Presidente da Câmara visitou empresa acusada de poluir ambiente

Presidente da Câmara visitou empresa acusada de poluir ambiente

Presidente da Câmara visitou empresa acusada de poluir ambiente

Moradores acusam a unidade de ter parado a produção para se preparar para a visita. Confirma-se que a unidade industrial não tem licença de exploração

 

Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, visitou, na manhã de ontem, a unidade fabril de decapagem e metalização, sita na Quinta das Laranjeiras, em Fernão Ferro, que tantas dores de cabeça tem causado à população, que acusa a empresa de não cumprir as normas ambientais.

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O autarca, que se fez acompanhar da directora do departamento de Fiscalização da Câmara, tinha à sua espera, no acesso à unidade industrial, os presidentes da Junta de Freguesia de Fernão Ferro e da Comissão de Moradores da Quinta das Laranjeiras, Carlos Reis e Mário Santos, bem como alguns moradores descontentes. Estes mostravam-se desagrados pelo facto da empresa ter suspendido a laboração, certamente para “se preparar para esta visita e apagar os vestígios da laboração”.

Os moradores mais esclarecidos são de opinião que o licenciamento industrial, neste caso, é da competência do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas, que se apoiará, inevitavelmente, num parecer da Câmara Municipal. Ora, segundo os mesmos, tal parecer não pode ser favorável, caso a autarquia não se desvie do respeito que deve ao PDM.

A deambulação de Joaquim Santos e de algumas pessoas selecionadas pela administração pela unidade de produção não foi demorada. E também não muito esclarecedora. O autarca, em conversa com os moradores, declarou que a administração lhe disse estar à espera da solicitada licença de exploração, pelo que não se encontra a laborar, o que contraria inúmeros testemunhos por nós recolhidos e o sentido da intervenções de moradores na última reunião de Câmara.

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O presidente da Câmara explicou que a autarquia não tem competência nesta área, a qual recai nos ministérios da Economia e do Ambiente. Os moradores pediram a colaboração da autarquia. “Façam-nos chegar as vossas queixas, que nós respondemos e encaminhamo-las na direcção certa”, respondeu o autarca.

Uma coisa que não se vê

“Isto é uma coisa que não se vê, mas sente-se”, começou por dizer-nos Ermelinda Mestre, que habita a escassas dezenas de metros da unidade de decapagem. “Ultimamente eu, que tenho problemas de tiroide, tenho vómitos, diarreia, dores no peito. Um mal-estar geral. A minha mãe está a passar o mesmo. De manhã, sinto picadas na língua. Isto tem rebentado a boca a muita gente daqui. De vez em quando, cheira mal, mas é coisa leve”.

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Diz quem viu que os trabalhadores da fábrica se protegem com fatos que parecem espaciais, o que explica a perigosidade do material que manipulam. O já referido Mário Santos, presidente da Comissão de Moradores, informou-nos que a “Quercus entendeu não estar hoje presente, mas garantiu que se vai empenhar no assunto”.

Um caso caricato

Após a visita do presidente da Câmara, a administração entendeu deixar entrar alguns moradores e um nosso companheiro de trabalho, mas barrou a entrada ao repórter de “O Setubalense”. Pretexto: não ter ouvido a administração aquando da feitura do artigo saído na última terça-feira sobre o assunto. Ora, tal não é verdade. Tentámos, na manhã e princípio da tarde de segunda-feira, contactar telefonicamente a empresa. Como ninguém atendesse, deixámos um pedido de contacto na caixa de mensagens. Além disso, fizemos o mesmo pedido, mas por escrito, na janela do portal que a empresa colocou na internet.

J.A.

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