Comunistas querem concurso para construção do Hospital no Seixal, requalificação do Hospital do Montijo e reforço das valências no Barreiro e em Setúbal
Os deputados do Partido Comunista Português (PCP) apresentaram esta quarta-feira na Assembleia da República um conjunto de propostas para reforçar de forma significativa a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no distrito de Setúbal, alertando para uma situação “estruturalmente crítica” que compromete o “direito constitucional à saúde” de mais de 900 mil habitantes.
Para enfrentar esta realidade, os deputados Paula Santos, Paulo Raimundo e Alfredo Maia defendem um reforço abrangente das unidades de saúde do distrito de Setúbal. É proposto o lançamento imediato do concurso para a construção do Hospital no Seixal, a requalificação do Hospital do Montijo e a reposição e reforço das valências nos hospitais de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e São Bernardo, em Setúbal. Além disso, o partido sublinha a importância de alargar a resposta em cuidados de saúde primários, abrangendo não apenas a saúde geral, mas também saúde mental, saúde oral, saúde visual, reabilitação física e nutrição, e de realizar consultas de especialidade descentralizadas nos centros de saúde.
É também considerado essencial pelo partido a garantia do funcionamento regular, todos os dias do ano, das urgências de ginecologia, obstetrícia e pediatria nos hospitais Garcia de Orta, Nossa Senhora do Rosário e São Bernardo, assegurando assim que os utentes tenham acesso a cuidados de saúde críticos sem recorrer a deslocações longas e arriscadas.
Os deputados do PCP salientam ainda que este reforço deve passar pela valorização dos profissionais de saúde, através da atribuição de médicos e enfermeiros de família a todos os utentes, da negociação imediata com sindicatos para melhoria das carreiras, salários e condições de trabalho, da implementação de regimes de dedicação exclusiva com majoração de remuneração e tempo de serviço, e da integração do internato médico na carreira médica. A aposta na contratação e fixação de profissionais é vista pelo partido como determinante para evitar a saída de especialistas e garantir a sustentabilidade do SNS na região.
Desta forma, o PCP rejeita a intenção de concentrar serviços e encerrar urgências existentes, considerando que estas medidas apenas agravariam os problemas do SNS, diminuindo a capacidade de resposta e aumentando os riscos para os utentes, especialmente face às dificuldades de mobilidade na Península de Setúbal. Para os deputados, a única solução passa pelo reforço real e estrutural do SNS, com investimento em novas unidades, valorização dos profissionais e modernização das instalações, garantindo cuidados de saúde de qualidade para toda a população.