Setembro será mês de lançar o jazz na Sociedade Musical Capricho Setubalense, mas também vem aí a nova Escola de Rock
A Covid-19 quase deitava os seus novos projectos por terra, mas a velhinha Sociedade Musical Capricho Setubalense (SMCS] provou estar mais enérgica do que nunca, ao 153 anos, com a formação de uma Escola de Jazz em parceria com Hot Clube de Portugal. Um projecto que contará com direcção do maestro Luís Cunha. O mesmo que dirige a Big Band do Hot Clube de Portugal.
“É a cereja em cima do bolo, para 2020”, celebra Sérgio Gabriel, presidente da direcção, referindo que a SMCS “persegue esta ideia há algum tempo, devido ao facto de ser parceira da Câmara de Setúbal, na organização do Círculo de Jazz Fest”.
O formato da nova escola também é desvendado pelo dirigente associativo, “com aulas de combo, até porque o objectivo é dar oportunidade de tocar em conjunto, para além de aprenderem a teoria do jazz”. Estão também planeadas aulas para Big Band, “com o objectivo de criar uma orquestra de jazz”.
A Escola de Jazz também fará par com a nova Escola de Rock. “Um projecto que vem recuperar o espírito do rock vivido em Setúbal nos anos 80 e 90, com as bandas de garagem e outras formações musicais dedicadas ao Metal”. E, à semelhança do jazz, as aulas de banda serão a grande aposta do rock.
Novos projectos através dos quais a SCMS pretende diversificar a oferta formativa, em Setúbal “até porque na cidade não tem nada com este modelo”, assume Sérgio Gabriell, em referência ao jazz e rock.
Com esta renovação será também possível trazer mais autonomia financeira à Capricho, “porque estas áreas da música vão trazer novos sócios e novas gerações para dar continuidade à Capricho”, para além dos mais de sessenta músicos que recebe actualmente.
Este ano, a Capricho também vai reforçar a sua actividade com bolsas “para quem não tem possibilidade de pagar mensalidades”. E com a continuidade da Escola de cordas, que contempla o piano, o violino, o contrabaixo e guitarra.
Novo lugar na sociedade
Nos objectivos de 2020 está também a aprovação do Estatuto de Utilidade Pública, ao qual a Capricho se candidatou e que vai “vai permitir alcançar outro tipo de apoios, por parte do Estado”. Garantia de que, face a uma crise como a actual, “a sociedade terá como sobreviver”.
Partir rumo a esta conquista só foi possível com a revisão dos estatutos. “Eram muito antigos, datados do início do século XX, completamente desactualizados e não nos permitiam avançar para outros patamares, apesar da nossa idade e do trabalho aqui desenvolvido, enquanto única filarmónica da cidade”, explica Sérgio Gabriel.
Apesar da renovação dos estatutos o presidente garante, “a actividade principal da Capricho é a música e assim permanecerá, até porque esse é o primeiro dos seus estatutos”.