Arrábida recebe classificação Reserva da Biosfera da UNESCO

Arrábida recebe classificação Reserva da Biosfera da UNESCO

Arrábida recebe classificação Reserva da Biosfera da UNESCO

A distinção foi atribuída ontem pelo Conselho Coordenador Internacional do programa Man and the Biosphere

A Arrábida é Reserva da Biosfera da UNESCO. A classificação foi atribuída onte, sábado, 27 de setembro, pelo Conselho Coordenador Internacional do programa Man and the Biosphere, durante o 37.º Encontro deste organismo, que juntou mais de uma centena de países em Hangzhou, China.

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Eram 15h00 na China, 7h00 em Portugal, quando a Arrábida passou a fazer parte da rede mundial de 785 Reservas da Biosfera, juntando-se assim a áreas naturais como Galápagos, no Equador, Serengueti, na Tanzânia, Yellowstone, nos Estados Unidos, o Parque Donaña ou Canárias, em Espanha. A rede portuguesa passa agora a contar com 13 Reservas da Biosfera.

A candidatura da Arrábida foi apresentada pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), que coordenou o processo, pelas câmaras municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal e pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

“Foi com enorme satisfação que recebemos esta distinção que estávamos a trabalhar desde 2016”, comentou Sofia Martins, secretária-geral da AMRS, a O SETUBALENSE, a partir de Hangzhou onde se deslocou a comitiva da região.

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“Esta classificação implica vários compromissos que assumimos para a próxima década”, refere Sofia Martins. Compromissos que têm mesmo de ser cumpridos para que a classificação Reserva da Biosfera da UNESCO se mantenha.

“Já estamos a construir um plano de ação com vários parceiros locais e temos uma comissão consultiva subscrita por mais de cem entidades. A Reserva da Arrábida é de todos, da região, de Portugal e do mundo, e o nosso trabalho vai ser avaliado. Hoje (sábado), na sessão, quando recebemos a distinção da Arrábida, ouvimos que há reservas em risco de serem desclassificadas”, disse Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela, que acompanhou a comitiva da AMRS.       

O Comité Consultivo acolheu favoravelmente a proposta de Portugal, reconhecendo que “apresenta uma paisagem diversificada caracterizada pela Serra da Arrábida e um rico ecossistema marinho”. Releva na sua recomendação “as mais de 1400 espécies vegetais – que representam 40% da flora portuguesa – incluindo 70 espécies raras e endémicas”. Destaca ainda a “fauna diversificada, com 200 espécies de vertebrados e mais de 2000 espécies marinhas”.  

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Ao mesmo tempo, é valorizado o seu Plano de Ação, que “define objetivos de conservação, desenvolvimento e resiliência climática, alinhados com o Plano de Ação de Lima e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas”. O Comité Internacional elogiou ainda a candidatura, que considerou “muito bem documentada”.

A candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera foi submetida em setembro de 2024 à apreciação do comité científico da UNESCO do programa Man and the Biosphere. Agora, com a classificação atribuída, “temos muito trabalho pela frente, e vamos começar já a preparar os órgãos de gestão. Uma comissão executiva, uma comissão técnica, uma comissão científica e um conselho consultivo. A AMRS, como entidade gestora, tem a competência de gerir o dia a dia da Reserva da Biosfera e todos os projetos inerentes e necessários para a implementação do plano de ação”, sublinha Sofia Martins.

Trata-se assim de implementar um plano de ação “ambicioso que precisa de unir a comunidade local. Todos os vários agentes económicos, culturais e sociais. Todos aqueles que trabalham o território Arrábida vão ser chamados a participar. Foi uma grande responsabilidade chegar até aqui, mas agora temos uma responsabilidade ainda maior para demonstrar ao mundo que a Arrábida merece integrar rede de reservas da Biosfera”, acrescenta a secretária-geral da AMRS.

A constituição da Reserva da Biosfera da Arrábida é uma oportunidade para a promoção, proteção e desenvolvimento sustentável deste território. Permite, de forma mais consistente, encarar os desafios que se colocam a esta área natural e encontrar soluções em estreita colaboração com a comunidade local e através do intercâmbio com as redes nacional e mundial de reservas da Biosfera. Ao mesmo tempo, cria uma verdadeira plataforma de trabalho integrado entre as autarquias, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o conjunto de outros agentes que diariamente utilizam este espaço e os seus recursos. 

“Através da Reserva da Biosfera da Arrábida será ainda possível aprofundar um amplo movimento de conhecimento e sensibilização sobre os valores naturais e culturais da região, mas igualmente de experimentação, permitindo que este território se afirme como exemplo de equilíbrio, usufruto sustentável e boas práticas comunitárias”, refere a AMRS em nota de Imprensa.

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