Vereador eleito pela coligação PSD/CDS votou contra e PS e MIM abstiveram-se. Oposição lançou dúvidas e críticas. Álvaro Amaro considerou que o município apresenta ‘uma saúde financeira invejável’ e defendeu que os documentos previsionais para 2020 reflectem ‘verdade’
O Orçamento de 47,3 milhões de euros foi aprovado apenas pela maioria CDU, enquanto o PS e o MIM abstiveram-se. O vereador do PSD/CDS votou contra.
A discussão do Orçamento de 2020 e as Grandes Opções do Plano 2020-2023 durou algumas horas, com os autarcas da CDU a garantirem que “este é um Orçamento de verdade” e que “confirma as expectativas de maior investimento”, que se irá “situar nos oito milhões de euros”.
O presidente Álvaro Amaro lembrou que ao autarquia está “longe do desafogo financeiro anterior à crise” e anunciou a contracção de novo empréstimo a médio e longo prazo na ordem dos 7,5 milhões de euros. O edil palmelense salientou que se sente “uma pressão maior ao nível de exigências da transferência de novas competências” e que o município vai “continuar a ter crescimento económico, mas mais modesto”.
Ao mesmo tempo, não deixa de vincar que a autarquia “tem uma saúde financeira invejável”. Em relação às Grandes Opções do Plano, que envolvem 42,1 milhões de euros, garantiu que está assegurado “o financiamento de 25 milhões de euros”.
Concretizações no próximo ano
Álvaro Amaro lembrou existem “outros projectos” para o actual mandato e que pediu “reuniões ao actual Governo” para “avançar com as novas instalações do CDOS, quartel da GNR do Poceirão e Pavilhão da Secundária de Palmela”, bem como para “um conjunto de intervenções nos edifícios municipais” e “uma Central de Compostagem a criar pela Amarsul no Poceirão”.
A criação de um equipamento para controlo de perdas de água, a primeira fase piloto da recolha de resíduos porta a porta, a continuação da eficiência energética para aplicação em todos os equipamentos municipais e a criação de bolsas de estacionamento em zonas do Pinhal Novo e Quinta do Anjo e o avanço da Pr’Arrábida são objectivos para concretizar no próximo ano.
A vereadora do PS Mara Rebelo reconheceu que “as 206 páginas do documento ajudam a perceber as medidas que serão implantadas”, mas atribuiu o crescimento ao Governo porque “Portugal continua a crescer acima da média Europeia” e destacou que “50% do investimento da autarquia é auto-financiamento”.
Obras que se repetem
Para Paulo Ribeiro, vereador do PSD/CDS, o orçamento é “mais do mesmo”.
“Passamos um ano a dizer que temos o maior orçamento de Palmela, porque há obras que se repetem de ano para ano”, atirou, citando o exemplo da Ribeira da Salgueirinha que “continua a arrastar-se desde 2016 e irá prolongar-se até 2021”, além do Polidesportivo do Poceirão “previsto para 2017, 2018, 2019 e que agora volta a estar em orçamento para 2020”.
A vereadora do MIM, Palmira Hortense, também considerou que “o orçamento continua a ser cópia dos anos anteriores” e lembrou que “é preciso substituir as viaturas municipais, que estão obsoletas”.
Para o líder da bancada do PS, Raúl Cristóvão, “continua a faltar um plano estratégico de acção com uma perspectiva de segurança no futuro”. O socialista reafirmou que a maioria CDU tem “uma perspectiva de mercearia de bairro” com um “orçamento que não traz grandes novidades e com uma redução no turismo que preocupa”, acrescentando que “Palmela precisa de uma visão de futuro”. Até porque, Palmela não quer “ficar para trás em relação a outros municípios vizinhos”, sustentou. “Esperamos pelo PDM aprovado em 2020, pois encaramos o futuro com preocupação”, reforçou.
Reduzir a pó obra feita
O vereador da maioria comunista, Luís Miguel Calha, lamentou que a oposição “queira reduzir a pó aquilo que foi feito a nível de investimentos candidatos ao Portugal 2020 e que serão financiados por empréstimo bancário a médio e longo prazo”. E defendeu o crescimento do turismo: “Temos estratégia, temos criatividade e temos visão de futuro e se Palmela está nos principais fóruns do mundo não será por acaso, mas por mérito do trabalho da autarquia”.
O vereador da CDU terminou com recados aos autarcas da oposição, lembrando os cortes nas transferências para as autarquias que “nos últimos 10 anos perderam 3,5 mil milhões de euros”.
Antes da votação da proposta do Orçamento, que vai ser discutida na reunião da Assembleia Municipal da próxima quinta-feira, Álvaro Amaro deixou uma mensagem de esperança. “O ano de 2020 vai ser um ano de obras estratégicas”, concluiu.