O defesa sadino, de 25 anos, que tem sido uma das grandes figuras sadinas esta época, disse ao Canal 11 sentir falta da “rotina do treino, da competição e da convivência do balneário”.
Como têm sido os seus dias durante este período em que o futebol está parado?
Temos treinado um bocadinho todos os dias. Temos o nosso plano individual que foi feito pelo clube, um bocadinho à imagem do que tem feito toda a gente. Temos um acompanhamento diário por parte do preparador físico e do departamento médico. Fazem-nos questões simples como se estamos bem, se estamos a fazer os exercícios recomendados. Temos também, duas a três vezes por semana, aulas em conjunto com videochamada com todos os jogadores do plantel e o preparador físico. Aproveitamos essa hora para conversar um bocadinho e fazermos alguns exercícios em conjunto, que é a forma possível neste momento.
Sente saudades do futebol e do relvado?
Muitas. Estar o dia fechado em casa e com pouca coisa para fazer sente-se muito a rotina do treino, da competição e da convivência do balneário. Sentimos muitas saudades disso.
De que forma têm os jogadores do Vitória acompanhado as notícias que dão conta de alguns clubes profissionais, como o Belenenses SAD e o Chaves, terem avançado para o lay-off? O Vitória já vos deu alguma informação sobre esse tema?
Ainda ninguém nos comunicou nada. Estamos de alguma forma expectantes à espera que alguém nos possa comunicar alguma coisa. Temos visto o que a imprensa passa e aquilo que o presidente e a nossa direcção falam. Mas quanto aos nossos salários e à questão do lay-off e a forma como se vai proceder ainda ninguém nos passou qualquer tipo de informação.
Há a ideia de que há uma grande unidade dos futebolistas em torno do Sindicato que tem liderado este processo…
Sim, o Sindicato está muito presente e sempre ao nosso lado. Fala connosco e propõem-nos passar para eles qualquer tipo de informação. Acredito que estão ao nosso lado para nos resolverem os problemas.
Em termos pessoais, esta está a ser a sua melhor época?
Sim, acredito que está a ser a minha melhor época. Está a ser a mais consistente e aquela em que me tenho vindo a destacar mais a nível individual.
Já assumiu o objectivo de representar no futuro a Selecção Nacional…
A pergunta já me foi feita mais do que uma vez pelos jornalistas. Tenho as minhas ambições e acredito que é possível, tanto pela idade que tenho como pelo que estou a fazer e sei que posso vir a fazer. Não estipulei prazos nenhuns para o vir a fazer, mas acredito que pode ser possível. Porque não? Penso que o facto de já me terem feito esta época tantas vezes essa questão é sinal de alguma coisa. Creio que estou a fazer bem o meu trabalho para isso.
Tem mais um ano de contrato com o Vitória. De que forma perspectiva o futuro?
É jogar bem. Neste momento é um bocadinho difícil de falar no futuro. Ninguém sabe o que vai acontecer e se vamos acabar o campeonato e quando é vamos. Gostava de acabá-lo no relvado e, falando no plano pessoal, poder dar continuidade ao excelente momento que atravessava para poder acabar da forma como comecei. Seria mais positivo e justo para todos podermos acabar. Obviamente que a saúde está em primeiro lugar e só poderemos acabar se houver condições para isso.
O facto de ser filho de Artur Jorge, ex-jogador de futebol que se destacou no Sp. Braga, acabou por influenciar a sua carreira?
Todos sabem a ligação que o meu pai tem a Braga e eu também tenho essa ligação à cidade e ao clube. Entrei lá com cinco ou seis anos, numa altura em que o meu pai ainda jogava lá, e fiz um trajecto até à equipa principal. Acredito que não existam muitos casos que tenham ido das escolinhas até à equipa principal. Fiz a minha última época com 32 jogos, penso que foi positiva. Tivemos três treinadores e perdemos o 4.º lugar ara o rival V. Guimarães nas últimas jornadas. Foi uma época complicada em que perdemos a final da Taça da Liga para o Moreirense. Foi uma temporada atípica e com muitas mudanças. Como disse fiz 32 jogos, mas, no fim da época, foi-me comunicado que o melhor seria eu sair. Não compreendi muito bem a decisão e não sei, até hoje, qual terá sido o motivo. Se foi pelo peso do nome ou por outra situação. Até aí não tinha notado peso nenhum.
Mensagem do médico dos vitorianos
«Peço-vos que todos sejam agentes activos de saúde»
O Vitória publicou anteontem, dia em que se assinalou o Dia Mundial da Saúde, nas suas redes sociais um vídeo com uma mensagem do médico do clube, Ricardo Lopes. Numa altura em que o tema Saúde está mais do que nunca na ordem do dia, o director clínico dos setubalenses deixou as suas recomendações numa mensagem que transcrevemos na íntegra.
“Deixo-vos este vídeo no Dia Mundial da Saúde. Como temos visto, a saúde não é feita apenas pelos médicos e pelos demais profissionais de saúde, mas por todos nós, enquanto sociedade. Peço-vos, por isso, que todos sejam agentes activos de saúde. Sempre que tossirem ou espirrarem o façam para o vosso braço ou para um lenço de papel. Lavem frequentemente as mãos com água e sabão ou com uma solução de base alcoólica.
Mais um conselho fundamental para evitar a propagação deste vírus: fiquem em casa, respeitem as normas do isolamento social. Em casa façam exercício físico, tenham uma alimentação saudável, evitem o consumo de álcool ou tabaco e mantenham-se em contacto com os vossos amigos ou familiares através das redes sociais. Não fiquem o dia inteiro com a televisão a dar notícias sobre o vírus e evitem fontes de informação duvidosas. Procurem informação fidedigna nos sites da Direcção Geral da Saúde ou da Organização Mundial da Saúde.
Se tiver sintomas deve ligar para o SNS24 ou para o seu centro de saúde. Todo o mundo está a passar por um enorme desafio. Sigam as indicações das autoridades de saúde. Cuide de si, cuide dos seus e daqueles que à sua volta não têm tanto apoio. Dentro em breve voltaremos a estar juntos. Protejam-se.”