O secretário-geral do PCP participou ontem numa sessão pública realizada no Montijo pela CDU, para assinalar os 46 anos do Serviço Nacional de Saúde
O secretário-geral do PCP defendeu ontem que é preciso “acabar com a escandalosa intermitência de urgências abertas e fechadas” no Serviço Nacional de Saúde, apostando na contratação e fixação de profissionais e dando-lhes condições de trabalho.
Paulo Raimundo falava no Montijo numa sessão pública da CDU para assinalar os 46 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o tema “A saúde é um direito. Valorizar o SNS”, na qual participaram comissões de utentes e os cabeças de lista da CDU às câmaras de Montijo, Alcochete e Moita.
“Precisamos acabar com esta escandalosa intermitência de urgências abertas e fechadas. Precisamos criar condições para que haja segurança e não se ponham vidas em risco, que é isso que está a acontecer todos os dias com esta situação das urgências de obstetrícia e de pediatria”, disse numa alusão também ao caso de encerramento da urgência de obstetrícia no Hospital Garcia de Orta, em Almada, que, no sábado, deixou a Península de Setúbal sem atendimento a grávidas.
O secretário-geral do PCP defendeu ainda que é necessário devolver a confiança e a esperança às pessoas e fixar, contratar e dar alento a todos os profissionais de saúde.
“Se criarmos condições de carreira, condições de trabalho não tenho dúvida que a maioria dos que abandonaram o SNS voltará ao SNS. Se envolvermos os médicos, enfermeiros e profissionais na construção deste projeto e lhes dermos condições voltaremos a ter o SNS com médicos, enfermeiros e técnicos ao serviço das populações”, salientou.
Sobre a situação das urgências de obstetrícia e ginecologia na Península de Setúbal, Paulo Raimundo apontou que se existe a intenção de criar apenas uma única urgência neste território, ao invés das três existentes, que isso deve ser combatido. “Isso é recuar.Um país desenvolvido não afasta os serviços das pessoas, aproxima os serviços das pessoas”, disse.
Paulo Raimundo defende que existem razões para festejar o SNS, que apesar das dificuldades “continua a não perguntar quanto é que cada um tem na conta, qual o numero da apólice do seguro de cada um nem qual é a doença para ver se trata ou não”.
“O SNS garante a todos de forma igual, independentemente dos valores das contas, do credo, da nacionalidade e da cor da pele. O SNS é e continuará a ser aquilo para qual foi criado, para garantir a todos o acesso a saúde e da mesma forma”, concluiu.