“Não há nenhuma reserva em relação a essa hipótese”, diz presidente do instituto. Solução ainda está a ser avaliada
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) admite a possibilidade de a areia retirada do fundo do sado pelas dragagens poder ser utilizada para fazer o enchimento das praias da Arrábida, confirmou a O SETUBALENSE, no sábado, o presidente do instituto.
“Vamos fazer a avaliação, mas não há nenhuma reserva em relação a isso”, disse Nuno Banza, acrescentando que “é preciso saber, em primeiro lugar, se a areia tem condições e qualidade, e, depois, se faz sentido realimentar praias naturais”.
O responsável do ICNF admite essa solução “havendo qualidade na areia e se fizer sentido realimentar praias naturais”. Por enquanto o instituto diz não “ainda respostas” a estas questões e promete divulgar quando as obtiver. “Seguramente que estaremos a fazer esse trabalho”, garante Nuno Banza, explicando, no entanto, que a decisão de reenchimento das praias “não depende só do ICNF, depende uma série de entidades”.
A sugestão para que a areia das dragagens fosse usada para encher as praias onde já falta areal, sobretudo o Portinho da Arrábida que já é só pedras, foi feita pela Câmara de Setúbal no parecer que apresentou no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental das obras do Porto de Setúbal.
O setubalense questionou também o presidente do ICNF sobre o era aeroporto do Montijo, mas o responsável disse que não queria fazer declarações sobre esse processo.
Nuno Banza esteve em Setúbal na abertura da feira ObservaNatura, que decorreu até ontem no Cais 3 do Porto de Setúbal. A 11.ª edição da maior feira de turismo da natureza reuniu cerca de duas centenas de operadores em diversas actividades, repartidas entre o rio, Herdade da Mourisca, Parque Urbano de Albarquel e Casa da Baía.
Na abertura do certame estiveram presentes o vice-presidente da Câmara, Manuel Pisco, assim como os presidentes das juntas de freguesia de São Sebastião e do Sado, e o responsável do ICNF defendeu que a ObservaNatura em Setúbal é um investimento.
“É trazer a feira para perto das pessoas. Nós não deixamos de fazer actividades na Mourisca, na Arrábida, em Tróia e nos outros sítios, mas com a feira temos o objectivo de ficarmos mais perto das pessoas, para podermos comunicar, despertar interesse em mais visitantes e ter alguma interacção adicional para que a mensagem chegue a mais pessoas”, disse Nuno Banza.
O presidente do ICNF referiu que o instituto tem “1500 pessoas espalhadas pelo território, que todos os dias contribuem para que a vida dos portugueses seja um bocadinho melhor e é preciso que os cidadãos saibam isso”.