“Gente feliz, esse é o objetivo, é sermos felizes”
Numa pequena sala da Escola Superior de Educação, Maria do Rosário Rodrigues, contou parte da sua vida e todo o seu percurso pela Instituição. O ambiente tímido refletia-se na própria conversa inicial, uma pessoa simples, mas profundamente orgulhosa da sua trajetória. Foi coordenadora da Licenciatura em Educação Básica e fez parte do Conselho Diretivo, num currículo que inveja muitos indivíduos. // Engenheira de formação, a antiga diretora nunca imaginou que a sua paixão pela tecnologia seria apenas o começo de algo, “a primeira vez que eu fiz formação, houve uma coisa muito clara para mim, é muito interessante ver os outros aprenderem”. Lembra com um sorriso, “Foi durante uma remodelação profunda na empresa em que trabalhava, que me perguntaram se podia formar jovens licenciados”. Esse momento transformou a carreira da professora, que se dedicou a ensinar e a construir ligações entre a informática e a educação, numa nova etapa. // Estudou a ciência exata “eu venho de matemática, aquilo é um jogo que se consegue descobrir imensas coisas” e tecnologia comparando ambas, num mundo de descobertas em que é possível conectar ao ensino. // Ao longo dos anos, enfrentou vários desafios que moldaram a sua visão sobre o papel das instituições no desenvolvimento regional. Esteve presente na implementação das Licenciaturas no Instituto Politécnico de Setúbal, e no fim dos bacharelatos. “Quando eu entrei para a escola não havia cursos, ainda”. Implementou a rede tecnológica numa altura em que a palavra “Internet” ainda não era conhecida como hoje. Já bastante envolvida na vida escolar, foi quem iniciou a troca de informações por via email, algo inovador, para a altura. // Entre risos tímidos e olhares de quem reviveu memórias intensas, Maria do Rosário Rodrigues não consegue descrever a instituição, “a palavra foi mudando ao longo dos anos”. // O principal objetivo era ter “gente feliz, esse é o objetivo, é sermos felizes”, menciona com bastante emoção e orgulho. Sempre deu o seu máximo enquanto funcionária “acho que eu me dediquei muito à escola” e sempre vestiu a camisola da Escola Superior de Educação. // No final da conversa, surge a pergunta mais desafiadora “Quem é Maria do Rosário Rodrigues?” responde ironicamente “uma velhota, uma idosa fica melhor”. Com alguma dificuldade em se expressar, refere que, o reconhecimento do que já fez, é um dos grandes orgulhos. Quando a entrevista chega ao fim, a sala parece imensa. A antiga coordenadora da Licenciatura em Educação Básica não nos deixa apenas histórias, mas a certeza de que a sua vida foi dedicada a aprender e a ensinar.
