PIB, rendimento e competitividade: a dicotomia entre a Península de Setúbal e o Litoral Alentejano

PIB, rendimento e competitividade: a dicotomia entre a Península de Setúbal e o Litoral Alentejano

PIB, rendimento e competitividade: a dicotomia entre a Península de Setúbal e o Litoral Alentejano

PCP e PS defendem a reconstituição da NUTS III para a península e um novo desenho da NUTS II no quadro da AML

Estatísticas entre 2022 e 2023 mostram que a fixação de grandes empresas nos Alentejo tem alavancado a região alentejana

Apesar de estarem no mesmo distrito a Península de Setúbal e o Litoral Alentejano vivem realidades bem diferentes no que diz respeito aos rendimentos familiares e ao contributo da economia para cada uma dessas regiões. O Alentejo Litoral destaca-se no que concerne à média de quanto cada pessoa produz, mas a península ‘ultrapassa’ em muitos outros denominadores.

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Os dados do Eurostat, o Serviço de Estatísticas da União Europeia, mostram as duas regiões pintadas a cores diferentes no que diz respeito ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita em 2023, num cenário em que a média europeia é de 38.100 euros. O Litoral Alentejano apresenta-se com valores acima dos 50 mil euros em dicotomia com a península, que está no indicador dos 15 mil e 24.500 euros (ver mapa 1).

Comparando as duas regiões, a península tinha, em 2020, 782.044 pessoas, segundo refere a Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET), já os cinco concelhos alentejanos tinham 96.442 habitantes em 2021, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Assim, entende-se que os valores são distribuídos por mais habitantes na primeira região e por menos pessoas na segunda, o que não significa essencialmente disparidades de riqueza. Outro dos fatores é a instalação de empresas que geram riqueza na região alentejana, mais especificamente em Sines – como é o caso da Repsol, a Microsoft, a StartCampus, entre outras.

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No entanto os nove concelhos que compõem a península destacam-se de outra forma, como por exemplo, no “rendimento disponível das famílias/rendimento primário das famílias”, em dados de 2022. Ao observar o mapa é possível perceber que o País está quase todo em tons neutros, destacando-se a nossa região e a Grande Lisboa, o que significa que estas duas são regiões mais contribuintes líquidas, ou seja, mais competitivas em termos económicos (mapa 2).

A região alentejana volta a ficar atrás quando se trata do PIB regional, também em dados de 2022, aparecendo mais uma vez com cores neutras, à semelhança de grande parte do território. Por outro lado, a península mostra-se muito acima da média europeia (63.1%) sendo a única pintada a castanho-escuro, ou seja, significa que é uma região onde grande parte do PIB é oriundo do rendimento das famílias (menos peso empresarial/governamental) (mapa 3).

No que se refere ao rendimento primário por habitante, em PPC [Paridade de Poder de Compra], e também em dados que correspondem a 2022 e onde se compara o nível real de rendimento primário das famílias ajustado ao poder de compra, a região, e algumas outras zonas do País, encontram-se um pouco acima da média portuguesa. Numa zona pintada a azul intermédio a região encontra-se entre os 67 e os 76%, ou seja, encontra-se a ‘meio caminho’ entre a média da União Europeia (mais alta) e os níveis médios do sul de Espanha e da Grécia (mais baixa) (mapa 4).

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