Nome de Renato Paiva, do Benfica B, junta-se a Daniel Ramos no lote de candidatos a suceder Sandro Mendes
Mais de 72 horas depois de ser anunciada a saída de Sandro Mendes do cargo de treinador do Vitória FC, a direcção do conjunto setubalense ainda não revelou quem vai ocupar o lugar do técnico que foi demitido, após o empate (0-0) de sábado com o Marítimo. Enquanto não há sucessor, ganha força a ideia de que Meyong e Diego Silva, únicos elementos que integravam a equipa técnica anterior a permanecer em funções, vão ser os homens do leme no duelo de amanhã com o Santa Clara.
Com a viagem para São Miguel, ilha do arquipélago dos Açores, marcada para esta tarde, é muito improvável que o presidente Vítor Hugo Valente faça a apresentação do novo timoneiro antes da saída do plantel, que realiza hoje de manhã o derradeiro apronto em Setúbal, que medir forças com os insulares em partida da nona jornada da I Liga. A dar força à ideia de que Meyong e Diego vão estar no banco está o facto de ter sido dada a indicação aos jornalistas de que será o ex-avançado camaronês a fazer hoje, ao final da manhã, a antevisão do jogo.
Entretanto, numa altura em que as dúvidas em torno do próximo líder técnico se mantêm, mais nomes se vão juntando ao rol de possíveis sucessores de Sandro Mendes. Depois de Daniel Ramos, técnico que na época anterior comandou Chaves e Rio Ave, o Correio da Manhã avançou que Renato Paiva, treinador do Benfica B, é um dos nomes que estão em cima da mesa no Bonfim.
Numa altura em que o “dossier treinador” está nas mãos do presidente Vítor Hugo Valente, que por estes dias está apenas focado em encontrar a melhor solução para o emblema que lidera desde Dezembro de 2017, resta aguardar pelo anúncio oficial. Como acontece nas alturas em que os nomes apontados como hipóteses continuam a circular, os adeptos comentam o tema, não deixando de emitir as suas opiniões sobre quem seria a melhor opção.
Um dos nomes que tem gerado maior curiosidade e é tema de conversa em Setúbal prende-se com Renato Paiva, técnico do Benfica B que reside em Setúbal e que está identificado com a identidade do clube, conforme transparece numa entrevista concedida à Tribuna Expresso em 26 de Agosto de 2018. Quando questionado sobre um determinado tema em que o jornalista perguntava sobre o “Benfica ou o Setúbal”, Renato Paiva rectificou de imediato.
“Vitória, desculpa. Setúbal é uma cidade, que tem um rio maravilhoso, restaurantes de peixe fantásticos, praias extraordinárias e um clube que se chama Vitória Futebol Clube. [pausa] Eh pá… Cheguei a Setúbal em 1982, com 12 anos (…) Posso dizer que é um sonho e um objectivo treinar o Vitória, porque é um clube onde fui atleta e foi o clube que me abriu a porta para o treino (…) O Vitória é um clube com uma história enorme e tem uma coisa com que me identifico bastante: tem uma massa adepta que se ganhas mas não jogas como eles gostam não tens muita sorte em Setúbal”, disse.
E acrescentou na altura: “Ou seja, o adepto do Vitória quer que a equipa jogue, não se contenta só em ganhar. Eu percebo: quem teve Jacinto João, quem teve Jaime Graça, Tomé, sei lá, tantos jogadores de qualidade… Quem teve isto habituou-se a ter qualidade. Eu assisti a um Vitória 4, FC Porto 4. 4-4 e não era hóquei em patins, era futebol, e aquelas bancadas… o Malcolm Allison treinou o Vitória num dos anos de futebol mais fantástico do clube, futebol espectacular mesmo. O adepto do Vitória identifica-se com o jogo de qualidade e isso tem muito a ver com a forma como eu vejo o jogo. Portanto, sem me querer estar a oferecer, obviamente [risos], é um casamento que poderá dar certo”, disse ao Expresso em Agosto de 2018.
Caso se confirme a contratação de Renato Paiva não seria a primeira vez que trabalharia no Bonfim. “O primeiro estágio que fiz foi com o Carlos Carvalhal, no Vitória, porque moro em Setúbal e o Vitória estava na 2ª Liga naquela altura [2003/04]. Fiquei o ano inteiro a ver treinos e jogos. Foi há 16 anos. Já estava a treinar no futsal do Vitória, como adjunto, depois de deixar de jogar, e comecei logo ali a meter a mão na massa. Fiz os treinos todos e o Carvalhal até brincava a dizer que eu era mais pontual do que alguns jogadores [risos]. Estava eu no banco de suplentes, a ver o treino, e o director desportivo ao meu lado era o Quinito, portanto vê bem a riqueza daquelas manhãs. A partir daí, muita coisa começou a fazer sentido para mim”, disse, lembrando que ingressou no Benfica no ano do Trapattoni [2004/05].
Proposta de alteração de estatutos
continua disponível para consulta
Depois de ter sido há cerca de um mês entregue à direcção a proposta de alteração aos Estatutos e o Regulamento Interno, que inclui, entre outros assuntos, os regulamentos eleitoral e disciplinar, o documento continua disponível para consulta dos sócios. Entre as propostas apresentadas pela Comissão nomeada pela direcção do Vitória FC, constituída por Cândido Casimiro, João Martins, Luís Fuzeta da Ponte e Manuel Guerra Henriques, estão várias novidades.
O tema que tem suscitado maior discussão esteja relacionado com a denominação do clube. Tal como O Setubalense – Diário da Região tinha publicado na edição de 11 de Outubro de 2019 há a “intenção de o clube adoptar a denominação de apenas Vitória, além das já existentes Vitoria Futebol Clube ou VFC, eliminando de vez, estatuariamente, o erro recorrente de o clube ser denominado da mesma forma que a cidade onde está sediado: Setúbal”.
No entanto, existem outras alterações significativas que não passaram despercebidas aos mais atentos como a que diz respeito à constituição do capital da SAD. Os actuais estatutos permitem a venda da maioria do capital social da SAD, basta ser aprovado em Assembleia geral com maioria simples independentemente de estarem 50, 100 ou 200 sócios. A proposta agora apresentada obriga a estarem 5% dos sócios efectivos e de só poder ser aprovado com dois terços de votos favoráveis.
A Comissão entende que desta forma, os direitos do clube ficam salvaguardados, uma vez que nenhuma Assembleia geral com um número inferior a 500 sócios presentes poderá validar a cedência do capital social da SAD. Caso não seja alterado este ponto, bastaria um número qualquer de sócios em Assembleia geral e por maioria simples poder vender, ou seja, numa AG com 100 sócios, bastava ser aprovado por 51 votos.