Projecto começou em Julho deste ano e quer dar expressão à cidadania ecológica
Destinado a todos os que gostam de proteger a natureza e o ambiente a partir da sua própria comunidade, o eco grupo para a Transição Ecológica Voluntária – TrEVo nasceu oficialmente a 31 de Julho, pela vontade de “cuidar melhor do planeta Terra, a nossa casa comum”. Foi criado pelo Centro Comunitário da Quinta do Conde e está neste momento a dar os seus primeiros passos enquanto grupo ecológico.
“O nosso objectivo é que consigamos fazer uma transição para um futuro mais sustentável pela educação, sensibilização e despertar para estas realidades e não com base em multas e obrigações”, começa por dizer David Cordeiro, um dos fundadores, a par da sua mãe, do eco grupo, a O SETUBALENSE. “Pretendemos garantir a sustentabilidade futura em todos os aspectos. Não somos um grupo ambiental mas sim um eco grupo, uma vez que a ecologia é a relação entre o ambiente e os seres vivos e a relação entre os seres vivos entre si”, adianta.
Tudo começou com uma página na rede social Facebook, com o nome “Hello Biodiversidade”, e hoje o TrEVo divide-se em quatro núcleos de acção, entre a protecção dos animais; a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, urbanismo ecológico, arborização e espaços verdes; a gestão de resíduos e a descarbonização e a gestão sustentável dos recursos naturais, o consumo responsável e a cooperação ecológica.
“Apoiamos ainda o comércio local e as famílias. Uma família que não tenha capacidade financeira vai ao supermercado e pode não poder comprar o que é mais sustentável porque muitas vezes é mais caro”, explica, frisando que o lema “pensar global, agir local” é “um dos princípios do TrEVo, por considerar que “a transformação só poderá acontecer assim”.
A pandemia está agora a limitar a acção do grupo, que até ao momento apenas realizou a acção “NossoChãoSemLixo”. “Estávamos a pensar fazer uma nova caminhada, uma vez que tínhamos várias pessoas interessadas em participar, mas ficámos novamente reduzidos a grupos de cinco pessoas”, conta.
Nem por isso as ideias escasseiam. Em cima da mesa está a realização de um documentário que reúne entrevistas a vários idosos do Centro Comunitário sobre a relação que estabelecem com os seus animais: “Muitas das vezes os idosos vão para os lares e não podem continuar com os animais e nós ficámos interessados sobre essa parte: o que é que acontece aos animais quando os idosos deixam de poder estar com eles?”. Entre os planos para o futuro está ainda uma recolha de alimentos para animais, para ajudar a associação PUCA, da Quinta do Conde, e a Matilha do Pinhal do General, sem esquecer o objectivo de tornar o próprio Centro Comunitário da Quinta do Conde “uma instituição mais sustentável”, com a criação de uma horta urbana e a redução do desperdício alimentar.