Projeto inovador tem como proposta um ‘frigorífico’ com livros e jornais para fazer com que os mais novos desliguem do digital
A Escola Sede Ordem de Santiago, situada na Bela Vista, arrancou esta sexta-feira no terreno com o projeto “Leituras Fresquinhas”. Localizado no bar dos alunos daquela escola, estes podem consultar, diariamente, uma variedade de livros e jornais que estão disponíveis num ‘frigorífico’.
Perto de cinco dezenas de jovens alunos, com idades compreendidas entre os nove e os 12 anos tiveram um início de aulas, na manhã de 5 de dezembro, na Escola da Bela Vista de manhã bem diferente do habitual.
Interessados, curiosos e com muitos sorrisos em geral formaram uma plateia, no espaço do bar da escola, para assistir à explicação em que consiste num projeto que tem como objetivo aproximar os estudantes da leitura, criando um espaço descontraído onde podem desfrutar de jornais, livros e revistas de forma livre e espontânea.
Também com os fatores diversidade e inclusão, esta iniciativa tem rostos visíveis, com cada pessoa a desempenhar funções distintas para, em conjunto, chegarem a um produto final que a todos deixa satisfeitos.
Assim, os responsáveis são Carlos Martins, diretor da escola, Carla Cardoso, professora de Educação Visual, Sónia Ramalho, professora de Cidadania, Adelaide Amaro, técnica de biblioteca, Leonor Pita, adjunta de direção, Cristina Sampaio, responsável pela sala de recursos especializados e André Monteiro, coordenador do projeto dinamização dos espaços exteriores.
Este último contou a O SETUBALENSE como nasceu a ideia deste projeto. Hoje, alerta, “enfrentamos um problema que é o absentismo”. “Para combater esta realidade temos de encontrar novos desafios e novos formas de atrair e ocupar os alunos”.
A recente imposta regra de não utilização de telemóveis na escola aumentou essa necessidade no sentido de “lhes ser dado algo para evitar que eles se dispersem e possam fazer coisas que depois se irão arrepender”, frisa.
André Monteiro explica que o objetivo é direcionar os jovens para uma habituação aos formatos de papel para que “se desliguem um pouco do digital numa escola mais apetecível, mais agradável com os alunos a terem total liberdade de irem ao frigorífico das leituras fresquinhas, tirar o que querem”.
Conhecendo a realidade onde a escola está inserida, acredita que esta iniciativa irá ter um forte impacto nos alunos “porque queremos acreditar que são os pequeninos que mais uma vez vão dar os exemplos aos maiores”.
Em termos de oferta o frigorífico “vai estar sempre bem composto”, assegura André Monteiro, com temas vastos e variados adequados às idades dos pequenos leitores.
“É um pouco de tudo, porque mais uma vez pedimos à comunidade educativa para trazer o que tinham lá em casa, até mesmo à própria biblioteca. Por isso temos desde contos infantis, a livros relacionados com as emoções, algumas reflexões e também, claro, livros na área do desporto. É um modelo dinâmico. Os livros não são sempre os mesmos, já temos uma base. Acreditamos que os alunos vão gostar do que lhes vamos apresentar”.
Jornal O SETUBALENSE apoia projeto desde o início
Desde a primeira hora que o jornal O SETUBALENSE aderiu ao projeto apresentado pela escola. “Acreditamos que o contacto regular com a imprensa local é uma forma de promover o conhecimento, o espírito crítico e a ligação à comunidade”, considera André Monteiro.
“O SETUBALENSE, com a sua relevância, qualidade jornalística e papel fundamental na divulgação da atualidade regional, é uma presença extremamente valiosa neste projeto”, acrescenta. Nesse sentido o jornal vai disponibilizar gratuitamente seis exemplares mensais que vão direitinhos para o frigorífico das “Leituras Fresquinhas” colocado no bar dos alunos e de livre acesso e gestão.
