17 Agosto 2024, Sábado

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O investimento portuário no Barreiro

O investimento portuário no Barreiro

O investimento portuário no Barreiro

11 Março 2020, Quarta-feira
Bruno Dias

Desde há muito que se evidencia a necessidade de investimento no sector portuário como fator de desenvolvimento da região e do país. Isto significa potenciar os diferentes portos nacionais numa lógica de complementaridade, articulados com outros meios e vias de transporte, que valorizem a produção nacional e que promovam o tráfego de passageiros e mercadorias.

Foi neste quadro que, ao longo dos anos, foi ganhando força e sustentação a possibilidade de se avançar com investimento portuário no Barreiro, ampliando a sua capacidade, modernizando a sua operação, redinamizando a atividade produtiva e requalificando o território.

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Tal projeto teria ainda de ter como objetivos contribuir para a regeneração das áreas industriais desativadas, a resolução de problemas ao nível das acessibilidades e ambiente, atrair a instalação de novas empresas e potenciar a atividade das existentes.
Sem que tenha sido desmentido pelo Governo, foi agora tornada pública a decisão de cancelamento do investimento portuário que o Governo tinha previsto para o Barreiro – um chamado porto de águas profundas, cuja dimensão e impactos suscitaram justas críticas – desta vez, invocando o parecer negativo dado pela Agência Portuguesa do Ambiente – APA.

Aquilo que se impõe não é o cancelamento do investimento portuário no Barreiro, como será intenção do Governo PS, mas a urgente reconsideração das medidas a tomar que assegurem o desenvolvimento daquela infraestrutura, de forma compatível com a qualidade de vida das populações, a defesa dos valores naturais e com o desenvolvimento.

Oportunamente sublinhámos que o projeto então revisto e apresentado, embora dando resposta a algumas das questões anteriormente avançadas, mantinha em cima da mesa várias questões, que tinham sido unanimemente consideradas como necessárias serem respondidas num novo projeto a submeter à apreciação pública. Os alertas do PCP não foram tidos em conta como deviam.

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Ao nível ambiental, este projeto poderia (e deve) acautelar na sua instalação medidas que mitiguem profundamente os impactos ao nível do ruído e da qualidade do ar, além das incontornáveis questões da qualidade da água e da biodiversidade no Estuário do Tejo, bem como contribuir para devolver à região novos espaços de fruição (e não de separação) das pessoas face ao rio.

Não se pode deixar ainda de registar a insistência do Governo em negar também a concretização da Terceira Travessia do Tejo, em modo rodoferroviário entre Barreiro e Chelas, de facto uma obra estruturante quer para a área metropolitana de Lisboa quer para o País.

É preciso continuar a trabalhar e a lutar para assegurar o desenvolvimento e o investimento necessário, no quadro de uma visão estratégica para a região e para o País. Cá estaremos para isso.

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