Diana Fialho e Iúri Mata deveriam conhecer hoje o acórdão no Tribunal de Almada. No entanto, o colectivo de juízes adiou a leitura, cuja nova data será marcada na sessão de 29 de Julho.
Acusados de homicídio qualificado e profanação de cadáver, os assassinos de Amélia Fialho arriscam pena máxima de 25 anos.
A leitura do acórdão estava prevista para esta tarde, mas o colectivo de juízes, presidido por Nuno Salpico, deu prazo às defesas dos arguidos para se pronunciarem quanto ao relatório pericial do equipamento informático que os mesmos tinham em casa, e que foi agora junto ao processo, e quanto à alteração da qualificação jurídica do crime de homicídio qualificado, que o tribunal entende que deve ter a agravante de ter sido cometido por “motivo torpe, censurável”, o que não consta da acusação do Ministério Público.
A próxima sessão fica agendada para as 14h00 de 29 de Julho. Dia em que deverá ser marcada nova data para a leitura do acórdão.
Na semana passada, nas alegações finais do julgamento, que decorre no Tribunal de Almada, no distrito de Setúbal, o procurador do Ministério Público (MP), Jorge Moreira da Silva, defendeu que os arguidos sejam condenados, em coautoria, pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.
O procurador pediu, assim, a pena máxima de 25 anos de prisão pelo crime cometido de forma “escabrosa e maquiavélica, com requintes de barbárie”.
Segundo o despacho de acusação do MP, os arguidos “gizaram um plano para matar Amélia Fialho, de 59 anos, e, ao jantar, colocaram fármacos na bebida da vítima que a puseram a dormir”, tendo depois desferido “vários golpes utilizando um martelo”, que causaram a morte da professora.
Após o homicídio, relata a acusação, os arguidos embrulharam o corpo e colocaram-no na bagageira de um carro, deslocando-se até um terreno agrícola, em Pegões, no Montijo, onde, com recurso a gasolina, “atearam fogo ao cadáver”.
Para Jorge Moreira da Silva, estes factos ficaram provados através da reconstituição do crime efetuada por Iúri Mata à Polícia Judiciária (PJ), do sangue encontrado na viatura e na residência dos arguidos, que “chegava a atingir o teto”, e das imagens nas bombas de gasolina, onde entraram separadamente para comprar combustível e um isqueiro (utilizados para carbonizar o corpo), o que mostra “o calculismo com que ambos funcionaram”.
Lusa