Miguel Oliveira diz adeus ao Mundial de velocidade após 15 épocas e 17 vitórias

Miguel Oliveira diz adeus ao Mundial de velocidade após 15 épocas e 17 vitórias

Miguel Oliveira diz adeus ao Mundial de velocidade após 15 épocas e 17 vitórias

Fotografia: Facebook Miguel Oliveira

Aos 30 anos, o piloto de Almada segue agora para o Mundial de Superbikes, após uma corrida em que recuperou do 18.º lugar ao 11.º posto final

O piloto português Miguel Oliveira despediu-se este domingo do Campeonato do Mundo de velocidade após 15 temporadas, em que percorreu as categorias de 125cc, Moto3, Moto2 e MotoGP, num total de 247 corridas, conquistando 17 vitórias e 41 pódios.

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O piloto luso, de 30 anos, estreou-se no Mundial de velocidade em 2011, na categoria de 125cc, pela Andalucía-Cajasol. No ano seguinte integrou a Moto3, pela Estrella Galicia 0,0, conquistando os primeiros pódios, ao ser terceiro na Catalunha e segundo na Austrália.

Entre 2013 e 2014 alinhou pela Mahindra Racing (dois terceiros lugares, na Malásia e nos Países Baixos), antes de se transferir, em 2015, para a Red Bull KTM Ajo, pela qual somou as primeiras vitórias no Mundial (seis nessa temporada) que lhe valeram o segundo lugar do campeonato, a seis pontos do britânico Danny Kent.

Em 2016, subiu para a Moto2 com a Leopard Racing e, posteriormente, regressou à Red Bull KTM Ajo, em 2017, equipa pela qual alcançou seis vitórias e o vice-campeonato de 2018, atrás do italiano Francesco Bagnaia.

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A estreia em MotoGP ocorreu em 2019, na Tech3 KTM, conseguindo em 2020 a primeira vitória da carreira na classe rainha, no Grande Prémio da Estíria, oferecendo também o primeiro triunfo de sempre àquela equipa privada no Mundial de MotoGP.

No mesmo ano venceu também o Grande Prémio do Algarve, em Portimão, numa prova marcada pela pandemia de covid-19 e em que o ‘Falcão’ fez a ‘pole position’, volta mais rápida e liderou todas as voltas da corrida.

As prestações valeram-lhe a promoção à equipa oficial da KTM, entre 2021 e 2022, com a qual conquistaria mais três vitórias: Catalunha, em 2021, e Indonésia e Tailândia, em 2022, com a particularidade de estas duas corridas se terem disputado debaixo de chuva.

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Mas, em 2023, decidiu experimentar uma nova marca, mudando-se para a Aprilia, com a equipa satélite Trackhouse Racing. Contudo, os problemas técnicos e as lesões não permitiram que voltasse a conhecer o sucesso experimentado com a KTM.

Em 2025, acabaria por mudar de ares novamente, agora para a Yamaha, na equipa Prima Pramac que acabara de conquistar o título de equipas e de pilotos, com o espanhol Jorge Martín.

No entanto, o ano começou logo mal, com uma queda na corrida sprint da Argentina, segunda ronda da temporada, que lhe provocou uma lesão nos ligamentos do ombro direito. Falhou as três corridas seguintes (Américas, Qatar e Espanha), desistindo na prova seguinte, em França.

A adaptação à nova mota atrasou-se e a equipa acabou por acionar a cláusula de desempenho, que impediu a renovação do contrato com o português por mais uma temporada.

Miguel Oliveira segue, agora, para o Mundial de Superbikes, o campeonato do mundo de motociclismo com motas derivadas de série (as motas do dia a dia), ao contrário dos protótipos utilizados em MotoGP.

Oliveira foi o único português a tempo inteiro no principal campeonato do mundo de motociclismo, o Mundial de velocidade, e o único a conquistar vitórias, nomeadamente cinco em MotoGP, seis em Moto2 e seis em Moto3.

Somou 11 corridas nas 125cc e 69 nas Moto3, em que conquistou duas ‘poles’ (Países Baixos e Argentina) e 13 pódios, para além das seis vitórias (Itália, Países Baixos, Aragão, Austrália, Malásia e Valência), sendo vice-campeão mundial em 2015, atrás de Danny Kent.

Já em Moto2, disputou 50 corridas em três temporadas, somando seis vitórias (Austrália, Malásia, República Checa, Itália e Valência, por duas vezes, em 2017 e 2018), duas ‘poles’ (Argentina e Aragão) e 21 pódios (oito terceiros lugares e sete segundos), que lhe valeram ser vice-campeão em 2018.

Na categoria ‘rainha’, Miguel Oliveira disputou sete temporadas, mas em quatro delas foi forçado a falhar algumas corridas devido a lesão, em 2019, 2023, 2024 e 2025.

Em MotoGP, Oliveira somou 117 corridas, em que conquistou cinco vitórias (Estíria e Algarve, em 2020, Catalunha, em 2021, Indonésia e Tailândia, em 2022), uma ‘pole position’ (Portugal, em 2020), num total de sete subidas ao pódio – para além das cinco vitórias foi segundo em Itália e Alemanha, em 2021.

O nono lugar na temporada de 2020 foi o melhor resultado que o piloto de Almada conseguiu nas sete temporadas em que disputou a categoria de MotoGP.

Oliveira satisfeito com despedida do Mundial de velocidade em Valência

O piloto almadense considerou que o Grande Prémio da Comunidade Valenciana de MotoGP, que terminou em 11.º lugar, foi “uma forma bonita” de se despedir do Mundial de Velocidade.

“Foi uma boa corrida de despedida para mim. Fizemos alguns ajustes para o warm-up, a mota ficou bastante melhor e a corrida confirmou isso. Tive um bom ritmo, constante, e partindo tão atrás, fiquei satisfeito por recuperar sete posições”, disse o piloto, natural de Almada.

Aos 30 anos, Oliveira segue agora para o Mundial de Superbikes, após uma corrida em que recuperou do 18.º lugar ao 11.º posto final.

“Foi uma corrida em que me diverti — uma forma bonita de me despedir dos meus fãs e também da equipa”, sublinhou Oliveira.

O português já aponta à nova categoria: “Agora sinto-me entusiasmado com a nova aventura, mas também triste por partir… uma mistura de emoções. Enfrento um novo desafio que é tão assustador quanto empolgante. É triste porque sei que ainda tenho muito potencial neste paddock, e sair assim não é fácil. Mas hoje foi um bom dia — um dia de celebração — e estou feliz por terminar desta forma”.

Aproveitando a despedida, Miguel Oliveira fez um balanço das 15 temporadas no Mundial de Velocidade, em que foi vice-campeão de Moto3 (2015) e Moto2 (2018).

“Tive uma carreira com que muitos pilotos só podem sonhar. Tive o privilégio de vencer em diferentes categorias e fiz parte de grandes equipas que me ajudaram a alcançar o meu melhor potencial, especialmente na Moto3 e na Moto2. Estou agradecido a muitos fabricantes, muitas equipas e muitas pessoas que conheci ao longo destes anos e que trouxeram ao de cima o melhor de mim. Tudo aquilo que alcançar no futuro será também resultado de todas estas experiências”, concluiu.

A prova foi ganha pelo italiano Marco Bezzecchi (Aprilia), que repetiu o triunfo conquistado há uma semana em Portimão.

O espanhol Marc Márquez (Ducati) sagrou-se campeão pela sétima vez.

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