A Câmara do Seixal exigiu hoje testes de despistagem à covid-19 aos cerca de 170 profissionais do pré-escolar do concelho, no distrito de Setúbal, criticando o Governo pela “ausência de orientações e informação”.
“A três dias da reabertura do ensino pré-escolar e das atividades de tempos livres, o Governo ainda não deu resposta à exigência da autarquia do Seixal de realizar testes aos educadores, auxiliares e profissionais dos refeitórios, que vão lidar diariamente com mais de quatro centenas de crianças”, apontou a Câmara do Seixal, em comunicado.
Segundo a nota, na semana passada o município já tinha enviado um ofício ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, “a alertar para a urgente necessidade de realização de testes aos profissionais dos jardins-de-infância”.
Além disso, manifestou preocupação pela “ausência de orientações e informação por parte do Ministério para as ações de desinfeção e higienização das escolas e dos jardins-de-infância”.
“Está em causa a saúde das nossas populações e, neste caso em especial, das nossas crianças, que voltam para a escola sem que se tenham realizado os testes de rastreio aos educadores e assistentes operacionais, que seriam fundamentais para despistar possíveis infetados e assim agir em conformidade”, defendeu.
Aliás, para a autarquia esta preocupação também se estende aos 1.263 alunos, professores e auxiliares do ensino secundário do concelho que já voltaram às aulas sem a realização referidos testes”.
Segundo a Câmara do Seixal, na próxima segunda-feira vão reabrir no concelho 26 jardins-de-infância e 58 salas de pré-escolar, com cerca de 420 crianças.
Dos profissionais envolvidos, 58 são educadores de infância, 73 são auxiliares de ação educativa e 40 trabalham no refeitório, mas continua a imperar “o silêncio por parte do Governo”, disse a autarquia.
“Não obtivemos, até ao momento, qualquer resposta por parte do Governo, seja no que se refere aos testes de rastreio para quem regressa às escolas, já na segunda-feira, quer aos bombeiros do concelho que estão diariamente na linha da frente”, frisou.
Na terça-feira, a Câmara do Seixal também já tinha lamentado ter conhecimento do surto de covid-19 no concelho através da comunicação social, pedindo “mais informação e coordenação ao Governo”.
O município, liderado por Joaquim Santos (PCP), referia-se ao anúncio da diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, de que tinham sido identificados três focos comunitários na área abrangida pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal, com um total de 32 pessoas infetadas, 16 dos quais em Vale de Chícharos, mais conhecido como Bairro da Jamaica.
Lusa