A Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) anunciou hoje, 13, que está contra a solução do aeroporto complementar no Montijo e que vai solicitar uma reunião urgente ao primeiro-ministro.
“Perante os dados que existem, a solução de que o país precisa é um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, cuja construção pode ser de forma faseada. O aeroporto complementar no Montijo não serve a região e não é uma alavanca de crescimento económico”, disse o presidente da AMRS, Rui Garcia, que é também presidente da Câmara da Moita (CDU).
O responsável falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na Câmara Municipal de Alcochete, após uma reunião da associação para discutir o tema do novo aeroporto. Dos municípios associados da AMRS, apenas o Montijo é liderado pelo PS, sendo os restantes presididos por autarcas comunistas.
Presentes na reunião estiveram representantes de todos os municípios que pertencem à associação (Alcochete, Seixal, Moita, Almada, Palmela, Barreiro, Montijo e Sesimbra), com excepção de Setúbal, que foi justificada a ausência por motivos de última hora.
“Setúbal partilha desta opinião que a solução é a instalação do aeroporto no Campo de Tiro. A Câmara do Montijo também esteve na reunião e participou na discussão, mas não marcou presença nesta conferência por não estar de acordo com a tomada de posição”, afirmou.
Rui Garcia lamentou que os municípios não tivessem sido ouvidos durante este processo, com excepção do Montijo, liderado pelo socialista Nuno Canta, e anunciou que vai ser pedida de imediato uma “reunião urgente” com o primeiro-ministro, António Costa.
“Perante os dados que são públicos, não existe fundamento para se alterar a decisão de construir no Campo de Tiro um novo aeroporto. É possível e é necessário para o desenvolvimento da região, um terminal na base aérea não é alavanca para coisa nenhuma. É possível e é necessário fazer no Campo de Tiro e ainda é mais urgente agora”, salientou.
Luís Franco, presidente da Câmara de Alcochete, defendeu que o único estudo válido foi efectuado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e que comprova que a melhor solução é o Campo de Tiro de Alcochete.
“De acordo com o contrato de concessão assinado entre o governo e a concessionária dos aeroportos existem as duas possibilidades, de construir um novo aeroporto ou a possibilidade de maximização do sistema de operacionalidade da Portela. Não compreendemos como é que o governo, perante a possibilidade de impor à ANA a construção de um novo aeroporto, está a adoptar a posição que é mais confortável para a entidade privada”, disse.
O autarca de Alcochete defendeu que é importante perceber “se o governo está a defender os interesses de Portugal”, considerando que a solução do Montijo “vai esgotar-se muito rapidamente no tempo, sem qualquer possibilidade de expansão”.