Seixal: Debate animado com candidatos a defenderem propostas para habitação, saúde e mobilidade

Seixal: Debate animado com candidatos a defenderem propostas para habitação, saúde e mobilidade

Seixal: Debate animado com candidatos a defenderem propostas para habitação, saúde e mobilidade

O debate encheu o Auditório dos Serviços Centrais da Câmara Municipal, na passada sexta-feira, e contou com um público ativo

Dos sete partidos que se apresentam às autárquicas a 12 de outubro, para disputarem a Câmara do Seixal, apenas Pedro Coelho, candidato do ADN, não esteve presente no debate onde os candidatos da CDU – Paulo Silva, PS/PAN – Miguel Feio, PSD/CDS-PP (AD) – Bruno Vasconcelos, Chega – Marta Silva, Livre /BE (Coligação Liberdade) – Nurin Mirzan e Il – Mauro Santos, apresentaram propostas para gerir o concelho no próximo mandato.

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Habitação, Mobilidade e Saúde estiveram em cima da mesa do debate que decorreu no Auditório dos Serviços Centrais da Câmara do Seixal, na passada sexta-feira. Perante uma sala cheia, Paulo Silva começou por afirmar que a CDU, que governa o Seixal há 50 anos, no atual mandato deu continuidade a uma “gestão como muita obra feita e problemas resolvidos”.

E elencou: “Sete creches em construção, dois centros de saúde, dois lares da terceira idade, quatro escolas, um jardim de infância, requalificação de equipamentos desportivos e um parque urbano em Corroios. E muita obra iniciada e que queremos continuar. Somos nós que temos feito este concelho por isso estamos mais à vontade para gerir os destinos do mesmo”.

O candidato da CDU, que tem gerido a autarquia nos últimos três anos, depois de ter substituído o anterior presidente, o comunista Joaquim Santos, afirmou ainda que o Orçamento da Câmara Municipal quase duplicou neste mandato (2021-2025), tendo passado de 101 milhões de euros para quase 200 milhões de euros. “Isto demonstra a capacidade deste executivo de fazer crescer e desenvolver o concelho do Seixal e melhoria da qualidade de vida a população”.

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Como tem afirmado por diversas vezes, em cerimónias públicas, Paulo Silva frisou que “a media de execução do [Programa de Recuperação Resiliência] dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa é de 26,9%”, sendo que “o Seixal lidera com 48,8%, isto demonstra a nossa capacidade de trabalho e inovar.

Ao nível da Habitação, disse Paulo Silva que a Câmara Municipal do Seixal “para arrendamento acessível investiu cerca de 3 milhões de euros na compra de terrenos para além daqueles que já tinha e apresentou os projetos ao IHRU”, mas estamos há 18 meses à espera de resposta”.

Além de defender que o parque público de habitação tem de aumentar, o recandidato comunista lembrou os processos de realojamento em Vale de Chícharos que “já está feito”, Rio Judeu que “também já está feito” e o de Santa Marta que “está na primeira fase e a avançar num modelo de realojamento altamente inovador, em que estamos a construir novos bairros sociais, porque consideramos que há um estigma quanto a estes bairros. Estamos a fazer um realojamento com rosto humano, com coesão, com integração social daquelas famílias, fazendo a coesão social daqueles agregados no todo, que é o concelho do Seixal. E estamos a verificar se este modelo de realojamento está a resultar”.

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Mas se para o recandidato comunista, a CDU é a “melhor garantia para continuar a gerir a Câmara do Seixal”, a oposição contesta e afirma que uma governação de 50 anos é uma governação “cristalizada”, comentou o candidato do PS/PAN. Para o socialista Miguel Feio, a CDU não consegue refletir sobre um concelho que teve um crescimento demográfico de 25 mil pessoas, e isto “gera crise na habitação, na mobilidade e saúde”. Diz o candidato que “cerca de 50% dos habitantes demora uma hora a chegar ao trabalho porque a rede de transportes é bastante carente. Não temos um hospital, não temos habitação acessível para os jovens e classe média”.

Garante Miguel Feio que se a coligação PS/PAN vencer as eleições, irá apresentar três medidas para o sector da Habitação: “Primeiro, um investimento por parte da câmara de cerca de 800 milhões de euros por mandato e 1.600 milhões em dois mandatos. Com crescimento previsível de 3 a 4%. Portanto, pode aumentar esta verba. nós vamos investir 10% neste mandato para a década em habitação”.

Será ainda criada “uma empresa municipal para a construção de habitação a preços acessíveis” uma vez que “é fundamental trabalhar colaborativamente com os privados”. Em segundo lugar, “é fundamental um licenciamento verde. É preciso uma via verde para que pessoas não tenham que estar à espera vários meses por um licenciamento”. Em terceiro lugar, “a resolução das AUGI. Temos que ter um gabinete de resolução rápida das AUGI”.

Também o candidato da coligação AD discorda das boas perspetivas de Paulo Silva. No debate Bruno Vasconcelos comentava que se o Seixal está na vanguarda do PRR, isto significa que “nos últimos anos não houve investimento público no concelho por parte da Câmara Municipal, por isso utilizou dinheiros da Europa. Isto mostra o atraso a que o concelho do Seixal estava submetido.

