30 Junho 2024, Domingo

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Jogador conseguiu conciliar o futebol com o trabalho e a vida académica

Jogador conseguiu conciliar o futebol com o trabalho e a vida académica

Jogador conseguiu conciliar o futebol com o trabalho e a vida académica

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O ex-jogador do Pinhalnovense é um dos bons exemplos a seguir pelos mais jovens e a prova evidente de que, com ambição e força de vontade, tudo se consegue.

 

É neto de uma das grandes referências do Barreirense, tem 25 anos e um gosto profundo pelo futebol mas isso não o impediu de continuar a estudar e hoje é “mestre”. Ultimamente tem andado pelo Campeonato de Portugal e neste momento está sem clube mas ainda não perdeu a esperança de poder chegar à 1.ª Liga. Em entrevista ao “Setubalense”, João Bandeira conta tudo ao pormenor.

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Não foi complicado conciliar a actividade desportiva com a vida estudantil?

Sempre me ensinaram que o Homem não aprende nada quando as coisas são fáceis. Por isso, procuro sempre aprender com os contextos mais difíceis porque são esses que nos ajudam a evoluir, mas confesso que foi preciso alguma força de vontade e sacrifício. Grande parte do tempo tive que conciliar os estudos com o futebol (jogador e treinador) e também com um part-time. Levantava-me de manhã para ir treinar, ao início da tarde ia trabalhar, ao fim do dia treinar os jovens e, por fim, no tempo que sobrava estudava.

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Tinhas que fazer uma boa gestão do tempo!

Sim, é verdade. Mas nunca abdiquei de nenhum objectivo para cumprir o outro. Andei saturado alguma parte do tempo, tanto nos treinos como na faculdade, mas o que me deixa mais realizado é o facto de nunca ter abdicado da minha vida social para poder cumprir todas as tarefas. Tive sempre tempo para estar com os meus amigos e fazer as coisas que mais gosto, fora do trabalho. A sensação de dever cumprido e de realização supera todo o cansaço. Por isso, o conselho que tento transmitir aos mais novos é que se apliquem nos estudos e que nunca desistam da escola pelo sonho de ser jogador de futebol, porque dá para conciliar ambas as coisas.

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Qual foi o curso que tiraste e qual o tema que escolheste para o mestrado?

“Mestrado em Futebol – da Formação à Alta Competição” e para além do estágio e consequente relatório, escolhi também o tema “Evolução da aptidão física de jovens futebolistas de 12 e 13 anos ao longo da segunda fase da época desportiva”. Procurei avaliar aptidão física de 20 jogadores do escalão de infantis, através de uma série de testes físicos e compará-los em dois momentos (de Março a Julho), para perceber qual foi a sua evolução e se existiram ou não melhorias significativas. Depois procurei saber de que forma é que a idade de maturação dos atletas poderia estar envolvida nesta evolução e nestes resultados.

 

A licenciatura e o mestrado podem vir a ser fundamentais no futuro, em termos profissionais?

Todos os jovens deviam ter oportunidade de fazer uma licenciatura porque nada tem a ver com o secundário. Numa licenciatura estamos a estudar uma área que fomos nós próprios que escolhemos e supostamente gostamos. Quanto ao mestrado, depende das áreas. Em minha opinião há algumas em que não é fundamental fazer um mestrado, porque neste momento existem muitas acções de formação que podem dar o mesmo ou até mais que um mestrado. No caso do desporto, creio que é benéfico realizar os dois, porque em termos de aprendizagem ganhamos uma grande bagagem, para além de dar um bom currículo e reconhecimento.

 

Como jogador fizeste toda a tua formação no Barreirense, mas depois saíste para outros clubes. Por alguma razão especial?

Toda a gente que me conhece sabe que o Barreirense é o meu clube de coração. Gostava de ter permanecido e jogar os campeonatos nacionais com aquele emblema ao peito, mas tal não foi possível. Saí porque não estava feliz naquele momento e um jogador de futebol com 18/19 anos deve andar feliz e confiante, então fui procurar a minha felicidade noutro lado e confesso que a encontrei. Mas sei que um dia irei voltar a vestir aquela camisola.

 

Nas duas últimas épocas estiveste no Pinhalnovense. E na próxima para onde vais, já se pode saber?

Sim, passei as duas últimas épocas no Pinhalnovense. Clube que me ajudou muito na afirmação do meu futebol e das minhas capacidades. Esta pandemia atrasou tudo e teve implicações graves no mundo do futebol, prejudicou muitos clubes e jogadores. Quanto a mim, ainda não tenho nada definido.

 

Passaste pela distrital, agora estás no Campeonato de Portugal. Até onde esperas chegar como jogador?

Sendo uma pessoa ambiciosa, pretendo e tenho o sonho de jogar na Primeira Liga Portuguesa, como é natural. Também gostaria de ter uma oportunidade fora de Portugal, para poder sair da minha zona de conforto e mostrar todo o meu futebol, num lugar onde só me conheçam, por isso mesmo. Mas o meu primeiro objectivo continua a ser jogar na Primeira Liga.

 

Para além de jogador também és treinador na formação, isso poderá ser algum indicador em relação ao futuro?

Sim, jogar e treinar são as duas coisas que mais gosto de fazer na vida. Assim que perceber que já não tenho condições ou hipóteses de jogar num patamar elevado pretendo dedicar-me ao treino a tempo inteiro. Treinar crianças, que serão os craques do amanhã, é algo que gosto muito e me dá prazer.

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