O Ministério da Saúde anunciou no sábado o encerramento inesperado da urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta devido à falta de médicos
A comissão de utentes do Seixal lamentou hoje o encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, no sábado e indicou que vai pedir uma audiência urgente com a administração da unidade.
O Ministério da Saúde anunciou no sábado o encerramento inesperado da urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta devido à falta de médicos para assegurar as escalas, obrigando à deslocação das utentes para unidades de Lisboa, por inexistência de resposta na Península de Setúbal.
“Este fim de semana, sem que nada o fizesse prever, e à última hora, os médicos prestadores de serviços que asseguram regularmente que as populações da Península de Setúbal têm o serviço que lhes é devido, manifestaram a sua indisponibilidade”, esclareceu o Governo em comunicado.
Hoje, em declarações à agência Lusa, o coordenador da comissão de utentes do Seixal, José Lourenço, considerou que a situação registada no fim de semana é lamentável, mas expectável.
O ocorrido, disse, vai ao encontro das reservas levantadas pela comissão de utentes aquando do anúncio antecipado da contratação de uma equipa de seis novos médicos para a Obstetrícia/Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, a partir de 1 de setembro para permitir a reabertura 24 horas da urgência do serviço.
Na altura, a comissão considerou que dificilmente médicos externos ao Serviço Nacional de Saúde aceitariam trabalhar nas atuais condições e que dos seis médicos anunciados como novos, três já exerciam a sua atividade regular no Hospital Garcia de Orta, como tarefeiros.
“Portanto, novos, eram só três. O certo é que nenhum assinou qualquer contrato, exceto um deles, para um cargo de Direção”, indicou a comissão num comunicado enviado à agência Lusa.
Por outro lado, a comissão questiona o que fariam esses novos médicos quando terminasse a majoração salarial oferecida e contesta a discriminação salarial face aos médicos do quadro, “que têm suportado a enorme sobrecarga de trabalho”.
Nas declarações à Lusa, José Lourenço adiantou ainda que a comissão de utentes exige a reposição da normalidade da assistência obstétrica no Hospital Garcia de Orta e em todo o distrito de Setúbal, indicando que vai pedir uma reunião urgente com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal, ao qual pertence a unidade hospitalar de Almada.
Segundo o Portal do SNS, o serviço de urgência reabriu às 08h30 de hoje, segunda-feira, informação confirmada à agência Lusa por uma fonte oficial da Unidade Local de Saúde Almada Seixal.
Durante o dia de domingo e até às 08:30 de hoje, as urgências de Obstetrícia e Ginecologia apenas receberam os casos encaminhados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes do Instituto Nacional de Emergência Médica.