Nas últimas eleições legislativas os portugueses confiaram de forma muito clara no Partido Socialista para liderar os destinos do país e numa maioria de Esquerda para assegurar que o Estado Social é defendido, reforçado e está ao serviço de todos.
Foi por isso que, pela mão do PS, o Orçamento do Estado para 2020 continuou a ser construído à esquerda e o de 2021, aprovado em votação final na semana passada, seguiu a mesma direção e não recuou um único milímetro em relação ao caminho dos últimos cinco anos. Pelo contrário: a todas as conquistas já alcançadas até aqui somaram-se agora muitas outras respostas importantes como o aumento do subsídio de desemprego, a criação de uma nova prestação social de proteção ao rendimento, o aumento das pensões mais baixas ou o reforço do investimento no Serviço Nacional de Saúde concretizado em mais 1200 milhões de euros, na contratação de mais 4200 profissionais ou na criação do subsídio de risco aos profissionais de saúde que estão na linha da frente da COVID.
Não impôs austeridade, não aumentou impostos, não cortou rendimentos. Fez o oposto, apoiando a economia, mas não deixando, ainda assim, de ser um Orçamento prudente e responsável, que não põe em causa o caminho de recuperação estrutural do país iniciado em 2015, e que se concentra na resposta a uma exigência de todos: o combate à pandemia causada pela COVID-19.
A defesa do Estado Social em tempo de crise afasta evidentemente a Direita das soluções que este Orçamento trouxe. Tal já era esperado. Afasta um PSD sem rumo e em crise de identidade, que navega à bolina entre posições de legitimação da extrema direita bafienta e evocações à sua matriz Social Democrata. Um PSD cujo único sentido de orientação é o de criar instabilidade política num momento de crise.
Menos compreensível é a deserção do Bloco de Esquerda. É sempre mais apetecível ficar de fora quando os tempos são difíceis. Mas a responsabilidade e a procura de entendimentos e consensos entre os partidos são um imperativo democrático exigido pelos cidadãos. Não nos bastam partidos presos aos seus interesses táticos e individuais, precisamos sim de forças políticas que sejam capazes de fazer compromissos, de trazer soluções. E se isto é verdade em tempos normais, é uma obrigação em tempos excecionais. Ainda para mais com um Orçamento que é de Esquerda.
No distrito de Setúbal os avanços que este Orçamento traz são muito concretos: desde a construção do Hospital do Seixal, à previsão das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, da remoção de amianto nas escolas ao reforço do programa de apoio à redução tarifária nos transportes, entre muitas outras conquistas. Não nos iludamos: o país, a Europa e o mundo enfrentam uma situação de consequências económicas e sociais muito complicadas e imprevisíveis. Mas, em todos os contextos, mesmo nos mais difíceis, fica uma vez mais demonstrado que o país e o Distrito de Setúbal saem sempre mais reforçados quando é o Partido Socialista que está no poder.