28 Junho 2024, Sexta-feira

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«É agora que vamos ver os vitorianos de verdade»

«É agora que vamos ver os vitorianos de verdade»

«É agora que vamos ver os vitorianos de verdade»

“Para já, tenho contrato com o Vitória e até ao último dia vou honrar esta camisola”, garante o avançado.

 

Zequinha, de 33 anos, considera uma “grande injustiça” o que está a acontecer com o Vitória FC depois de os jogadores terem conseguido a permanência dentro de campo. Com a incerteza a pairar sobre o futuro do clube, o setubalense, que sonha terminar a carreira com a camisola verde e branca, “se possível na I Liga”, disse à ‘Sport Live Talks’, página do Instagram que entrevista personalidades do mundo do Desporto, que “é agora que vamos ver os vitorianos de verdade”.

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Com a descida do Vitória FC ao Campeonato de Portugal, qual será o seu futuro?

Ainda estou cá, tenho contrato e sou, com o José Semedo, um dos capitães. Estamos a treinar e a dar força aos meninos que precisam de ajuda nesta fase. Não sei qual será o meu futuro. Às vezes aparecem situações que não estamos à espera, mas, para já, como disse, tenho contrato com o Vitória e até ao último dia vou honrar esta camisola. Obviamente que hoje estou aqui e pode surgir uma proposta irrecusável e temos de pensar o que é melhor para a nossa família e acabamos por partir. No entanto, neste momento, o meu foco está no Vitória.

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Muitos colegas seus acabaram por rumar a outras paragens…

Havia jogadores com qualidade e seria complicado estarem a jogar no Campeonato de Portugal. Saíram jogadores para equipas muito boas e estou muito feliz por eles: o Sílvio foi para Guimarães, o Artur Jorge para o Apoel (Chipre), o Carlinhos para o Vasco da Gama (Brasil), o Jubal para o Auxerre (França), o Pirri e o Berto para a China. É importante para os jogadores que isso tenha acontecido e também valoriza o Vitória. Ao irem para esses clubes significa que o Vitória tinha muita qualidade. Os jogadores não tiveram culpa nenhuma do que aconteceu, todos cumpriram dentro de campo.

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O Vitória festejou a permanência após a última jornada, mas, numa decisão de secretaria, acabou por ser relegado ao Campeonato de Portugal…

Conseguimos a permanência dentro de campo e acho uma grande injustiça o que fizeram com o Vitória. Conseguimos o que ninguém esperava, todos pensavam que íamos cair de divisão mas mantivemo-nos na I Liga. Ao acontecer isso houve pessoas que ficaram bastante frustradas. Acabámos por ser um pouco… não digo o bode expiatório, mas fomos desfavorecidos em relação a outros clubes.

 

Não foi a primeira vez que um clube foi despromovido fora do campo. Aconteceu antes com o Boavista e Gil Vicente.

Não se pode demorar tanto tempo a resolver as coisas. Aconteceu com o Boavista e o Gil Vicente há uns anos. Como é possível na I Liga levar-se tanto tempo para resolver um caso? Se os clubes têm ou não razão as respostas têm de ser rápidas. Não é isso que acontece no nosso futebol em que se passam sete ou 10 anos para resolver as coisas. Depois desse tempo, os clubes acabaram por subir, mas houve funcionários e famílias dependentes de quem trabalha nesses clubes que tiveram problemas com isso. Os adeptos ficam desiludidos por ver o clube do seu coração nessa situação.

 

Que mensagem quer deixar aos adeptos nesta altura?

Se os adeptos do Vitória já eram importantes quando estávamos na I Liga, agora mais importantes vão ser. Muitos dizem que são o nosso 12.º jogador, mas, para mim, são o primeiro. É agora que vamos ver os vitorianos de verdade, aqueles que apoiam o clube a 100% para o Vitória subir o mais rapidamente possível à I Liga e voltarmos a ter as alegrias a que sempre estiveram habituados. Peço-lhes que não desistam do Vitória, tornem-se sócios do nosso clube porque precisamos de todos e a cidade precisa de nós.

Qual o seu sentimento ao vestir a camisola do Vitória FC?

Toda a gente sabe o que o Vitória representa para mim. Foi onde aprendi a dar os primeiros passos, foi o primeiro clube que apostou em mim. O Vitória é mais do que este momento difícil que está a ultrapassar. É um clube que representa uma região, tem adeptos fanáticos e fantásticos, é um dos clubes com mais presenças na I Liga. O Vitória tem um palmarés que muitos, que hoje estão em melhor situação, gostavam de ter. Infelizmente as coisas não estão no caminho que queríamos, mas, tenho a certeza, de que vamos dar a volta por cima. Tenho um orgulho enorme neste clube, que tem 110 anos de história. Só quem veste esta camisola sabe o que é o Vitória.

 

O que pode ser feito para melhorar o futebol profissional em Portugal?

Se queremos evoluir e ser um dos melhores campeonatos temos de olhar para as melhores competições, como em Inglaterra. Aí as receitas (televisivas) são partilhadas quase todas por igual, todas as equipas são fortes. Aqui isso não acontece. Há uma diferença abismal de uns clubes para outros. Se continuarmos assim, o nosso campeonato nunca vai evoluir. Digo-o como crítica construtiva.

Quais as razões que levaram ao adiamento do jogo da 1.ª jornada com o Moura do próximo domingo para 15 de Novembro?

Foi adiado porque começámos mais tarde. Foi o melhor que podia ter-nos acontecido para termos mais tempo de preparação e para mais jogadores poderem chegar. O clube com que íamos jogar [Moura] compreendeu a situação e acedeu ao pedido de adiamento.

 

Onde gostaria de acabar a carreira de futebolista?

Comecei aqui e quero terminar aqui, com esta camisola, se possível na I Liga.

 

Já pensou no que vai fazer depois do final da carreia de jogador?

É óbvio que quero continuar ligado ao futebol. É a única coisa que sei fazer. Estou a pensar tirar o curso de director desportivo e treinador. Aos poucos, com calma, verei o que poderei fazer. Quero continuar ligado ao futebol e, se possível, ao Vitória. Seria bom para mim.

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