Expansão de ciclovias e fomento de bicicletas partilhadas pode ser medida a potenciar. Nos transportes públicos é apontada a necessidade de intermodalidade
Promover o uso de modos de transporte leves, melhorar a qualidade e intermodalidade dos serviços de transportes públicos e regular o trânsito são algumas das medidas que foram apresentadas aos autarcas na sessão da segunda fase do Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal, estudo que está a ser elaborado pela TIS.PT – Consultores em Transportes, Inovação e Sistemas a pedido da Câmara Municipal de Setúbal.
O referido plano, projectado para um horizonte temporal até 2026, foi descrito essencialmente como “um instrumento que estabelece uma estratégia global e um modelo de mobilidade sustentável para o município de Setúbal”, disse Pedro Santos, consultor da TIS.PT.
Segundo a autarquia, foi proposta a “promoção e reforço das deslocações em modos suaves”, como a deslocação em bicicleta, uma medida que pode ser potenciada com a “expansão da rede de ciclovias, com a introdução de equipamentos e parqueamentos que auxiliem o uso de bicicletas e o fomento do uso de bicicletas partilhadas”.
Relativamente aos transportes públicos, o estudo apontou a necessidade de implementar “serviços de qualidade e numa perspectiva de intermodalidade”, através da diversificação da estrutura da rede de transportes colectivos urbanos, intraconcelhio e interconcelhio, da revisão do sistema de tarifário e da integração da oferta de táxis.
“Desenvolver uma estratégia articulada de qualificação do espaço rodoviário que assegure o fluxo de tráfego, objectivo que pode ser alcançado com a hierarquização da rede rodoviária, com a redução do volume de tráfego e velocidades de circulação e a resolução de alguns pontos de constrangimentos” foram outros dos pontos apresentados, refere nota da autarquia.
A organização da oferta de estacionamento na área central da cidade e o controlo do parqueamento de longa duração foram medidas elencadas também na apresentação da TIS.PT. O mesmo plano “aponta ainda à minimização dos impactes associados ao tráfego de pesados e à organização de cargas e descargas no centro urbano, meta que pode ser alcançada, entre outras, com a melhoria das acessibilidades às zonas industriais e com o controlo de circulação e estacionamento de pesados”.
O Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal foca-se, ainda, na adopção de uma “estratégia diversificada de gestão da mobilidade de acessos às praias de Setúbal, neste caso com a criação de parques de estacionamento de rebatimento e com a implementação de um serviço de transportes públicos de qualidade e dinâmico”.
O estudo encomendado pela autarquia reforça ainda a necessidade de melhorar o sistema de transportes colectivos, com a criação de um novo interface na Praça do Brasil, com o reforço da fiscalização do estacionamento e criação de parqueamento de longa duração e com a reformulação da rede de transportes colectivos rodoviários e a possibilidade de criação de corredores Bus.
Também o desenvolvimento do tecido económico é uma das prioridades do cenário preconizado, que aponta à melhoria dos acessos rodoviários à península industrial da Mitrena, assim como ao investimento da ligação ferroviária do Porto de Setúbal ao terminal da Termitrena e à criação de um polo de micrologística na zona de Poçoilos, acrescenta o município em nota de imprensa.
Com a implementação do Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal, desenvolvido pela TIS.PT – Consultores em Transportes, Inovação e Sistemas, a Câmara Municipal de Setúbal assume um conjunto de sete objectivos estratégicos para mudar a realidade dos modos de transporte na cidade.
São eles a “promoção da qualidade de vida para residentes, trabalhadores e visitantes”; “contribuição para uma economia mais eficiente e sustentável”; “fomento de uma repartição modal favorável aos modos de transporte mais eficientes e sustentáveis” e “utilização racional do transporte particular”.
Contemplados estão também a “promoção de um sistema de acessibilidades e transporte mais inclusivo”, “redução dos impactes ambientais associados ao setor dos transportes” e o “fomento do aumento da segurança de todos os utilizadores”.
“Este é um trabalho que ao longo do tempo vai ter uma enorme influência no desenvolvimento integrado do concelho”, realçou André Martins, vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Setúbal.