«Às vezes o lance é no lado oposto do campo e dizem que o culpado sou eu!»

«Às vezes o lance é no lado oposto do campo e dizem que o culpado sou eu!»

«Às vezes o lance é no lado oposto do campo e dizem que o culpado sou eu!»

O jogador, de 33 anos, revelou também que quer “esticar até ao máximo possível a carreira”.

 

Num directo do Instagram com o seu agente Tadeu Martins, natural do Barreiro, o avançado do Vitória FC Zequinha respondeu às questões que lhe foram sendo colocadas pelos adeptos. Passado, presente e futuro foram abordados numa conversa que fluiu de forma descontraída. Questionado sobre as pessoas que o criticam, o jogador é peremptório. “Às vezes o lance é no lado oposto do campo e dizem que o culpado sou eu”.

- PUB -

 

Muitas pessoas vêm-no como a imagem do Vitória…

Sou da casa e é normal que eu e o Vitória sejamos associados.

- PUB -

 

Acha que merecia ser mais reconhecido?

Quase todas as pessoas em Portugal me conhecem. Não jogo com a intenção de ser conhecido.

- PUB -

 

Sente-se um exemplo para os mais jovens?

Tal como os meus colegas, e também por ser jogador da casa e um dos capitães, tento ser um exemplo para os mais jovens. Sempre que estou com os mais novos, tento sempre dar-lhes um abraço e brincar com eles. Quando era mais novo também tinha os meus ídolos: Figo, Chiquinho Conde, Yekini… era uma felicidade quando os via.

 

E o futuro, já pensa no fim da carreira?

Sinto-me bem para continuar e os números desta época demonstram que tenho estado bem, tenho feito muitos jogos [29 no total: 23 no campeonato, quatro na Taça da Liga e dois na Taça de Portugal] e as coisas estão a correr-me bem. Vai ser até dar, não tenho uma idade prevista. Quero esticar até ao máximo possível a minha carreira. Vamos ver como me vou sentir.

 

O que tem a dizer aos seus críticos?

Todos têm direito a ter a sua opinião. Obviamente que nenhum jogador gosta de receber críticas, mas temos de as aceitar, guardar e ficar mais fortes. Quando jogo com a camisola do meu clube faço tudo para que as coisas corram bem. Dou a vida dentro do campo e fico chateado quando as pessoas falam mal de mim.

Quando falam mal de mim no futebol, tenho de ouvir, aceito e ponho a viola no saco. Mais complicado é quando há pessoas que falam da família. Não vale a pena sermos assim. Temos de conviver com a crítica. Tento guardar isso para ficar mais forte e ir para dentro de campo e soltar tudo para as coisas correrem bem.

 

Sente que quando a equipa joga mal criticam-no mais a si?

É normal. As pessoas sabem que sou daqui e, se calhar, até me conhecem. Talvez não seja o correcto, mas as minhas costas são largas. Não gosto de ouvir. Às vezes o lance é no lado oposto do campo e dizem que o culpado sou eu! Tenho de viver com isso, mas fico mais forte. Hoje já lido melhor com essas coisas do que quando era mais jovem. Quando vou para dentro do campo não quero saber de ninguém.

 

Chora quando perde?

Várias vezes! Não gosto de perder em nada e tenho mau perder. Penso que quem convive bem com a derrota, talvez não devesse andar nesta vida. Eu não consigo.

 

Qual foi o melhor jogador com que jogou no Vitória FC?

Pergunta difícil. Já tive muitos bons jogadores: João Mário, Meyong, Sandro, Jorginho, Rafael Martins, Suk, Carlinhos, que é agora meu colega e tem um potencial enorme.

 

O Carlinhos bem podia ficar mais uma época no Bonfim…

Também gostava que o Carlinhos ficasse mais tempo, mas é complicado. É um jogador com muita qualidade e surpreendeu-me muito.

 

Qual a sua opinião sobre Montiel e Antonucci, reforços que se juntaram à equipa em Janeiro?

São jogadores que vieram para acrescentar. Além de bons jogadores são muito boas pessoas. São dois jogadores importantes para o nosso grupo. Recebemo-los muito bem e têm muita qualidade.

 

Zequinha e o 5-2 ao Benfica: «Yekini era demais!»

 

Quando começam a treinar?

Temos um plano de treino do Vitória. O preparador tem estado sempre em contacto connosco. Às vezes até fazemos aulas em conjunto através da aplicação Zoom. O Vitória e o nosso preparador [Antolín Gonzalo] têm sido formidáveis. O mister também liga para sabermos como estamos. Em princípio, vamo-nos apresentar no dia 1 de Maio.

 

À distância, como olha para o jogo entre o Vitória e o Boavista da época passada [derrota sadina por 0-3, no Bonfim, estádio em que o árbitro Fábio Veríssimo expulsou três vitorianos em sete minutos]?

Perdemos da forma que toda a gente viu. Foi uma situação que aconteceu e já não quero falar muito. Fui expulso juntamente com o Cádiz e o José Semedo num jogo que nos fazia muita falta. A pessoa que arbitrou o jogo teve um dia menos positivo. Todos temos. No meu caso, exaltei-me porque não gosto que façam mal ao meu clube, tenho mau perder e dou a vida pelo meu clube.

 

O que tem a dizer da passagem de Lito Vidigal pelo Vitória?

Correu bem. A equipa estava bem e ele achou que o melhor era sair. A vida é feita de decisões e não há nada que dizer.

 

Cádiz foi grande avançado…

Foi e é! Dou-me muito bem com ele. Jogámos antes juntos no Nacional e é um irmão de verdade que fica para a vida. A vida dele também deve ser em Setúbal porque a mulher dele é de cá.

 

Que regras alterava para haver mais tempo útil de jogo?

Passa muito pelos jogadores. Às vezes, consoante o resultado, começamos a queimar tempo e fazemos tudo para atrasar o jogo. Essa cultura tinha de ser mudada por nós, jogadores. Por mais que tentem implementar regras, se a mente do jogador não mudar nunca vamos conseguir ter mais tempo útil de jogo.

 

Assistiu ao jogo de 1993 em que o Vitória ganhou, no Bonfim, 5-2 ao Benfica?

Sim. Era muito novo e fui ver o jogo com o meu pai. Foi marcante, aquela equipa era formidável, o Yekini era demais.

 

E a equipa deste ano, como é?

Este ano temos uma equipa muito equilibrada, temos jogadores com muita qualidade. Além disso, somos uma família.

 

Qual foi o treinador mais marcante que teve?

Aprendi com todos, mesmo com os que não joguei. O mister José Couceiro marcou-me muito e, agora, o mister Velázquez também pela forma como trabalha. O mister Couceiro é uma pessoa que levo para sempre porque me ajudou bastante.

 

Quais os momentos mais difíceis que teve na carreira?

As lesões. Quando cheguei ao Porto fiz uma rotura de ligamentos. Depois não ter ainda ganho uma Taça pelo meu clube, o Vitória e ter descido de divisão pelo Nacional, isto para não falar do Mundial, que já toda a gente sabe [jogador foi expulso numa partida que ficou célebre por ter tirado o cartão das mãos do árbitro].

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -