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Sebastião da Gama em Itália e um espaço para a memória

Sebastião da Gama em Itália e um espaço para a memória

Sebastião da Gama em Itália e um espaço para a memória

15 Abril 2021, Quinta-feira

Em 10 de abril celebrámos os noventa e sete anos do nascimento do poeta Sebastião da Gama (1924-1952). Temos, este ano especial ocasião para, ainda mais condignamente, relembrarmos tão importante personalidade da Literatura e da Pedagogia, nascida em Azeitão e a caminho da internacionalizar-se.

À esquerda: capa da tradução para italiano de “Diário”, de Sebastião da Gama, por Maria Antonietta Rossi (2021). À direita: capa da mais recente edição portuguesa de “Diário”, de Sebastião da Gama (Editorial Presença, 2011), com organização, introdução e notas de João Reis Ribeiro.

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Após a cuidada publicação de “Diário”, primeiro volume da projetada edição das obras completas de Sebastião da Gama, sob coordenação do Professor João Reis Ribeiro, pela Editorial Presença (2011), teve lugar a inauguração da “Casa-Memória Joana Luísa & Sebastião da Gama”, em Vila Nogueira de Azeitão, sábado último.

Dos esforços conjugados da Câmara Municipal de Setúbal, da Freguesia de Azeitão e da Associação Cultural Sebastião da Gama abre-se assim à comunidade – segundo os promotores – um novo equipamento cultural resultante de um projeto de “divulgação da obra e da mensagem do poeta azeitonense”, a que se vinha dedicando também a esposa do poeta, Joana Luísa de Oliveira Rodrigues da Gama (1923-2014).

Entretanto, saiu dos prelos a tradução para italiano, por Maria Antonietta Rossi, daquela referida obra (Firenze, Lorenzo de’Medici Press, 2021).

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A publicação portuguesa de “Diário” agora disponível, organizada e anotada por J. Reis Ribeiro que produziu também uma muito enriquecedora “introdução” ao volume – na realidade, uma completa biografia, minuciosa análise histórica e literária e uma cronologia que ultrapassando o dia da morte de Sebastião da Gama (7 de Fevereiro de 1952), se prolonga até ao ano de 2010 – constitui um marco editorial incontornável, desta comovente e preciosa obra de Sebastião da Gama. Completa a moderna e primorosa disponibilização de “Diário”, a reprodução do prefácio à obra, escrito por Hernâni Cidade, aquando da primeira edição do livro, em Janeiro de 1958.

Precisamente naquele ano de 2010, em Abril, foram publicados em Itália (Viterbo, Edizioni Sette Città), excertos de “Diário”, traduzidos e anotados por Maria Antonietta Rossi. Esta investigadora na Universidade para Estrangeiros, de Siena, onde leciona Língua Portuguesa e Tradução, apresenta agora a versão italiana integral da obra, dando assim continuidade a um promissor processo de merecida internacionalização de toda a produção literária de Sebastião da Gama.

Aquando da inauguração do novo espaço cultural “Casa-Memória Joana Luísa & Sebastião da Gama”, em Vila Nogueira de Azeitão, foi publicado um bem concebido programa, no qual se recorda: “Sebastião da Gama afirmou-se pela poesia, pela pedagogia, pela preocupação com a Arrábida e pela disponibilidade para os outros, sempre com uma alegria contagiante. Em vida publicou três livros – “Serra-Mãe” (1945); “Cabo da Boa Esperança” (1947) e “Campo Aberto” (1951) – e colaborou em várias revistas literárias e jornais.

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“Depois de 1952, foram publicadas sete obras póstumas, abrangendo o ensaio, o diarismo e a correspondência, sendo de destacar o “Diário” (1958), obra em que relata e reflete sobre a sua prática pedagógica. Entre os seus manuscritos, constam muitos poemas inéditos e correspondência ainda não divulgada”.

Este mesmo documento ajuda-nos a bem compreender a denominação “Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama”, onde poderá, a partir de agora, obter-se “informação sobre os patronos, contactar com alguns objetos que lhes pertenceram, consultar biblioteca e proceder a investigação relacionada com a obra do poeta e pedagogo”:

“Joana Luísa e Sebastião da Gama conheceram-se desde a infância. O namoro ocorreu entre Azeitão, Arrábida e muita poesia. Casados em maio de 1951, no Convento da Arrábida, passaram a viver em Estremoz no ano letivo de 1951-52 até ao falecimento do jovem poeta”. O resto da vida de Joana da Gama “foi norteado pela preservação da obra do marido, incentivando as publicações póstumas e o estudo da obra de Sebastião da Gama”.

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