Bia Caboz: “Sinto que o fado não precisa de mudar, só preciso que ele expanda”

Bia Caboz: “Sinto que o fado não precisa de mudar, só preciso que ele expanda”

Bia Caboz: “Sinto que o fado não precisa de mudar, só preciso que ele expanda”

Jovem madeirense subiu ao palco do Festival Sol da Caparica, que decorreu no fim de semana

A jovem madeirense, que alia o fado ao techno, subiu a palco no Sol da Caparica, que se realizou no último fim de semana. Com Amália Rodrigues e Ana Moura como inspirações para as suas produções, quer fazer com que a música que marca a identidade portuguesa chegue cada vez mais aos jovens

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Em primeiro lugar parabéns por este excelente concerto arrasador neste festival. Como é que é sentir-se num grande festival?

É um orgulho enorme e é a sensação de poder estar a transmitir uma mensagem a muito mais gente, ao maior número de pessoas, e sinto que estou no lugar que deveria estar. 

O fado está a mudar, não há dúvida nenhuma, e tem que mudar, e é convosco que ele vai mudar.

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Eu sinto que o fado não precisa de mudar, sinto que só preciso que ele expanda, ele precisa de ser expandido. Acho que o fado pode se manter tradicional só que, até hoje, o fado que se manteve tradicional não chegou aos mais jovens. Tenho uma irmã de 18 anos que ela não ouve fado. A minha ideia é, o fado tem de chegar a estes jovens, mas se eu o cantar da forma que eu amo, que é a forma tradicional, ele não vai chegar. Então vou pensar em colocar o fado num contexto que se calhar nunca outra pessoa pensou. E essa é a ideia.

Está muito bem conseguido. Ter a Ana Moura como madrinha é uma responsabilidade grande – e a Amália Rodrigues também.

Sinto que a Ana foi uma peça-chave na minha vida de fadista de casa de fado, porque foi a Ana que me pôs a cantar nas casas de fado de Lisboa, foi ela que me pôs a cantar no Senhor Vinho, ela falou com a Maria da Fé e rapidamente comecei a cantar lá, porque eu sou madeirense, eu vinha da Madeira, e ela disse, tu tens de ir para o Senhor Vinho cantar para sentires o fado de uma outra maneira. E acho que lá fiz-me fadista. E a Ana foi uma peça-chave nessa altura da minha carreira.

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E a Amália Rodrigues na carreira da Bia?

A Amália foi a pessoa que me fez apaixonar pelo fado. Ainda por cima, a Amália é caranguejo como eu, ela celebrava o aniversário no meu dia de antes, que é dia 1 de julho, porque ela não tinha a certeza em que dia fazia anos. E é incrível, porque quando comecei a cantar fado, comecei a cantar porque acho que sentia o mesmo peso que a Amália.

Olhava para a vida da mesma forma que a Amália olhava. E fico muito feliz, porque se eu hoje estou a fazer o que estou a fazer, é porque eu deixei de olhar para a vida dessa maneira.

A Amália não deixou, ela morreu a olhar para a vida dessa maneira, e foi uma figura importantíssima na nossa história, e na minha. Mas eu fico muito feliz de hoje em dia eu conseguir transportar o fado com um peso diferente.

E agora, o que é que podemos esperar da Bia Caboz?

Tudo, esperem tudo e não esperem nada. Sabe porquê? Eu não quero criar expectativas a ninguém, de nada, só boas. Queiram ver-me que vão ter sempre surpresas.

Entrevista de José Augusto Madaleno

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