Eugénia Murjal: “Alcochete é um município patriota, católico e defensor das tradições, tal como eu e como o Chega”

Eugénia Murjal: “Alcochete é um município patriota, católico e defensor das tradições, tal como eu e como o Chega”

Eugénia Murjal: “Alcochete é um município patriota, católico e defensor das tradições, tal como eu e como o Chega”

Candidata assume desafio autárquico com “sentido de missão” e defende uma vila mais segura, com habitação digna e serviços de saúde reforçados e valorização das tradições que moldam a identidade do concelho

A poucos meses das eleições autárquicas de outubro, Eugénia Murjal apresenta-se como candidata do Chega à presidência da Câmara Municipal de Alcochete, assumindo o desafio com o que descreve como um “sentido de missão”. Jurista de formação e residente em Alcochete, a candidata afirma querer quebrar o “marasmo burocrático” do município e defende que é tempo de fazer mais pelas famílias e pelo futuro da vila.

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Em entrevista a O SETUBALENSE, a candidata destaca a influência da sua experiência na Venezuela para a sua visão política e critica o que considera ser a “dependência” criada pelo executivo socialista. Entre as propostas que apresenta, destacam-se as medidas para reforçar a segurança com a criação de uma Polícia Municipal, soluções para enfrentar a crise da habitação, a defesa da erradicação da apanha ilegal de bivalves no Tejo, o investimento em transportes e mobilidade, a melhoria dos serviços de saúde e educação e o apoio social às famílias e idosos.

Assumindo-se como defensora dos valores de “família, nação e fé”, Eugénia Murjal garante que estará na linha da frente para preservar as tradições locais, como a tauromaquia, e rejeita entendimentos pós-eleitorais com os restantes partidos.

Porquê candidatar-se à presidência da Câmara de Alcochete?

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Se não nós, que queremos o melhor para os nossos filhos, o nosso bairro e a nossa Nação, então quem? Já residi em vários sítios e países, mas quero ficar em Alcochete até velhinha e que as minhas filhas criem a sua raiz nesta terra pela qual me apaixonei. De tudo o que já vi, quero o melhor para Alcochete.

Aquilo a que muitos chamam “sentido de missão”, no meu caso é recusar-me categoricamente a reclamar desde o meu conforto, desde o sofá ou em conversas de café. Onde houver algo a ser feito, lá estarei, não para perder tempo, mas para fazer. O mundo não muda por falarmos, muda por fazermos.

Quando as coisas estão mal e nós reclamamos a resposta que recebemos é “então vá lá e faz melhor!”, aqui estou eu, para fazer melhor, porque Alcochete pode e deve estar melhor.

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Refere a experiência na Venezuela e da marca que o socialismo deixou na sua vida. Como é que essa experiência influencia a forma de olhar para Alcochete?

O socialismo não “deixou marca na minha vida”, o socialismo destruiu efetivamente milhões de vidas e sonhos ao longo da história, vidas das quais a esquerda não quer falar. 

Neste momento, em Alcochete, o socialismo está na fase da fidelização dos votos, da criação de dependência ao executivo e da alimentação de uma “esperança eterna de que tudo será feito”, que só precisam de mais tempo. Eu já conheço este argumento.

O PS entrou formalmente no executivo municipal em 2009, há 16 anos e na minha experiência irá fazendo promessas sem fim, enquanto aloca os dinheiros públicos a gastos perecíveis, que não constituem património fixo e permanente do município e das suas gentes, independentemente do executivo que venha a assumir o cargo no futuro.

É aqui que entra a Eugenia Murjal, sou uma mulher habituada a fazer acontecer mesmo com pouco, a resolver o que parece impossível, com a praticidade necessária para dar a volta a este marasmo burocrático e melindroso em que a autarquia de Alcochete submerge os munícipes. 

O objetivo é a independência entre o benefício perene e o executivo em funções.

A atividade da apanha de bivalves no Tejo continua marcada por ilegalidade e riscos para a saúde pública. Que papel pode a Câmara ter nesta área?

