Entre janeiro e novembro foram movimentadas cerca de 313 mil viaturas, volume que coloca porto como “plataforma de referência”
O Porto de Setúbal apresentou uma evolução positiva da sua atividade nos primeiros 11 meses de 2025, com aumentos expressivos em áreas estratégicas. O tráfego roll-on roll-off (Ro-Ro) cresceu 9,1% e os granéis líquidos registaram uma subida de 13,8% em comparação com o mesmo período de 2024.
De acordo com a informação divulgada pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), entre janeiro e novembro foram movimentadas cerca de 313 mil viaturas. Este volume, sublinha a entidade, confirma o posicionamento do porto setubalense como uma infraestrutura logística “central para a indústria automóvel e para o escoamento das exportações nacionais”.
A APSS explica que também os granéis líquidos se destacaram, com um crescimento que, segundo a administração, reforça o papel estratégico do porto no abastecimento energético e industrial, bem como no apoio à atividade económica regional e nacional.
No conjunto da atividade, o Porto de Setúbal movimentou aproximadamente 5,8 milhões de toneladas de mercadorias. Para a administração portuária, este resultado reflete uma “evolução global” condicionada por “fatores conjunturais”, mas sustentada por “desempenhos particularmente positivos em segmentos considerados determinantes”.
Quanto às perspetivas para o período entre 2026 e 2028, a APSS antecipa uma fase inicial de estabilização dos volumes, seguida de uma recuperação gradual a partir de 2027, com taxas médias de crescimento anual próximas dos cinco por cento. Na nota de Imprensa enviada à redação d’O SETUBALENSE, é explicado pela APSS que esta trajetória deverá assentar na diversificação dos tipos de carga e no reforço da capacidade instalada.
A entidade prevê que os granéis líquidos mantenham volumes estáveis, garantindo a continuidade do abastecimento energético e industrial. Já os granéis sólidos deverão apresentar um crescimento sustentado, sobretudo associado à movimentação de produtos cimenteiros e de matérias-primas industriais.
A carga geral fracionada deverá evoluir de forma progressiva, impulsionada pela atividade dos terminais multiúsos e pela captação de novos fluxos ligados à indústria e à logística de projeto. Em paralelo, a carga contentorizada deverá iniciar, a partir de 2026, um ciclo de crescimento consistente, com aumentos anuais estimados em cerca de três por cento, refletindo a maior competitividade do porto e a sua integração nas cadeias logísticas internacionais.
Relativamente ao tráfego Ro-Ro, a APSS admite que a infraestrutura se encontra próxima do limite da capacidade atual, mas prevê um crescimento mais significativo a partir de 2027, após a expansão do terminal, em linha com a evolução da indústria automóvel e das exportações nacionais.
No comércio externo, a administração portuária antecipa um reforço sustentado das exportações, apoiado pelo crescimento da carga contentorizada, pela introdução de novos fluxos de carga fracionada e pelo aumento da capacidade logística associada ao Ro-Ro.
A cabotagem nacional deverá continuar a ter um papel relevante, nomeadamente no transporte de cimento produzido na região para outros portos do continente e para as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, contribuindo para a coesão territorial e para a eficiência do sistema portuário nacional.
Para a APSS, o Porto de Setúbal afirma-se como uma infraestrutura em plena transformação, preparada para enfrentar os desafios da transição energética, da digitalização e da reorganização das cadeias logísticas globais, assumindo-se como um polo de desenvolvimento económico, inovação e sustentabilidade, estreitamente ligado ao território e às comunidades locais.