Publicidade: Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China. A 20.ª Cimeira do G20, realizada em Joanesburgo, terminou com um apelo à solidariedade e à cooperação global, num momento marcado pela rápida aprovação da Declaração Conjunta e pela defesa de um maior protagonismo do Sul Global na governança económica mundial
A 20.ª Cimeira do G20 encerrou no passado domingo, em Joanesburgo, África do Sul, com um conjunto de apelos à unidade internacional perante a lenta recuperação económica global, as divergências persistentes e os bloqueios nos mecanismos de governança. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, sublinhou a necessidade de reforçar a cooperação para enfrentar desafios partilhados e promover um desenvolvimento mais equilibrado.
Foi igualmente assinalado que, pela primeira vez na história do G20, a Declaração Conjunta foi aprovada no próprio dia da abertura da Cimeira, facto interpretado como um sinal da determinação das partes em fortalecer a concertação internacional.
Criado em 1999 no contexto da crise financeira asiática, o G20 consolidou-se ao longo de mais de duas décadas como uma das principais plataformas de coordenação económica global. Recordando as intervenções do presidente chinês, Xi Jinping, na Cimeira de Bali em 2022, Li Qiang reiterou que a solidariedade continua a ser a força motriz do G20, defendendo que a divisão “não conduz a lado nenhum”.
Em Joanesburgo, o primeiro-ministro chinês apresentou três propostas dirigidas às necessidades mais prementes do Sul Global, especialmente de países de rendimento médio e baixo: o reforço da cooperação ambiental para aumentar a resiliência do desenvolvimento; a promoção da transição energética justa através da energia verde; e o aprofundamento da cooperação em segurança alimentar para assegurar um fornecimento estável.
Li Qiang destacou ainda que o desenvolvimento comum exige avanços na reforma da governança económica global, salientando que o atual sistema se encontra desajustado e que a representatividade do Sul Global permanece insuficiente. A nova vaga de transformação tecnológica e industrial, embora repleta de oportunidades, poderá agravar desigualdades caso não seja acompanhada por mecanismos inclusivos.
O dirigente chinês apelou, por isso, a que o G20 assuma a liderança na defesa do multilateralismo e acelere reformas no Banco Mundial, no Fundo Monetário Internacional e na Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de ampliar a voz dos países em desenvolvimento e contribuir para uma ordem económica internacional mais justa, equilibrada e aberta.