“Gosto cada vez mais do que faço”
A educação é um campo repleto de desafios e recompensas, segundo Nuno Andrade, o caminho da formação, sendo a sua em Educação Básica, é apenas o primeiro passo para a verdadeira aprendizagem “durante o curso são nos ensinadas as bases das coisas, depois, quando vamos para o terreno, é que aprendemos bastante mesmo”. Depois de 1997, ano em que termina a licenciatura, o seu percurso vivenciou altos e baixos fundamentais para moldar a visão que tem sobre a profissão. Sentado na sua secretária, a estante de livros por detrás conta as várias histórias da sua vida. //Foi no terceiro ano, graças ao professor da época, que o bichinho pela educação surgiu, “eu achei tão interessante, pensei logo nessa altura, olha, um dia quando crescer, se calhar é mesmo isto que eu quero ser”. Na realidade, refletiu exatamente o que aconteceu, “entretanto, o tempo foi passando, a ideia às vezes desaparecia, pensava noutras coisas, depois voltava e quando chegou à altura de concorrer foi mesmo por aí que eu quis ir”. //A década de 90 marcou a sua trajetória académica, entre atividades e projetos, integrou a associação de estudantes da ESE e fez, ainda, parte de uma antiga tuna do IPS onde realizou “várias dezenas de atuações pelo país”. Durante o estágio, passou, numa primeira instância, por uma fase de “desilusão” e incerteza, contudo, no ano seguinte, teve a oportunidade de conhecer a professora [orientador do estágio] que acredita ter introduzido as bases pedagógicas que atualmente utiliza com os seus alunos, “ainda hoje me marca e me recordo muitas vezes”, reforça. //O amor que nutre pelo ensino é evidente em cada palavra “No primeiro ciclo, nós professores, somos sortudos”. Para Nuno Andrade, as crianças são “pequenas esponjinhas curiosas” sempre ávidas por aprender. A maneira como olham para o conhecimento com admiração pelas descobertas “as coisas novas que eles vão ouvindo”, é um privilégio, mas também uma grande responsabilidade “é a nossa obrigação dar-lhes novidades”. //Aconselha as futuras gerações que estão prestes a iniciar a sua formação que “tenham paixão pela educação, se não, é lembrar que vão começar agora, portanto, apaixonem-se”. Para aqueles que já estão a terminar o curso, sugere: “preparem-se para um novo mundo” que vai muito além das salas de aula e do que se aprende nos livros. Como educador há 27 anos, revela que a chave para ser um bom professor está, acima de tudo, no amor pelo ensino “A cada dia que passa, gosto mais do que faço”, culmina. // Refere-se à ESE como uma instituição que “tem estatuto”, esta não é apenas um ponto de partida para a carreira enquanto professor, mas um lugar que desempenhou um papel fundamental na sua formação, ao falar da instituição, revela um sentimento de nostalgia “sinto saudades”.