Filósofo, ambientalista, académico, mas também homem de acção em múltiplos projecto e desafios, Viriato Soromenho-Marques é, não só, um dos nomes maiores de Setúbal – do restrito grupo onde pontificam Bocage e Luísa Todi – mas um dos mais brilhantes intelectuais portugueses do nosso tempo. Para nós, e após o desaparecimento de tantos outros vultos extraordinários recentes, como Agostinho da Silva, Eduardo Lourenço ou João Lobo Antunes, será mesmo o mais brilhante entre os portugueses vivos.
A escolha deste ilustre setubalense para director da edição de aniversário tem, por isso, uma função de dupla e reciproca homenagem, do jornal a Viriato Soromenho Marques, assumindo O SETUBALENSE a sua quota-parte do reconhecimento de que a cidade lhe é devedora, mas também – é assim que interpretamos a pronta aceitação do convite – do singular filha da terra ao jornal e à sua história quase bicentenária.
Esta feliz circunstância é, igualmente, uma oportunidade única para oferecer aos leitores mais uma prova de que O SETUBALENSE mantém toda a força e vigor no esforço de construção de um jornalismo melhor.
A verdade, que elegemos para tema central de aniversário, é o nosso farol permanente mas, porque temos consciência de muitas limitações e constrangimentos, queremos assinalar a sua importância, para que brilhe mais forte. Quantas mais pessoas, e mais profundamente, perceberem o valor da verdade, melhor será a iluminação e a sua capacidade para entrar nas muitas zonas de sombra que persistem ou estão a nascer.