Na sua opinião, embora a CDU esteja a investir no concelho através do PRR, para mostrar obra, “o preconceito ideológico está lá e esteve desde sempre, nomeadamente fechado e de costas para Lisboa, com medo, ou numa numa ótica de política de terra queimada, porque quando pior, melhor”. E frisa que o PSD/CDS-PP tem uma visão bem diferente. O nosso lema é ‘Seixal sem Muros’; não podemos estar de costas viradas para Lisboa. Tem de haver uma cooperação com o Estado Central”. 

O tema da Habitação foi, de facto, o mais quente do debate de sexta-feira. Para Nurin Mizan, cabeça-de-lista da Coligação Liberdade a prioridade da sua gestão é este setor no concelho. “Não podemos continuar a esperar pelo Governo que claramente não está a trabalhar para as pessoas, é preciso soluções construindo habitações com as pessoas”. Para a candidata, “não é possível os preços de aluguer de habitação no concelho quando os salários estagnaram. É preciso expandir o parque habitacional, uma em cada dez casas públicas no concelho; alocar 3% do Orçamento Municipal para habitação, construir, reabilitar e também habitação cooperativa”.

Também a candidata de esquerda defende “um Seixal do futuro, e não é uma questão de virar as costas para Lisboa, é uma questão de garantir que as pessoas sentem que podem estar no Seixal, viver no Seixal, trabalhar no Seixal, sonhar no Seixal e criar o seu futuro aqui”.

Por seu lado a candidata do Chega, Marta Silva, defende que têm de existir “esforços colaborativos do lado da iniciativa privada e do lado da iniciativa pública”. Considera assim: “Do lado da iniciativa privada temos que ser parceiros ativos de quem quer vir a investir e construir no concelho, tem que haver uma agilização real do processo de licenciamento e também tem que existir um mapeamento das condições de expansão urbanística do território para que quem vive cá sinta orgulho”.

Ao mesmo tempo, Marta Silva apontou o dedo à gestão da Câmara do Seixal, por exercer o direito de preferência sobre determinados imóveis, o que tem deixado casais jovens “surpreendidos” no dia da escritura. Uma critica que Paulo Silva contesta, dizendo que são muitos os casos em que a Câmara abdica do direito de preferência, mas também afirma que não vai deixar de aplicar esta medida.

Dura com a governação comunista, liderada por Paulo Silva, a candidata do Chega que a autarquia “tenta vender uma imagem de modernidade, mas é um dos concelhos com mais desafios por resolver e o concelho mais endividado da Área Metropolitana de Lisboa. O Seixal continua parado no tempo, incapaz de atrair empresas, investimento, fixar médicos, incapaz de criar condições para que os jovens possam trabalhar e viver no concelho”.

Segundo Mauro Santos “o preço médio da habitação no concelho subiu acima da média da Área Metropolitana de Lisboa em 2024, porque há efetivamente uma pressão de procura que não é acompanhada pelo crescimento da oferta”.  Para a Iniciativa Liberal é ainda necessário “integrar os bairros sociais urbanisticamente, criar polos de interesse próximo desses bairros que levem a que as pessoas circulem e ocupem também aquele espaço, limpando dessa forma alguns dos estigmas”.

Mauro Santos referiu ainda que a Iniciativa Liberal “já apresentou um projeto de lei que impeça o exercício de direitos de preferência entre privados que comprem para habitação própria”.

No debate moderado pelo jornalista de O SETUBALENSE Humberto Lameiras, foi ainda focada a questão dos equipamentos de Saúde no concelho, com todos os candidatos a defenderem a construção do Hospital do Seixal. Mas ficou o alerta para a falta de médicos o que pode afetar o funcionamento desta unidade que Marta Silva diz ser um mini-hospital, mas, mesmo assim “uma prioridade absoluta”. Necessário também é reabilitar os centros de saúde do concelho, comentou Nurin Mirzan, que apontou ainda para a concorrência entre o SNS e o privado naquilo que pagam aos médicos.

Por seu lado Bruno Vasconcelos alertou que o Hospital no Seixal tem sido usado como uma bandeira de campanha, e Miguel Feio chegou a comentar que “com a CDU nunca vai haver hospital, nem privado nem público.

Enquanto para Mauro Santos “não é o Hospital no Seixal que vai resolver os problemas de saúde do concelho”, uma vez que se está a falar de uma urgência com 60 camas, mas a IL votou a favor da construção deste equipamento, Paulo Silva lembrou que esta é uma reivindicação com muitos anos.

Com alguns candidatos a defenderem que a autarquia deveria avançar com a construção do hospital por conta própria, Paulo Silva reafirmou que este equipamento tem de ser reivindicado porque “a Câmara Municipal do Seixal não tem orçamento para isso. Alguns dizem que fazem tudo, fazem tudo, fazem tudo. Isto na altura prometer é fácil, depois cumprir é que é mais difícil”.

Outro tema no debate foi a mobilidade, o qual reuniu mais consenso com todos a defender melhores transportes e melhores acessibilidades.

O debate foi organizado por O SETUBALENSE e AISET, e contou como parceiros da Popular FM, Rádio Sines, Rádio Miróbriga M24, Rádio PAX e Jornal O Leme. O debate está disponível nas redes sociais de O SETUBALENSE.

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