Barreiro aposta na estratégia “Cidade dos Arquivos”

Barreiro aposta na estratégia “Cidade dos Arquivos”

Barreiro aposta na estratégia “Cidade dos Arquivos”

Frederico Rosa recebe novo Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra num Barreiro que quer estratégico, voltado para projectos culturais e investigação histórica

 

 

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Em pleno Parque Empresarial da Baía do Tejo, junto ao espaço Ephemera, que acolhe o arquivo Pacheco Pereira, encontra-se o novo Centro de Documentação do Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra. Uma “Torre do Tombo” do arquivo portuário que reúne 6 800 títulos dos Descobrimentos até à actualidade, e encontrou a sua casa no Barreiro, pela localização estratégica do concelho, face aos três portos envolvidos no projecto.

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Inaugurado esta segunda-feira com a presença do presidente da autarquia, Frederico Rosa, da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e da ministra da Cultura, Graça Fonseca o arquivo de 4 quilómetros é único no país e representa um investimento de cerca de 500 mil euros. 300 mil euros na aquisição do edifício e de todo o mobiliário para arquivo. E cerca de 200 mil euros para a deslocalização dos outros arquivos para este.

Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, destaca o novo arquivo como uma representação das diferentes faces que o concelho pode ter e da estratégia “Barreiro Cidade dos Arquivos”, num lugar “pleno de memória” onde, no século XX, a CUF foi “não só para o Barreiro, mas para todo o país, enquanto importante centro de desenvolvimento”.

O autarca destaca ainda a vontade de que este novo espaço seja “acima de tudo, mais do que um centro onde estão depositados diversos documentos e diversos trabalhos (…) que este seja um centro vivo para que a história possa ser trabalhada (…) porque tenho a certeza de que o amanhã vai ser muito melhor se todos conhecermos o passado”.

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Barreiro entre portos

 

 

Perante a inauguração deste espaço diferenciado, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, salienta que, “faz todo o sentido que algo relacionado com o mar, com os portos, seja no Barreiro”, uma vez que o novo Centro de Documentação fica agora equidistante dos três portos – a cerca de 30 quilómetros dos portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra.

“Foi nesta área do Barreiro, e também de Lisboa, que foram construídas as naus que foram utilizadas nos Descobrimentos. Desde então, até agora, há uma série de projectos, monografias, fotografias notáveis, que estavam escondidas em salas – porque, como se sabe, ao longo de décadas, os arquivos eram sempre colocados nos sítios mais recônditos dos diferentes serviços – e agora estamos a recuperar e a fazer a digitalização de todo o acervo histórico dos três portos”, justificou.

“Uma marca de modernidade mas também de aproximação aos cidadãos”, sublinhou Ana Paula Vitorino. Sendo o próximo passo do projecto o investimento na digitalização total do arquivo e nos programas informáticos, que vão fazer a gestão de toda a informação portuária.

Por sua vez, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, destacou o Barreiro como um lugar onde se está a criar um “cluster de arquivo”, recordando sobretudo a ligação que existe entre o Mar e a Cultura e a forma como se podem cruzar.

“Aqui está a história. O arquivo. A cartografia. As fotografias que contam a história das gentes do Barreiro e de outros territórios”. Motivos que levam Graça Fonseca a apresentar um arquivo aberto que “incluirá uma programação cultural associada, para que possa contar a história às pessoas que aqui desejem vir conhecer”.

 

 

Pormenores de um arquivo de mar e rio

 

Entre os documentos presentes no novo Centro de Documentação dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, em comunicado, o Ministério do Mar destaca o fundo bibliográfico, constituído por 6 800 títulos (monografias, obras de referência, relatórios, estudos e artigos), as “séries documentais ‘Actas do Conselho de Administração {1907-2014)’”, uma “colecção de cartografia antiga, constituída por cerca de 16 800 desenhos”.

Na fotografia o destaque vai para as “colecções de fotografia antiga (datadas da primeira metade do século XX)”, assim como fotografias datadas das décadas de 60, 70, 80 e 90 do século passado.

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