda é do Banco Alimentar, onde levantamos géneros alimentares todas as semanas. Por exemplo, em 2020, a Câmara do Seixal ofereceu-nos uma carrinha, cujo valor vai além do consagrado no contrato-programa”.

Quanto ao funcionamento do apoio solidário prestado pela associação, “todos os dias a carrinha faz um giro pelos pontos de entrega, localizados em Amora e na União de Freguesias, previamente determinados. Quem aparece recebe sempre alguma comida. Quando podemos, encaminhamos alimentos para outras instituições sociais”.

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“A comida que nos doam vai para os sem-abrigo, para os abarracados, para aqueles que não têm condições de cozinhar. Procuramos dar respostas aos desfavorecidos, aqueles que sentem mais carências sociais”, continua Maria Dulce a descrever o trabalho social da associação.

 

Cabazes chegam a 580 necessitados

“O Banco Alimentar de Palmela fornece-nos artigos de mercearia e frescos, que depois encaminhamos em cabazes, às quintas e sextas-feiras de manhã, após recebido o pedido dos interessados. São cerca de 180 cabazes, cujo conteúdo chega a 580 pessoas. Na volta com a carrinha, são ajudadas entre 80 e 95 pessoas”.

A presidente da associação gostava que esta dispusesse de outras estruturas, e comenta: “somos voluntários e isto cria determinadas limitações. Gostava que evoluíssemos para um refeitório social, por exemplo, com balneários, máquinas de lavar roupa e outro tipo de dignidade”.

Diz Maria Dulce que “não sabe o que nos reserva o futuro, mas para os carenciados seria muito importante melhorar de condições”.

 

Vitória da Feira de Velharias

Chama-se Maria da Vitória, mas toda a gente que passa pela banca da “Dá-me a tua mão”, na feira das velharias, a conhece simplesmente por dona Vitória. E lá está todos os sábados, ou na marginal de Amora, ou na marginal do Seixal.

“Saio de casa às 7h00, pois há que fazer a carrada; antes das 8h00, já estou no espaço da feira, onde permaneço até às 19h00”. Não se queixa, mas salienta: “demoro muito a arrumar e a dispor tudo como deve ser. Mas tem que ser assim para a associação ganhar um dinheirito. Como todos os objectos são oferecidos, tudo é lucro, umas vezes mais, outras vezes menos. Houve um sábado, por exemplo, em que fizemos 180 euros. Sempre ajuda a custear pequenas despesas”.

O voluntariado da dona Vitória começou em 2004, depois de se ter reformado, um ano antes. “Uma pessoa vinha fazer a feira, mas custava-lhe muito, porque era doente. Assumi, então, essa carga. Agora sou eu que preciso de alguém para me ajudar”.

Quanto há feira, apareceram muitos mais feirantes nos últimos tempos. É a necessidade de se fazer algum dinheiro. Por isso, este espaço vai manter-se, mas eu estou à espera de alguém que tome conta da banca da ‘Dá-me a tua mão’. O ideal seria arranjar um armazém com condições para receber as pessoas”, comenta.

 

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