Moradores de prédio em Alcochete vivem com cheiro a cadáver há quatro meses

Moradores de prédio em Alcochete vivem com cheiro a cadáver há quatro meses

Moradores de prédio em Alcochete vivem com cheiro a cadáver há quatro meses

Corpo foi retirado em junho, mas apartamento continua por limpar. Vizinhos destacam “risco para saúde pública” enquanto esperam ordem judicial do MP

Os moradores de um prédio em Alcochete vivem uma situação de insegurança relativa à saúde pública desde junho, quando uma mulher de 62 anos foi encontrada morta no seu apartamento, no 1.º andar do edifício. Esta casa, localizada no complexo de condomínios ‘Cerrado da Praia’, continua até hoje de portas fechadas, sem ter existido qualquer tipo de limpeza no interior do apartamento.

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O corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição, já no passado dia 16 de junho, depois de vizinhos terem dado conta da ausência de pagamento do condomínio, e alertando no imediato as autoridades.

De acordo com aquilo que O SETUBALENSE apurou, a mulher de 62 estaria morta há mais de um mês, antes de os bombeiros terem arrombado a porta. Desde então, o apartamento permanece fechado, tendo apenas uma lona colocada pelo condomínio a impedir o acesso à casa, uma solução que não consegue travar o mau cheiro que se espalha por todo o prédio.

“A casa estava cheia de lixo, porque a senhora seria acumuladora. Tinha o frigorifico cheio e tinha gatos, aos quais não sabemos o que aconteceu. É um risco para a saúde pública”, denuncia Luís Mendes. Ao que O SETUBALENSE apurou, o condomínio tentou contratar uma empresa especializada em limpezas de locais de crime, mas este serviço só pode ser feito com autorização judicial.

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Em declarações ao Correio da Manhã, Daniel Fernandes, que vive parede-meia com o apartamento e tem dois filhos pequenos, explica que a situação é particularmente grave. “Tenho um bebé de 4 meses e uma filha de 6 anos a viver paredes meias com esta situação”, disse. João Catalão, também morador no prédio, afirma que teve uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, no passado mês de julho, onde o autarca assegurou que iria pedir autorização ao Ministério Público (MP) para limpar a casa.

O município alcochetano reconhece que existem “preocupações legítimas quanto à saúde pública”, mas garante que “sem ordem judicial não tem legitimidade para intervir”. Em resposta ao Correio da Manhã, a autarquia afirma ter enviado um ofício ao MP a pedir celeridade no processo, mas que até ao momento, não obteve qualquer resposta. Sobre o momento em que este ofício foi enviado ao MP, a autarquia não respondeu.

Este processo está agora nas mãos do MP, que procura localizar eventuais herdeiros da mulher. De acordo com os moradores, a vítima vivia sozinha e não tem descendentes diretos, apenas uma mãe idosa, acamada e com demência. A situação fica agora num impasse, sendo que até que a propriedade seja legalmente revertida para o Estado, ninguém pode entrar na habitação sem ordem judicial.

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