Obra de proteção costeira tem uma duração de dois meses, custa nove milhões de euros ao Estado, e tem ainda previstas ações de monitorização e restauro do cordão dunar
As praias da Costa da Caparica, em Almada, vão ser alvo de videovigilância com o objetivo de vigiar e travar a erosão costeira que ameaça a população sujeita a galgamentos costeiros. O projeto-piloto, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e autarquia de Almada, consiste adaptação de câmaras de videovigilância para “monitorização e proteção da faixa costeira”, avança a APA.
De acordo com José Ricardo Martins, presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, será a par instalado um sistema de comunicação via com ligação a dezenas de satélites do programa europeu Copernicus, que também vão ter a capacidade de prever eventuais tsunamis decorrentes de um terremoto. A informação não foi confirmada pela APA.
A agência refere que a implementação do sistema de videomonitorização Cosmo 2.0 “reveste-se de importância estratégica para a monitorização e proteção da faixa costeira, sendo uma ferramenta tecnológica essencial para a gestão sustentável desta zona particularmente sensível, marcada por episódios de erosão com elevado impacto para a população local e sujeita a intervenções periódicas de alimentação artificial”.
Neste sentido, serão câmaras num ponto elevado, no caso um poste de iluminação já existente que assegure também elevada estabilidade posicional e com a possibilidade de transmissão de dados através de ligação à internet.
O autarca afirma que o projeto vai avançar no fim deste ano e que a ligação será com a Copernicus, um programa europeu que usa dados de mais de 30 satélites e sensores terrestres e marítimos para monitorizar e prever fenómenos como cheias, em tempo real. Os dados servem diretamente a gestão de emergências e informações meteorológicas ao público.
A Costa da Caparica está a ser alvo atualmente de uma operação, pela APA, de alimentação artificial com um milhão de metros cúbicos de areia nas praias urbanas. A intervenção, de acordo com a APA, tem como objetivo a proteção de pessoas e bens, através da melhoria da melhoria das condições de estabilidade da linha de costa, da redução da vulnerabilidade ao galgamento costeiro e da proteção de obras de engenharia costeira pesada existentes, tais como a obra longitudinal aderente e os esporões.
A obra de proteção costeira tem uma duração de dois meses, custa nove milhões de euros ao Estado, e tem ainda previstas ações de monitorização, restauro do cordão dunar das praias da Cova do Vapor e de São João da Caparica.