Ana Teresa Vicente salva CDU de derrocada absoluta

Ana Teresa Vicente salva CDU de derrocada absoluta

Ana Teresa Vicente salva CDU de derrocada absoluta

Comunista evitou queda de um dos últimos bastiões do partido, em noite eleitoral sobretudo marcada pela ascensão do Chega. Venceu por 183 votos de diferença

Ana Teresa Vicente salvou a CDU de uma derrocada absoluta no concelho de Palmela, ao segurar a Câmara Municipal – gerida pelo PCP desde sempre (leia-se, 1976) – por uma margem de 183 votos de vantagem sobre o Chega.
A comunista está de volta à presidência da Câmara – depois de a ter presidido entre 2001 e 2013 –, fruto de um triunfo com 27,38% da votação (8 405 votos), que permitiu à CDU três mandatos (perdeu um, face às eleições de 2021).

- PUB -

Com o mesmo número de eleitos obtidos para o executivo municipal, o Chega – com 26,79% da votação – passou de quinta para segunda força política mais votada.
O PS, apesar de crescer em número de votos – passou de 5 689 para 7 769, o que se traduziu em 25,31% –, caiu do segundo para o terceiro lugar e, consequentemente, perdeu um vereador dos três que havia alcançado em 2021.
Já a coligação PSD/CDS conseguiu segurar o vereador que os social-democratas, a solo, tinham mantido há quatro anos, agora com 13,73% (4 216 votos). Em 2021, separadamente, o PSD conseguira 8,71% (2 085 votos) e o CDS 2,66% (637 votos).

Contas feitas, a CDU garante três eleitos no executivo municipal, o Chega também três, o PS dois e a coligação PSD/CDS um. Significa isto que Ana Teresa Vicente e a CDU vão necessitar dos votos de dois eleitos da oposição para fazerem passar na Câmara o Orçamento Municipal, entre outras matérias.

Ora, a avaliar pelos exercícios autárquicos anteriores, um entendimento de governação com o PS (que tem aceitado pelouros atribuídos pela CDU) surge como hipótese mais provável, já que um “acerto de agulhas” com os vereadores do Chega parece muito difícil de concretizar – por afastamento ideológico de parte a parte – e procurar fazê-lo com o eleito do PSD/CDS é insuficiente, além de se afigurar como pouco possível, apesar de já ter acontecido no anterior “reinado” de Ana Teresa Vicente.

- PUB -

Assembleia Municipal
Para a Assembleia Municipal, a CDU, que apresentou Álvaro Balseiro Amaro como cabeça de lista, passou de primeira para terceira força mais votada (sete mandatos), atrás de PS (oito) e do Chega, que foi o partido mais votado para o órgão deliberativo (oito mandatos também). Quer Chega quer PS somam ainda mais dois eleitos cada, por inerências das presidências de junta conquistadas. A coligação PSD/CDS elegeu quatro membros (mais um em relação a 2021). Nas autárquicas anteriores, a CDU tinha conseguido nove eleitos (mais três por inerências), o PS oito (mais um por inerência) e o Chega apenas dois, além dos quatro então alcançados pelo movimento independente que agora não concorreu e de um do BE.

É, assim, crível que a presidência da Assembleia Municipal venha a resultar também de um acordo entre PS e CDU, face à “linha vermelha” traçada em relação ao Chega. Não o fazerem implica entregar a presidência do órgão ao partido de André Ventura. Face à maior votação obtida pelo PS, é expectável que de um eventual acordo entre PS e CDU a presidência da Assembleia Municipal possa vir a ficar entregue ao socialista João Pedro Leitão.

Freguesias PS e Chega destronam CDU e dividem o número de juntas

- PUB -

A hemorragia – sobretudo provocada pelo Chega e, em parte, pelo PS – só foi estancada pelo triunfo de Ana Teresa Vicente. Até porque, à diminuição de eleitos para a Assembleia Municipal, a CDU perdeu as presidências das três juntas de freguesia que detinha, das quatro que compõem o concelho.
O PS reelegeu Jorge Mares para a presidência da Junta de Palmela e “roubou” a presidência da Junta de Pinhal Novo à CDU, com José Estróia Vieira a vencer por uma diferença de 256 votos o comunista Carlos Jorge de Almeida, que teve mais nove votos do que a candidata do Chega (Palmira Hortense).
Já o Chega destronou a CDU da Junta de Quinta do Anjo, com Nuno Valente a vencer por 15 votos o (re)candidato comunista António Mestre, e também da Junta da União das Freguesias de Poceirão e Marateca, arrebatada por Bernardo Cabral à (re)candidata comunista Cecília Sousa.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -

Apoie O SETUBALENSE e o Jornalismo rumo a um futuro mais sustentado

Assine o jornal ou compre conteúdos avulsos. Oferecemos os seus primeiros 3 euros para gastar!

Quer receber aviso de novas notícias? Sim Não