28 Junho 2024, Sexta-feira

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Comissão que acompanha dragagens indica que pesca no Sado não sofreu

Comissão que acompanha dragagens indica que pesca no Sado não sofreu

Comissão que acompanha dragagens indica que pesca no Sado não sofreu

ALEX GASPAR

Para a Setúbal Pesca a campanha deste ano no Sado correu melhor do que o esperado, mas a Sesibal tem opinião diferente

A Comissão Eventual da Assembleia Municipal de Setúbal para o acompanhamento do projecto de Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal (APSS), vai apresentar em Dezembro aos deputados municipais as primeiras conclusões sobre os efeitos da primeira fase de dragagens no rio Sado nos recursos de pesca. Numa primeira análise, esta mega-operação no rio “não teve influência negativa nos recursos de pesca, tendo sido este um bom ano de campanha”.

Assim o diz Jerónimo Lopes, presidente desta comissão, a qual já ouviu as associações de pescadores e a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, entre outras entidades, e vai agora avançar para uma última audição.

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“A seguir vamos discutir no âmbito da comissão sobre as informações recolhidas e produzir um relatório- Na primeira quinzena de Dezembro, serão apresentadas algumas das conclusões em reunião da Assembleia Municipal”, avança Jerónimo Lopes.

Data que praticamente coincide com a previsão para que estejam concluídos os trabalhos de dragagem no Sado, que recomeçaram a 11 de Novembro. Como adianta a APSS, em resposta por escrito a O SETUBALENSE, a operação deverá “terminar a 15 de Dezembro”.
Com a Comissão Eventual da Assembleia Municipal de Setúbal a receber ainda informações, o seu presidente avança que, de “forma geral, as associações de pescadores não sentiram impactes negativos”, mais do que isso, “algumas dizem que, este ano, a campanha de pesca foi muito positiva”.

Onde são apontados aspectos “menos bons, depois das dragagens, é na apanha de bivalves, caso da amêijoa branca”, diz o responsável da comissão, que alerta existirem questões que “ainda não estão fechadas”.

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Seja como for, e com a avaliação ainda a decorrer, tudo indica que em relação às pradarias marinhas no Sado “não houve alterações negativas”.

Também o presidente da Setúbal Pesca – Associação da Pesca Artesanal, Daniel Ferreira, afirma que este tem sido um bom ano de campanha, e foi isso que transmitiu à Comissão Eventual da Assembleia Municipal de Setúbal.

“No rio temos apanhado muita dourada e robalo”, diz como exemplo, e mesmo ao nível do choco, “dizem-nos os nossos associados que fazem a pesca do choco, que foi um ano acima da média”.

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Mas aqui Daniel Ferreira coloca uma segunda variável. “Com o Estado de Emergência que decorreu no País, houve menos pescadores lúdicos e desportivos no Sado, o que foi bom para quem vive, no seu dia-a-dia da pesca do choco”.

O responsável da Setúbal Pesca admite que quando se começou a falar das dragagens para Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal, temeu pelo futuro da pesca no rio Sado, mas quando a associação foi colocada a par do trabalho que ia decorrer, e depois de ter observado, a bordo da draga, o muito de sujidade que estava a ser retirado do rio, como plásticos e borrachas, “ficámos satisfeitos”.

“Por baixo das lamas a areia é branca”. “O rio foi limpo o que é bom para o peixe, que não gosta de viver entre detritos”. Por isso, “podemos dizer que as dragagens não prejudicaram em nada a nossa pesca”, mas volta a reparar que, no caso do choco, “contribuiu em muito não haver pescadores lúdicos”.

Também para a apanha de bivalves este tem sido “um bom ano para os mariscadores”, tanto de lingueirão como de amêijoa-branca”, afirma o presidente da Setúbal Pesca, associação que reúne mais de uma centena de sócios, que operam tanto no rio como na linha de costa. E aqui é que a opinião diverge do que diz Jerónimo Lopes.

Divergente no todo está o presidente da Sesibal, Ricardo Santos, que afirma serem as dragagens “prejudiciais para as colónias de peixes”, por “alterarem a cadeia alimentar”.
Por outro lado, diz este responsável pela associação de pesca de cerco, que as dragagens “levantaram lamas dos fundos que ficam nas redes de pesca e dificultam o emalhar do peixe”, perante isto, “este foi o pior ano dos últimos dez, para a pesca do salmonete, besugo, lula e de choco”, afirma.

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