Paulo Gomes admitiu rescisões no plantel e quer que o Vitória seja “ressarcido” dos prejuízos da descida. Promete mais informações nos próximos dias
A lidar com uma situação “que não desejaria ao pior inimigo”, Paulo Gomes dirigiu-se aos vitorianos através de um vídeo publicado nas redes sociais do Vitória, no qual volta a apontar o dedo à Liga e comenta o momento atual e o que está a ser feito para preparar o clube para o futuro imediato.
“Trabalhámos nas soluções possíveis, tendo em conta o momento atual. Passou por rescindir com jogadores cujo valor era muito alto para o Campeonato de Portugal, tentar manter a identidade com alguns jogadores, definir qual o perfil do atleta que representará o Vitória no CNS, terminar na base com o projeto de sub-23 e integrar grande parte dos atletas na equipa principal e criar uma nova equipa na II Distrital, que jogará com atletas sub-23, juniores e alguns jogadores que por cá passaram e têm muito orgulho em voltar”, explicou o presidente dos sadinos.
https://www.facebook.com/vitoriafutebolclubeoficial/posts/10157578334771828
Recorde-se que o emblema sadino foi despromovido ao Campeonato de Portugal, com a Liga a chumbar a inscrição nos campeonatos profissionais devido a irregularidades financeiras que terão impedido o cumprimento dos requisitos. A decisão tem sido muito contestada por várias personalidades e não escapa a novas críticas de Paulo Gomes, que voltou a reprovar o desfecho “O Vitória garantiu em campo a manutenção na I Liga e a Liga Portugal decidiu inverter o que conquistamos em campo através de três pressupostos que dizem não estar cumpridos. Esta decisão. Fizemos a nossa defesa, dando provas, tendo como justo-impedimento a realização de uma AG devido à covid-19”, afirmou, defendendo que a decisão foi tomada “com erros graves baseados na forma de decidir e alterações formalmente danosas no licenciamento” e voltando a acusar a entidade de não ser imparcial: “Assistimos na comunicação social a notícias sobre dívidas de outros clubes, onde nunca existiu de parte da Liga um esclarecimento. Esta desigualdade feriu a dignidade de um clube como o Vitória.”
Confiante de que a razão está do lado sadino, o presidente reforçou o pedido feito pela autarquia – que, como O SETUBALENSE noticiou, endereçou uma carta a Pedro Proença -, que apelou à intervenção do presidente da Liga junto do TAD. “Fazemos um apelo a que a Liga responda ao TAD em tempo útil, para que a decisão saia antes do dia 18 e seja reposta a verdade e possamos ser ressarcidos de todos os estragos causados no Vitória, que repentinamente ficou sem receitas e viu-se obrigado a perder ativos pelo valor auferido e pela justa-causa das rescisões nos seus contratos”, afirmou Paulo Gomes, que destaca o trabalho feito pela direção nos últimos dias e defende que uma demissão nesta altura seria prejudicial.
“Abandonar o barco seria bem pior. Este facto é demasiado grave para fazermos de conta que nada aconteceu e estamos a criar soluções para que, durante este mês, possam ser apresentadas e que os sócios as possam validar, independentemente de quem poderá estar à frente dos destinos do clube. Neste momento apenas interessa a estabilidade e é para isso que trabalhamos”, afirmou.
O líder do conjunto setubalense esclareceu ainda que “alguma ausência de comunicação deve-se à dificuldade de sabermos quais as decisões finais” e que começarão agora a ser conhecidas “informações regulares” sobre o processo. “Não desejo ao meu maior inimigo a situação que tivemos de enfrentar – uma época em que as despesas ultrapassam os três milhões de euros à receita, uma pandemia que parou movimentos financeiros e, por fim, esta descida de divisão. O plano desta direção ficou ferido na essência e os factos têm de ser debatidos e legitimados, porque o clube é dos sócios”, acrescentou, afirmando que foi criado um endereço de e-mail para receber as questões dos associados, de modo a “esclarecer enigmas e fake news”.