Nélio Condeço: “A escassez de recursos humanos é um dos maiores desafios que temos”

Nélio Condeço: “A escassez de recursos humanos é um dos maiores desafios que temos”

Nélio Condeço: “A escassez de recursos humanos é um dos maiores desafios que temos”

Comandante dos Bombeiros Voluntários de Setúbal analisa os desafios enfrentados pela corporação, a gestão do voluntariado e a ligação com a comunidade

Com uma carreira iniciada aos 14 anos, tendo passado por várias funções de comando e enriquecido a sua experiência com formações nacionais e internacionais, Nélio Condeço ocupa atualmente o cargo de comandante dos Bombeiros Voluntários de Setúbal. Em entrevista a O SETUBALENSE, o líder da corporação falou sobre os desafios enfrentados pela corporação, a gestão do voluntariado e a ligação com a comunidade. 

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No entender do comandante, a escassez de recursos humanos e a necessidade de valorização da carreira de bombeiro voluntário são os principais desafios da corporação. Com cerca de 70 profissionais e 40 voluntários, a capacidade de resposta é reforçada pela Escola de Infantes e Cadetes, que atualmente integra 28 jovens entre os 6 e os 17 anos, formando a nova geração de voluntários e consolidando o futuro da instituição.

Apesar do reconhecimento diário por parte da população e do apoio das instituições locais, Nélio Condeço sublinha que ainda é necessário um maior reconhecimento formal do trabalho dos voluntários. As ocorrências recentes, especialmente os incêndios rurais agravados pelas alterações climáticas, evidenciam a complexidade e a exigência do serviço prestado pelos bombeiros.

Para Nélio Condeço, iniciativas como a de ‘Ardina por um dia’ não só contribuem financeiramente para a corporação, mas também permitem divulgar as atividades da associação e reforçar a ligação com a comunidade local, promovendo uma relação próxima e de confiança entre bombeiros e população.

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Quais são os maiores desafios que a corporação enfrenta atualmente?

Atualmente a escassez de recursos humanos representa um dos maiores desafios com que nos deparamos. Para além do tempo necessário à formação de qualquer elemento do corpo de bombeiros voluntários, é necessário tornar esta carreira mais valorizada, seja a nível nacional, seja através de apoios a nível local.

Como foi a sua trajetória como bombeiro voluntário e como chegou à posição de comandante?

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Foi no ano de 2000 e com apenas 14 anos de idade que Iniciei a minha carreira nesta casa, movido pela vontade de ajudar o próximo, com o empenho, dedicação e e profissionalismo na profissão que defendo até aos dias de hoje. Em 2015 entrei para o Comando como adjunto de comando,  tendo sido indigitado em 2022 como segundo comandante. Em 2023, e pela atual direção fui convidado para a atual posição que ocupo hoje de Comandante. Para além das experiências vividas na primeira pessoa em teatros de operações por todo o país, enriqueci de forma continua as minhas competências ao longo dos anos com formações nacionais e internacionais. 

Como tem sido a gestão do voluntariado em tempos de crescente procura pelos serviços da corporação?

Este é um dos maiores desafios numa sociedade cada vez mais fechada sobre si. A capacidade de resposta do Corpo de Bombeiros assenta cada vez mais em profissionais, sendo que de momento o mesmo conta com cerca de 70 elementos neste regime. O serviço de voluntário, realizado por cerca de 40 elementos, reforça a capacidade já instalada ao longo de todos os dias da semana. Importa ainda realçar que para fazer face a esta necessidade reativamos há dois anos a nossa Escola de Infantes e Cadetes, que conta atualmente com cerca de 28 jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos

Quais são as maiores necessidades que existem?

Reconhecimento pelo trabalho dos bombeiros voluntários que não se verifica na prática, e reconhecimento pela carreira de bombeiros voluntários.

Qual foi a ocorrência mais complexa com a qual se depararam nos últimos tempos?

As alteração climáticas têm trazido aos incêndios rurais uma dimensão nunca antes vista, levando em pouco espaço de tempo, e após ao inicio das ocorrências, à perda de vidas e de bens que levaram uma vida inteira a construir. Este ano estivemos no combate aos fogos rurais no Centro e Norte de Portugal por várias semanas, defendendo os locais e apoiando as populações.

Como é o envolvimento da população e das instituições locais com os bombeiros voluntários?

Esta é uma das experiências mais gratas que temos enquanto corpo de bombeiros. 

Temos por parte da população um reconhecimento diário dos nossos serviços, situação essa que nos é extremamente gratificante. Das instituições locais surgem relações de apoio mútuo, onde muitas das iniciativas só se tornam possíveis com a excelente relação que promovemos em conjunto com os mesmos.

Como avalia a iniciativa ‘Ardina por um dia’ e que impacto tem para a vossa corporação?

Uma excelente iniciativa que enaltece todos os que participam na mesma bem como às entidades beneficiadoras do evento, sendo que no nosso caso permite uma maior e melhor divulgação das nossas atividades e serviços junto da comunidade que servimos.

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