O Chega Alcochete defende a erradicação da prática desta apanha que traz graves problemas de saúde pública, poluição, pressão demográfica com consequências socioculturais negativas, instalação do crime organizado e implementação de máfias que não serão retiradas (e sim reforçadas) se houver uma legalização da prática de apanha de amêijoa japónica. 

Por qual prevemos a apresentação, pela nossa bancada parlamentar, de um Projeto de Lei que permita a proibição total da apanha pelo período de até dois anos, de forma a facilitar a dissuasão e erradicação total das máfias por parte das autoridades competentes e a implementação de um sistema que evite o seu regresso. 

A segurança é uma bandeira central do Chega. Quais os maiores problemas de segurança no concelho e que soluções propõe?

Precisamos de mais militares da GNR. Mas na falta de destacamento dos mesmos para Alcochete pelo Ministério da Administração Interna, devemos aproveitar ao máximo os militares de que dispomos, para a erradicação definitiva das máfias que fazem vida do contrabando, da apanha ilegal de bivalves, do tráfico humano e de drogas no nosso concelho.

Por isto propomos a criação imediata de um efetivo da Polícia Municipal equipado para patrulhamento conjunto com a GNR.

Uma Polícia Municipal bem equipada pode libertar a GNR para missões de combate ao crime, enquanto assegura patrulhamento de proximidade junto da comunidade. 

Agilizaremos a proteção da Frente Ribeirinha: Vamos negociar com Governo e privados um modelo vantajoso para Alcochete, abrir a zona ribeirinha às pessoas, com comércio e lazer, sem mais adiamentos nem planos que nunca saem do papel. 

Com a escalada de preços da habitação, que soluções concretas propõe para este problema?

Lançaremos de imediato projetos de construção de habitação pública e a custos controlados. Aproveitando fundos do PRR e 1.º Direito. Faremos a revisão do Regulamento aprovado em Reunião de Câmara de dia 11 de Julho de 2018 em Assembleia Municipal de 28 de Setembro de 2018, que regula da Atribuição das Habitações Sociais do Município de Alcochete e revisão das listas de espera para assegurar critérios justos de atribuição – priorizando efetivamente quem mais precisa e prevenindo abusos; o levantamento de todo o património habitacional municipal devoluto ou em mau estado; a realização de obras de reabilitação para colocar essas casas habitáveis o mais rápido possível e entregá-las a famílias em lista de espera; parcerias com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana e empresas para reabilitar prédios antigos em Alcochete, convertendo-os em apartamentos para arrendamento jovem, mantendo a traça histórica, mas dando vida nova à vila; a bonificação de IMI para senhorios que arrendem as habitações a jovens casais portugueses com filhos a preços acessíveis e/ou com contratos de longa duração; e reservar nos planos de pormenor de grandes projetos urbanísticos uma percentagem obrigatória para habitação a custos controlados com vizinhança misturada.

Que propostas tem para melhorar transportes, acessos e mobilidade em Alcochete?

Vamos melhorar as ligações de autocarro de Alcochete até à Gare do Oriente, em Lisboa, de alimentação aos barcos do Montijo e à estação de comboios do Pinhal Novo, investir de forma urgente na melhoria das vias municipais, pôr fim aos buracos e desníveis nas estradas, preparando o concelho para o crescimento urbano que se avizinha. Temos propostas para discussão e apresentação urgente ao Governo, como a isenção de portagens na Ponte Vasco da Gama para residentes e trabalhadores, a isenção de portagens para residentes e trabalhadores na A33, e anular os pórticos que vão desde Alcochete até ao Barreiro, onde se encontra o hospital que gere os utentes de Alcochete.

Que medidas são prioritárias na saúde, educação e apoio social no concelho?

Na área da saúde damos a garantia de reforma imediata do Centro de Saúde de Alcochete, de maiores dimensões e com mais serviços disponíveis, uma ativação de uma rede de transporte periódico dos utentes do Passil, a Fonte da Senhora e das Freguesias de São Francisco e do Samouco ao Centro de Saúde de Alcochete. Por agora não precisamos da construção de mais unidades, precisamos de mais eficiência e de melhores condições na unidade de saúde de Alcochete.

