Sadinos ganharam dois e empataram três dos últimos seis jogos na Cidade Berço.
Após a derrota, por 1-2, de terça-feira com o Rio Ave, o Vitória FC regressou ontem de manhã ao trabalho no Estádio do Bonfim para começar a preparar o embate de terça-feira, a partir das 19:15 horas, diante do V. Guimarães. Frente aos vimaranenses, os sadinos vão procurar manter a tendência dos últimos anos onde quase sempre regressaram às margens do Sado com pontos na bagagem.
Senão vejamos: nos últimos seis jogos no Estádio D. Afonso Henriques, o conjunto setubalense venceu dois (1-4 em 2013/14 e 0-1 em 2014/15), empatou três (2-2 em 2015/16 e 1-1 em 2017/18 e 1018/19) e perdeu apenas uma vez (3-1 em 2016/17). Apesar de os treinadores desvalorizarem quase sempre as retrospectivas, a realidade é que esses dados estatísticos acabam por funcionar como indicador.
Depois de dois desaires consecutivos – com o Boavista (3-1) e da ronda anterior com os vila-condenses –, é importante a equipa voltar a pontuar, algo que conseguiu fazer na última vez que se deslocou a Guimarães. A 30 de Setembro de 2018, na última vez que jogaram na casa do oponente, um golaço de trivela de Nuno Valente, já em tempo de compensação, deu o empate 1-1 à equipa de Lito Vidigal.
Na temporada anterior, a 14 de Abril de 2018, o resultado foi idêntico graças a um golo do então capitão Vasco Fernandes que fez o 1-1 para a equipa de José Couceiro. A outra igualdade registada nas últimas deslocações verificou-se a 13 de Fevereiro de 2016 quando os comandados de Quim Machado, mesmo com dois jogadores expulsos na segunda parte (Paulo Tavares e Tiago Valente) arrancaram o 2-2 com golos de André Claro e Salim Cissé.
Melhor fez o Vitória a 14 de Março de 2015 e 31 de Agosto de 2013, dias em que as equipas de Bruno Ribeiro e José Mota, respectivamente, ganharam por 0-1 (golo de Rambé) e 1-4, goleada que foi imposta com o contributo decisivo dos paraguaios Ramón Cardozo (bisou) e Cohene. Paulo Tavares, de grande penalidade, fez o outro golo dos sadinos que acabaram com 10 elementos em campo devido à expulsão de Rúben Vezo.
Não obstante os resultados positivos verificados recentemente, os setubalenses sabem de antemão que vão ter muitas dificuldades num reduto que, apesar de não ter o fervoroso público vimaranense nas bancadas devido à pandemia da Covid-19, é sempre difícil de transpor. A prová-lo está o facto de em 62 partidas naquela cidade minhota, os sadinos terem vencido 11, empatado 16 e perdido 36.
Lucas Paes e Mansilla titulares
Obrigado a mexer na equipa devido aos castigos do guarda-redes Makaridze (um jogo de suspensão depois de completar série de cinco cartões amarelos) e ao avançado Zequinha (que viu a pena de um jogo de castigo aumentada para três devido a insultos ao árbitro e 4.º árbitro na ronda anterior), Julio Velázquez vai apostar em Lucas Paes na baliza e em Mansilla no ataque.
Depois de fazer a sua estreia absoluta na I Liga – substituiu Makaridze nos minutos finais da primeira parte devido a uma indisposição –, o brasileiro Lucas Paes, que terá João Valido como alternativa no banco de suplentes, que chegou em Janeiro ao Bonfim oriundo do Louletano, foi formado no São Paulo, é internacional sub-20 pela selecção brasileira e é visto pelos sadinos como uma aposta de futuro.
No caso do argentino Mansilla, trata-se de um regresso ao sector ofensivo depois de ter cumprido um jogo de castigo na jornada anterior por ter completado uma série de nove cartões amarelos. Ao que tudo indica, o treinador Julio Velázquez, de 38 anos de idade, vai ter o sul-americano ao lado de Berto e Guedes no ataque à baliza do Vitória de Guimarães.
Recorde-se que os setubalenses avançam para a 29.ª jornada numa altura em que atravessam a pior fase da temporada. Sem ganharem há 10 jornadas – cinco empates e cinco derrotas –, o Vitória, que antes do reatamento da competição dispunha de uma vantagem de 12 pontos para a linha de água dispõe agora de seis para a primeira equipa em lugares de despromoção (Portimonense).
O técnico espanhol, que viu a equipa empatar dois (Marítimo e Santa Clara) e perder outros dois jogos (Boavista e Rio Ave) depois do regresso do campeonato, já admitiu que a equipa acusa “défice de concentração após o isolamento”. Julio Velázquez aponta a falta de eficácia e a desconcentração em momentos cruciais nos jogos como explicações para os pontos desperdiçados nos últimos encontros.
É precisamente sobre esses aspectos que recai por estes dias o trabalho da equipa técnica que precisa de trabalhar a componente psicológica da equipa de forma a recuperar a estabilidade que patenteou noutras fases da temporada.