Empreitada está a gerar preocupação. Município diz que estão garantidas condições necessárias para os alunos. Deputados do PSD questionam autarquia
Encarregados de educação de alunos que frequentam a Escola Básica do 1.º Ciclo/Jardim de Infância n.º 6 do Barreiro dizem-se preocupados com “a situação extremamente precária” em que está a funcionar o estabelecimento de ensino. Em causa está a empreitada de requalificação do espaço escolar, que se encontra em curso.
“Sentimo-nos preocupados ao ver a escola a funcionar sem telhado, enquanto as obras de grande dimensão prosseguem. Esta situação não só compromete o ambiente de aprendizagem, mas também a segurança e o bem-estar das nossas crianças”, denunciam, num e-mail enviado à redação de O SETUBALENSE.
O encarregados de educação consideram que “não é viável a continuação das atividades letivas” no estabelecimento, “dada a magnitude das obras”, e pedem que as atividades letivas “sejam temporariamente suspensas até que as obras sejam concluídas e a segurança e o conforto sejam garantidos”. “Enquanto isso, propomos a colocação de contentores transformados em salas de aula na sede do agrupamento”, indicam.
Face à atual situação, os encarregados de educação afirmam que “as refeições serão oferecidas em regime ‘take-away’, o que não é adequado para crianças que necessitam de um ambiente confortável para se alimentarem corretamente”, e que “a falta de um telhado decente expõe os alunos às intempéries, comprometendo a saúde e a concentração das crianças”. Ao mesmo tempo, queixam-se dos “acessos à escola”, que “estão longe de ser seguros”, e ainda da ausência de “espaço exterior adequado para os intervalos”.
Confrontado com a posição dos encarregados de educação, o município salienta que as obras em curso, de requalificação e ampliação da escola, são “fundamentais para dotar o estabelecimento de ensino de mais valências e melhores condições para receber os alunos”. “A educação é uma prioridade para o município do Barreiro que, apesar dos normais constrangimentos causados por uma intervenção desta dimensão, não deixou de garantir as condições necessárias para que os alunos possam continuar a frequentar esta escola durante a realização da obra”, assegura a autarquia, numa resposta conjunta das divisões de obras e educação com o respaldo dos respetivos vereadores.
À margem das queixas dos encarregados de educação, mas sobre a mesma matéria, os deputados parlamentares do PSD, eleitos pelo círculo de Setúbal, entregaram ontem na Assembleia da República um requerimento com nove questões dirigidas ao presidente da Câmara, Frederico Rosa.
Os social-democratas querem saber “como pode a Câmara Municipal afirmar que as crianças estão a ter aulas em condições de segurança, se foi feita alguma avaliação técnica que dê garantias de segurança, quer do edifício quer dos acessos à escola, qual a empresa que fez essa avaliação técnica e onde é possível consultar o respetivo relatório”.
“Não tendo havido avaliação, como pode o município garantir que não há risco para as crianças? Quem é responsável pela decisão de dar continuidade às aulas nestas condições? Por que não foi a obra programada para o verão? Tendo sido programada para o verão, e não tendo sido possível a sua conclusão no prazo, por que não foi encontrada outra solução transitória que garantisse a segurança dos alunos, professores e auxiliares? Qual a data prevista para a conclusão da obra? Qual a data prevista para conclusão da obra nos espaços exteriores à escola?”, questionam ainda os deputados Bruno Vitorino, Teresa Morais, Sónia dos Reis e Paulo Edson Cunha.
Frederico Rosa diz não ter ainda recebido as questões, que “chegaram antes” a O SETUBALENSE, mas assegura que responderá “quando as receber”.