Propomos também o reforço dos Médicos de Família, reforçar programas de apoio domiciliário de enfermagem para atender idosos isolados em coordenação com IPSS locais, exigir ao Estado Central que providencie meios para garantir resposta às necessidades de especialidade pediátrica e ginecológica no concelho e reforço de psicólogos no Centro de Saúde e nas escolas. 

Na área da educação queremos criar uma rede eficiente e abrangente de transporte exclusivamente escolar que chegue a todos os cantos do concelho. Temos como prioridade imediata concluir a remoção do amianto nas escolas onde ainda existe este material nocivo. Tencionamos fazer pressão, junto do Ministério de Educação, para o crescimento do campus educativo do Agrupamento de Escolas de Alcochete, na vertical, com ampliação da Escola Básica Dom Manuel I e da Escola Secundária de Alcochete, e com a subsequente remoção dos contentores. Prospeção das possibilidades para a criação de um novo espaço escolar integrado, desde o 1º ciclo até ao Secundário. 

Expandir a rede de creches e jardins de infância públicos em Alcochete, de forma a cobrir a procura das famílias que residem e/ou trabalham no concelho. A criação de um sistema de creche que beneficie os profissionais da saúde e das forças de segurança, bombeiros e outras profissões. Exigir a colocação de todos os professores necessários para que não haja turmas sem docentes nas disciplinas de base ao longo do ano letivo. 

Na área da Ação Social queremos a criação de um balcão social municipal integrado eficiente, também aumentar o fundo municipal de emergência social, implementar o Cheque-Bebé Municipal para incentivar a natalidade e ajudar nos primeiros gastos do bebé, reforçar a rede de centros de dia e de convívio para a terceira idade em todas as freguesias e lançar o programa “Alcochete Cuida”, um programa de voluntários e associações para acompanhamento de idosos isolados. Nenhum idoso de Alcochete ficará abandonado.

Como candidata do Chega, defende valores ligados à família, nação e fé. Como se refletem esses valores na sua visão para o município?

Os meus valores como mulher, mãe de família, trabalhadora, lutadora, seguidora de Cristo, amante e defensora do nosso Portugal e dos nossos costumes e tradições, coincidem em pleno com os valores da imensa maioria dos munícipes de Alcochete. 

Eu escolhi o Chega por identificação com as suas linhas basilares e acredito que Alcochete também escolherá o Chega pela mesma razão. 

Já não podemos esconder o Sol com um dedo. Alcochete é um município de gentilício patriota, católico e defensor dos seus costumes e tradições, tal como eu e como o Chega. E queremos que assim permaneça.

A tauromaquia e as festas populares têm vindo a ser alvo de debate. Como encara este tema em Alcochete?

É só visitar Alcochete e falar com qualquer pessoa para perceber que esta terra vibra com a tradição dos toiros. O gentilício compreende a origem das suas próprias tradições e não precisa de que alguém de fora lhes explique aquilo que vêm, mas não entendem. 

Nas três freguesias de Alcochete mantem-se viva a memória e prática ancestral da lide no campo, do trabalho árduo debaixo do Sol e da interação direta, pura e genuína entre o homem e a besta, num ritual de respeito, perigo e doma ao qual os citadinos nunca tiveram acesso.

Esta lide, esta doma, foi convertida em arte que nem todos compreendem, mas eu sim, porque eu entendo o campo, já vivi nele e dele. Sei o que sentimos em Alcochete. Em mim têm uma guardiã da tradição.

Está disponível para entendimentos pós-eleitorais?

Eu nunca fui militante de nenhum outro partido político, como já referi, escolhi o Chega por uma genuína identificação com as suas linhas basilares.

Não haverá possibilidade para coligações nem acordos de corredor, eu só tenho uma cara e uma palavra e entendo que o PS e o PSD são partidos socialistas com os quais não tenho nenhum tipo de identificação e a Iniciativa Liberal é uma falsa oposição criada pelo próprio centrão para confundir o eleitorado.

Se Alcochete quer avançar com o Chega terá de confiar no Chega. Já é tempo.

De qualquer maneira, estaremos sempre a favor de qualquer medida que favoreça o concelho e os munícipes de Alcochete, venha de que partido for. Não temos “complexo de protagonismo” quanto à autoria das medidas aprovadas. Só queremos o bem de Alcochete.

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