As forças políticas representadas na Câmara do Seixal não querem deixar arrefecer a construção do hospital no Seixal. Em reunião de executivo, tanto a maioria comunista como oposição subscreveram mais uma tomada de posição que reclama ao Governo esta unidade de saúde
A construção do hospital no Seixal voltou a estar em cima da mesa em reunião pública do executivo da Câmara do Seixal. A tomada de posição apresentada pela maioria CDU foi subscrita por todas as forças políticas representadas na vereação.
O documento, apresentado pela vereadora Manuela Calado, reforça que a “construção do hospital no Seixal, protocolada em 2009 com a assinatura de um Acordo Estratégico com o então Ministério da Saúde e a posterior adenda a esse acordo, em 2018, com um aumento considerável das responsabilidades e obrigações da Câmara Municipal do Seixal, é peça fundamental para a melhoria da dignidade e das condições de vida das populações, bem como para a resolução dos problemas estruturais do Hospital Garcia de Orta e dos cuidados de saúde na Região”.
Perante isto, a Câmara do Seixal vem reafirmar a “a necessidade urgente de construção do hospital no concelho do Seixal”, bem como a “urgência na contratação de mais médicos para as unidades de cuidados de saúde primários e hospitalares em todo o Distrito de Setúbal, de modo a garantir médicos para todos os utentes”.
Ao mesmo tempo que relembra a reivindicação das populações e comissões de utentes pela construção desta unidade no concelho, os eleitos exortam o “novo Governo a tratar esta matéria de forma urgente e prioritária, tudo fazendo para que o concurso público a decorrer seja o mais célere possível e permita iniciar a construção do Hospital a curto prazo”.
A urgência da construção do hospital é evidente
Toda a vereação se afirmou desejosa de que o hospital seja construído o mais depressa possível, dotado com o pessoal médico e auxiliar necessário.
De qualquer modo, a comunista Manuela Calado lembrou que tudo parecia acertado com o Governo, há quatro anos, e o estabelecimento ainda carece e projecto, situação que piora com a “saturação e a falta de pediatras no Hospital Garcia de Orta”, enquanto Francisco Morais, do BE, apelou a que o estabelecimento de saúde não “sirva da arma de arremesso”. Mas concordou com o retrato actual do Hospital de Almada e acusou o Governo de “ter sempre fugido à questão, mesmo quando estava de certo modo amarrado à esquerda”. Portanto, agora, sem essas amarras, “será pior, para agradar ao seu patrão europeu”.
Quanto a Eduardo Rodrigues, reconheceu que os “governos têm sido incapazes de resolver o problema” e o que “se passa no Garcia de Orta, passa-se em todo o lado”.
Para o socialista, os problemas radicam nas “limitações impostas pela Ordem dos Médicos”, que ninguém tem coragem de enfrentar. Seja como for, afiança, “o projecto do novo hospital está em andamento, graças aos esforços governamentais do PS e das formações que o apoiaram na última legislatura”. Está convencido que o projecto “sairá finalmente do papel e irá para o terreno”.
Joaquim Tavares (CDU) mostrou-se contrariada por a construção do hospital não avançar ao “ritmo que desejaríamos” e disse ser um absurdo atirar as “culpas par a Ordem dos Médicos quando o hospital nem sequer está construído”.
Enfim, o “facto positivo é a unanimidade com que foi acolhida a tomada de posição”, concluiu o presidente da Câmara, Joaquim Santos, para quem a “degradação dos serviços públicos é uma evidência”. E perguntou: “Será que a finalidade é encaminhar os utentes para o privado?”
Ficou-se a saber, pela boca do presidente, que a autarquia vai pedir uma reunião, com carácter de urgência, à ministra da Saúde, a fim de pedir esclarecimentos e “urgência” na construção do tão desejado hospital.
Por José Augusto