Pessoas com mais de 80 anos e maiores de 50 com patologias associadas são prioridade nesta fase inicial. Primeiro dia muito concorrido
A vacinação no Centro de Vacinação de Pinhal Novo (instalado pela Autarquia no Pavilhão Municipal, por indicação do ACES Arrábida) teve início esta segunda-feira.
Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, foi espectador atento na hora do arranque de mais uma importante fase num complexo processo de protecção das populações contra o coronavírus. O autarca gostou da adesão que viu nas primeiras horas e espera que esta dinâmica continue e aumente se possível. “Estamos satisfeitos com o que vimos. Da nossa parte estamos empenhados em dar todas as condições para que este processo entre em velocidade de cruzeiro”. O ACES, revela, “entendeu chamar pessoas de outras freguesias para que não fossem excluídas deste processo. Nesse sentido, para todos os que necessitem de transporte para se deslocarem aqui a Pinhal Novo, preparámos dois circuitos, um na parte poente, outro na parte nascente”.
Esta estrutura com capacidade para administrar 150 vacinas diariamente, conta com um médico e seis enfermeiras em regime permanente. Tem oito pequenos e isolados gabinetes médicos para a toma da vacina. Dispõe ainda de um espaço, com cerca de 20 lugares, onde os utentes esperam para se verificar da existência de alguma reacção do organismo à vacina.
Numa primeira fase, serão abrangidas as pessoas maiores de 80 anos e maiores de 50 anos com patologias associadas. A duração desta fase está dependente do número de vacinas disponibilizadas ao ACES – Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida, responsável pelo processo de vacinação nos Municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal.
Neste dia marcante na luta contra a Covid-19, o concelho de Palmela registava no total 167 óbitos e 615 casos activos. Números que Álvaro Amaro, revelou com expressão dura na face. O presidente, em jeito de balanço de 12 longos meses, confessou a O SETUBALENSE que foram muitas a alturas de preocupação extrema. “Nalguns momentos sentimos desânimo, sobretudo por não saber como agir e contribuir para que o número de casos parasse”. Um cenário que “poderia ser diferente se tivesse sido feita uma testagem em massa à escala prevista, mas não concretizada, nas fábricas, nas escolas ou na construção civil. Isso ter-nos-ia permitido tomar medidas mais atempadas”.
O presidente explica que a autarquia teve “uma primeira preocupação com a residências para idosos. Inicialmente tínhamos referenciados 25 lares, mas neste momento esse número é de 81. Mas estamos a trabalhar para que o mais rapidamente possível todos estejam protegidos”. Até agora o processo de vacinação em lares/estruturas residenciais já abrangeu 32 instituições, num total de 1.232 utentes e funcionárias/os, estimando-se que esse número possa aumentar com as várias programações previstas ao longo desta campanha.
Para além desta atenção aos mais vulneráveis, a Autarquia, destaca o trabalho feito junto de outros sectores de actividade. No geral, as contas dizem que cerca de 1500 pessoas já foram vacinadas no concelho com uma população der 65 mil habitantes. Álvaro Amaro, diz que o momento não é de “chorar sobre leite derramado”, mas sim de “construir construir o futuro, apostar forte e rápido na vacinação e na testagem em massa”.
Face aos números, o autarca diz que é tempo de pensar em aliviar as restrições mas com muito critério. “Podemos desconfinar mas a higienização das mãos e outros cuidados, como o distanciamento social e o uso mascara, vão fazer parte das nossas vidas durante muito tempo. Mesmo com a vacinação vamos ter muitos meses até isto estabilizar”.
Posto móvel Ajuda na vacinação a idosos isolados
Para dinamizar ainda mais um processo de vacinação “cada vez mais intenso” a Autarquia, revela Álvaro Amaro, está a “avaliar” colocar no terreno um posto móvel que pode ir “onde é mais difícil”. Trata-se, explica, “de uma carrinha que adquirimos e que está a ser preparada para o efeito. É uma iniciativa no âmbito do projecto Percurso Em Rede Para a Inclusão Activa. No final do mês deverá estar pronta a ser utilizada e já desafiámos o ACES a participar nesta iniciativa. Nós já temos um protocolo com a ARS para desenvolver um trabalho de proximidade vocacionado para a prevenção, diagnósticos e visitas de acompanhamento a idosos isolados”. Para Álvaro Amaro, “conseguir potenciar este serviço na ajuda à campanha de vacinação em curso seria uma enorme mais-valia”.