Jogadores recusaram propostas em que iam ganhar o dobro ou o triplo, diz treinador do Vitória

Jogadores recusaram propostas em que iam ganhar o dobro ou o triplo, diz treinador do Vitória

Jogadores recusaram propostas em que iam ganhar o dobro ou o triplo, diz treinador do Vitória

“Recusaram por não abdicarem do propósito que os levou a iniciar esta caminhada”, disse o técnico

 

A boa campanha do Vitória Futebol Clube, actual líder destacado da série H do Campeonato de Portugal, não tem passado despercebida a quem segue o fenómeno desportivo. Com vários jogadores em destaque na equipa setubalense, alguns foram no passado mês de Janeiro aliciados por outros emblemas com propostas mais vantajosas em relação aos contratos que têm rubricados com os vitorianos.

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A revelação foi feita esta semana pelo treinador Alexandre Santana em entrevista à página de Facebook ‘Campeonato Portugal – Campeonato das Oportunidades’. “Os jogadores que temos são pessoas ímpares. Alguns deles, no período de transferências, receberam propostas com o dobro e triplo dos valores que têm nos seus contratos no Vitória e recusaram por não abdicarem do propósito que os levou a iniciar esta caminhada”.

O timoneiro dos sadinos refere que a decisão dos atletas em permanecer extravasa as questões monetárias. “Temos de comer, mas há aqui muito mais do que a questão financeira. “Falamos de questões emocionais de pessoas fantásticas que amam o clube. Tem sido isso que nos tem segurado”, considera, dando o exemplo de dois atletas setubalenses que são referências para os mais jovens e que têm uma forte ligação afectiva ao Vitória.

“Temos um Zequinha que é o melhor marcador da formação do Vitória com quase 400 golos nesses escalões e uma história fantástica. Temos um capitão de equipa, o Semedo, que jogava na formação do Sporting e, quando vinha defrontar o Vitória, olhava para o Zequinha, que jogava no clube que ambos representam hoje, como um ídolo porque jogava no Vitória e ele não conseguia”, disse, lembrando que a “equipa tem jogadores muito jovens e quatro muito maduros [Mano, Nuno Pinto, Semedo e Zequinha]. Há um equilíbrio”.
Mesmo sem adeptos nas bancadas devido à pandemia de covid-19, Alexandre Santana vinca o apoio que todos em campo sentem quando jogam. “São 1000, 1500, 2000 pessoas a ver os jogos e esse carinho entra na equipa. Temos adeptos fantásticos que nos fazem chegar o calor ao campo. As claques e as pessoas envolvidas deram-nos um suporte brutal, uma coisa assustadora”, refere.

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“Não entramos em clima de euforia”

Com 12 triunfos e dois empates em 14 partidas no Campeonato, o treinador deixa um alerta. “Não queremos defraudar ninguém, mas alerto que não vamos ganhar sempre. Não há clube nenhum no mundo que o faça, mas há clubes que o fazem mais do que outros. Quando estamos num clube de coração a possibilidade de defraudar é menor e a de sucesso é maior. Sabemos que vamos ter momentos menos bons e as pessoas têm de estar preparadas para isso. Não entramos em clima de euforia”.

Na entrevista à página de Facebook ‘Campeonato Portugal – Campeonato das Oportunidades’, Alexandre Santana fez questão de deixar uma palavra aos seus adjuntos. “Tenho uma equipa técnica fantástica e tenho de agradecer-lhes de uma ponta à outra. Tenho de ser esperto para poder usufruir de tudo aquilo que eles sabem para me poder complementar. Cada um tem virtudes fantásticas e tenho de conseguir ‘sacar’ deles tudo aquilo que têm de bom para a equipa e o clube. Têm sido inexcedíveis. Todos juntos ajudamo-nos a levantar nos momentos menos positivos para levar a coisa para a frente”.
Apesar do primeiro lugar na tabela, o treinador do Vitória desmistifica a ideia de que se trata de uma competição fácil. “Temos feito uma caminhada sem derrotas, algo tranquila do ponto de vista do que trabalhamos. No entanto, não tem sido fácil. A ideia de que há jogos fáceis nesta divisão é errada. A nossa responsabilidade tem sido direcionar a equipa para o treino e para o jogo. Não tem sido fácil porque há muito barulho à volta”.

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“Hoje sinto-me um verdadeiro vitoriano”

O mérito é, sobretudo, dos atletas, vinca. “Os jogadores têm sido fantásticos. A resposta que têm dado a cada treino e jogo tem ido muito para além do que seria expectável. Não só pela qualidade que têm, mas também pela capacidade de se abstraírem do que é menos positivo”. Os dirigentes também são elogiados. “Todos em conjunto têm feito um grande trabalho. Não eu, mas a equipa técnica, os jogadores, os directores e as pessoas que estão envolvidas no processo desde o primeiro dia”.

E acrescenta: “Tiro-lhes o chapéu! O Vitória vive um momento complicado, mas sentimos que as pessoas que estão por dentro tudo têm feito, a cada dia que passa, para que as coisas estejam melhor e o caminho se consiga trilhar para, todos juntos, colocarmos o Vitória no lugar que merece”, disse o treinador que continua a preparar a equipa para o duelo de domingo, no estádio do Bonfim, pelas 15 horas, diante do Olhanense.

Aos 42 anos, Alexandre Santana confessa-se feliz pela experiência que está a viver no clube. “Apesar de não ter começado aqui a minha experiência de treinador, o Vitória foi onde mais cresci e mais vivi. Não nasci vitoriano nem em Setúbal, mas aprendi a gostar do Vitória. Hoje sinto-me um verdadeiro vitoriano. É uma dificuldade tremenda separar o lado emocional do profissional”.

 

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