Miquelina, António e Rúben deixaram os seus empregos e dedicam-se a produzir pão para profissionais e pessoas vulneráveis
Em Grândola, três amigos deixaram os seus empregos e resolveram arranjar uma maneira de contribuir para o bem-estar da população do concelho. Desta forma, nasceu a iniciativa “pão solidário”, que se dedica a entregar pão aos idosos e aos profissionais que se encontram na linha da frente ao combate do vírus Covid-19.
O trio, constituído por Miquelina Fialho, António Sobral e Rúben Marques, assegura a entrega do produto cozido em forno de lenha de porta em porta, com a ajuda da Junta de Freguesia local. As fornadas, a sair às 09h00 e às 12h00, têm como objectivo fazer com que as pessoas permaneçam em suas casas. Por sua vez, a entrega aos profissionais é realizada através do portão de casa de Rúben Marques, local onde é cozido o pão. Distribuído de forma gratuita, só contribui quem o pode fazer, através da entrega de um euro, valor simbólico para a compra de mais materiais, ou através da doação dos próprios produtos.
“A ideia surgiu numa conversa entre os três, na qual queríamos arranjar uma maneira que facilitasse os mais idosos a adquirirem bens essenciais. Ponderámos fazer as compras por eles, mas acabámos por perceber que não seria o caminho mais viável. Optámos, então, por fazer o pão. Deixámos tudo para trás e seguimos com o projecto”, revela Rúben Marques a O SETUBALENSE.
Inicialmente, “a ideia era só fazer pão para a população mais velha e aos mais carenciados”. Porém, “adicionámos a hipótese de fazermos também para todos os profissionais de saúde, autoridades, bombeiros, camionistas e para aqueles que trabalham na linha da frente contra o vírus”, acrescenta.
A acção, planeada para acontecer até que a pandemia comece a desaparecer e que a população necessite do serviço, arrancou no dia 19 de Março. Antes de começarem com a iniciativa, Rúben Marques trabalhava como empresário, procedendo ao fecho da empresa por tempo indeterminado. Por sua vez, Miquelina Fialho dedicava-se às limpezas, mas optou por abdicar do ordenado. Já António Sobral, assistente operacional, encontra-se dispensado do serviço, mas sempre com a possibilidade de regressar a qualquer momento.