Condições atmosféricas obrigaram ao cancelamento do cortejo agendado para sábado, mas a afluência, no geral, não foi muito afetada
A 10ª edição da Feira Medieval, organizada pela Câmara Municipal de Palmela, que se realizou no Castelo, área adjacente e centro histórico da vila de Palmela, recebeu cerca de 20 mil visitantes ao longo dos três dias de duração do evento.
As condições atmosféricas adversas condicionaram o evento, sendo sábado o dia mais delicado, pois, durante praticamente todo o dia, o vento, a chuva e o frio não deram tréguas e afastaram muitas pessoas de uma área preparada para levar os visitantes a uma viagem no tempo até ao século XV. O cancelamento, no sábado, do cortejo – apenas se realizou na tarde de domingo – foi o principal contratempo de um programa que, no restante, decorreu como estava agendado.
Apesar do contratempo alguns milhares de pessoas, nomeadamente na sexta-feira e no domingo, marcaram presença. Mas também houve quem se apresentasse a tempo inteiro. João Silva, de Quinta do Anjo, foi dos que optaram pela compra da pulseira de acesso para os três dias da feira. “Gosto de vir do princípio ao fim”, disse. “Nenhum dia é igual ao outro, porque há sempre muito para ver e até participar. No sábado com este tempo foi um pouco mais fraquinho, mas estava bom na mesma”.
Já Carla Antunes, deslocou-se desde o Barreiro com a sua família. Diz que “foi uma tarde de domingo fantástica”. “Vim com os meus pais e gostámos muito. Pelo que sei, ontem [sábado], o tempo esteve muito mau, mas tivemos sorte e hoje [domingo] pudemos assistir a uma feira normal, com muita diversão e comida para todos os gostos”, observou, para salientar de seguida “os trajes e a vista do Castelo”.
Miguel Vítor veio um pouco de mais longe. De Sintra. “Costumo visitar as feiras medievais que se realizam aqui na região e esta é já a segunda vez que venho a Palmela”. Uma feira que é, considera, “uma das mais bonitas”. “Pelo Castelo, pelo ambiente e pelas pessoas que são muito simpáticas. Pena não terem tido sorte com tempo, mas, como vim no domingo, sinto que a feira decorreu de forma normal. Muita gente, bom ambiente”, afirmou. Luís Dias e a esposa, Vitória, vieram de Alcácer do Sal. “Porque no ano passado estivemos cá pela primeira vez e gostámos muito. Este ano foi mais ou menos igual, mas muito agradável também. Gostámos muito do cortejo”, vincaram
Atividades em destaque
No seio dos comerciantes o sentimento era, por um lado, de alguma frustração “porque ninguém contava com o tempo que se fez sentir” e de compreensão porque contra este tipo de situação pouco há a fazer.
Do programa deste ano, destacaram-se o cortejo de domingo à tarde, com uma grande afluência de público, os jogos tradicionais de Almeidart, uma experiência de descoberta dos jogos medievais e tradicionais para miúdos e graúdos, e o espaço tenda árabe, que animou no Terreiro do Relógio. Destaque também para os espetáculos e torneios realizados na Liça, o assalto ao Castelo, os animais da quinta, o acampamento de ofícios, a falcoaria e a permanente animação itinerante. O passeio inclusivo “Ver com Outros Olhos!”, realizado em parceria com a associação Bengala Mágica, foi também uma das iniciativas em destaque na feira.
Destaque também para os espetáculos e torneios realizados na Liça, o assalto ao Castelo, os animais da quinta, o acampamento de ofícios, a falcoaria e a permanente animação itinerante. O passeio inclusivo “Ver com Outros Olhos!”, realizado em parceria com a associação Bengala Mágica, foi também uma das iniciativas em destaque na feira.
Em nota de imprensa, a autarquia destaca a adesão do comércio local ao Concurso Vila Medieval e a realização da conferência “1415. A Conquista de Ceuta”, dirigida por João Gouveia Monteiro, professor jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, alusiva ao tema desta edição.
Participação Centenas de artistas, figurantes e voluntários
O evento contou com a participação de mais de 100 artistas, em representação de mais de 20 companhias e grupos de animação, e de 120 mercadores (artesanato e restauração). Mais de uma centena de voluntários da comunidade colaboraram no apoio à programação. Todos a trabalhar em torno da lema este ano: “Palmela no Tempo da Expedição de Ceuta”. O cenário da feira remeteu para o século XV (1414-1415) no reinado de D. João I: os preparativos da armada para a expedição de conquista de Ceuta, sendo a Ordem de Santiago chamada a contribuir com 100 combatentes equipados, assim como com uma parte dos abastecimentos.


